domingo, 4 de julho de 2010
NO DIVÃ COM LILIAM BOARATI, OUTRA SESSÃO
Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva
A característica essencial do Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva é uma preocupação com organização, perfeccionismo e controle mental e interpessoal, à custa de flexibilidade, abertura e eficiência. Este padrão se manifesta no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos.
Os indivíduos com este transtorno tentam manter um sentimento de controle por meio de uma atenção extenuante a regras, detalhes triviais, procedimentos, listas, horários ou formalidades, chegando a perder o ponto mais importante da atividade.
Eles são excessivamente cuidadosos e propensos à repetição, dando extraordinária atenção a detalhes e fazendo verificações repetidamente, em busca de possíveis erros.
Estas pessoas não percebem que os outros tendem a ficar muito aborrecidos com os atrasos e inconveniências que resultam de seu comportamento.
Seu tempo é mal distribuído, sendo as tarefas mais importantes deixadas para a última hora. O perfeccionismo e os altos padrões auto-impostos de desempenho causam disfunção e sofrimento significativos nesses indivíduos, que podem levá-lo a jamais terminar um projeto.
Demonstram excessiva dedicação ao trabalho e à produtividade, chegando à exclusão de atividades de lazer e amizades. Este comportamento não é explicado por necessidades financeiras.
Eles julgam que não possuem tempo para tirar uma noite ou um fim de semana de folga para sair ou simplesmente relaxar. Podem adiar indefinitivamente uma atividade recreativa, como férias, de modo que esta pode jamais ocorrer. Quando chegam a fazê-lo, sentem muito desconforto, a menos que tenham levado consigo algo em que trabalhar, de modo a não “perderem tempo”.
Passatempos ou atividades recreativas são abordados como tarefas sérias, que exigem meticulosa organização e trabalho árduo. A ênfase está em um desempenho perfeito.
Estes indivíduos podem ser excessivamente conscienciosos, escrupulosos e inflexíveis acerca de questões relativas à moralidade, ética ou valores. Eles podem forçar a si mesmos e a outros a seguirem seus princípios morais rígidos e padrões muito estritos de desempenho. Podem também ser muitos autocríticos dos próprios erros.
Essas pessoas têm um respeito rígido para com autoridade e regras e insistem em uma obediência ao pé da letra, sem qualquer flexibilidade de regras sob circunstâncias atenuantes.
Podem ser incapazes de jogar fora objetos usados ou inúteis, mesmo quando não possuem valor sentimental. Consideram desperdício desfazer-se de coisas e ficam aborrecidos se alguém tenta se livrar das coisas que guardaram.
Seus companheiros ou colegas podem queixar-se da quantidade de espaço tomado por velharias, revistas, aparelhos quebrados e assim por diante.
São avessos a delegar tarefas ou a trabalhar com outras pessoas e insistem, de maneira teimosa e irracional, que tudo seja feito à sua maneira e que as pessoas se ajustem ao seu jeito de fazer as coisas.
Essas pessoas frequentemente dão instruções muito detalhadas acerca de como tudo deve ser feito e ficam surpresas e irritadas se outros sugerem alternativas criativas. Em outros momentos, podem rejeitar ofertas de auxílio, mesmo quando estão com prazos vencidos, por acreditarem que ninguém mais poderá fazer as coisas corretamente.
Estes indivíduos podem ser mesquinhos e miseráveis e manter um padrão de vida bem abaixo daquele que seria possível, acreditando que os gastos devem ser rigidamente controlados, a fim de se precaverem contra futuras catástrofes.
Eles se preocupam muito com que as coisas sejam feitas de modo “correto”, e têm dificuldade em concordar com as idéias de qualquer pessoa. Fazem planos minuciosamente detalhados e são avessos a mudanças.
Totalmente envoltos em sua própria perspectiva, eles têm dificuldade em ceder aos pontos de vista de outros. Amigos e colegas podem frustrar-se com sua constante rigidez.
Quando as regras e procedimentos estabelecidos não ditam a resposta correta, a tomada de decisões pode tornar-se um processo demorado e árduo. Podem ter dificuldades em decidir que tarefas assumem prioridade ou qual é o melhor meio de realizar determinada tarefa, que podem jamais sequer iniciar coisa alguma.
Eles tendem a ficar desconcertados ou irados em situações nas quais não conseguem manter o controle de seu ambiente físico ou interpessoal, embora a raiva não seja expressa de maneira direta.
As pessoas com este transtorno podem dar especial atenção à sua posição nos relacionamentos de domínio-submissão, podendo demonstrar excessiva deferência a uma autoridade que respeitam e excessiva resistência à autoridade que não respeitam.
Em geral, estes indivíduos expressam afeição de uma forma altamente controlada ou contida e podem sentir grande desconforto na presença de outros com maior expressão emocional.
Seus relacionamentos cotidianos têm uma qualidade formal e séria, podendo mostrar-se rígidos em situações nas quais outras pessoas sorririam e se mostrariam alegres.
Eles têm o cuidado de se conterem até estarem certos de que o que disserem estará perfeito. Estas pessoas podem preocupar-se com a lógica e o intelecto, e mostrar-se intolerantes para com o comportamento afetivo dos outros.
No trabalho podem experimentar sofrimento e dificuldades, quando se defrontam com novas situações que exigem flexibilidade e colaboração.
Pode haver muita concentração em tarefas domésticas (limpeza excessiva e repetida).
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