A Depressão e as Dores da Alma
2010-06-11 13:12Numa sociedade consumista e na qual as pessoas cada vez mais perdem sua própria identidade, a solução é buscar refazer a conexão com o espiritual e o sagrado.
Por Wicca Cia das Bruxas
Marília de Abreu e Antônia M. de Lima
Marília de Abreu e Antônia M. de Lima
No começo, vem a sensação de vazio. Não importa o que esteja ocorrendo externamente, a tristeza vem dos recônditos da alma, invade; é seguida de desânimo, falta de motivação, de vontade. Nesse ponto, uns se fecham no quarto, no seu mundo; outros realizam as tarefas de forma autômata, sem gosto. As coisas boas que porventura estejam ocorrendo, não são computadas; as ruins são mais bem percebidas, pois justificam o estado mórbido. Aí começam a ficar recorrentes pensamentos de morte, de autodestruição, de desvalor, de desesperança, e falta de fé.
Falta o gosto pela vida. Até que ponto estamos fazendo o que gostamos, o que queremos? Será que estamos no caminho certo? Estamos expressando o que é o anseio da alma ou fazemos coisas para agradar e ocupar o tempo? Estamos numa senda para ajudar alguém a quem queremos bem? Há alegria, há “tesão”? Será que sempre vivemos no vazio e nem nos demos conta? Existe uma dor, um esquecimento ou uma melancolia inexplicáveis?
O processo de ir ao fundo do poço pode não ter volta; pode ir e voltar, e cessar só para voltar e cair mais fundo.
Alguns tentam resolver a angústia afogando as mágoas na bebida, nas drogas, no excesso de trabalho ou comida, na dedicação fanática a algum ideal. Outros buscam alento em medicamentos que neutralizam os sintomas, na terapia que traz alguma compreensão, buscando respostas no estudo da personalidade.
Concorrendo com a busca interna existem as pressões da vida; com isso, a pessoa confunde suas metas com aquilo que se espera dela.
Num contexto global, a depressão é um sintoma cada vez mais comum de uma cultura, de uma sociedade doente. Carl Jung dizia que se há algo de errado com a sociedade, então há algo de errado com o indivíduo, pois sendo um ser gregário, o ser humano personifica microcosmicamente o que ocorre no macrocosmo, ou seja, a sociedade. E, para entender as causas e as possíveis saídas, é preciso avaliar todo o contexto.
Falta o gosto pela vida. Até que ponto estamos fazendo o que gostamos, o que queremos? Será que estamos no caminho certo? Estamos expressando o que é o anseio da alma ou fazemos coisas para agradar e ocupar o tempo? Estamos numa senda para ajudar alguém a quem queremos bem? Há alegria, há “tesão”? Será que sempre vivemos no vazio e nem nos demos conta? Existe uma dor, um esquecimento ou uma melancolia inexplicáveis?
O processo de ir ao fundo do poço pode não ter volta; pode ir e voltar, e cessar só para voltar e cair mais fundo.
Alguns tentam resolver a angústia afogando as mágoas na bebida, nas drogas, no excesso de trabalho ou comida, na dedicação fanática a algum ideal. Outros buscam alento em medicamentos que neutralizam os sintomas, na terapia que traz alguma compreensão, buscando respostas no estudo da personalidade.
Concorrendo com a busca interna existem as pressões da vida; com isso, a pessoa confunde suas metas com aquilo que se espera dela.
Num contexto global, a depressão é um sintoma cada vez mais comum de uma cultura, de uma sociedade doente. Carl Jung dizia que se há algo de errado com a sociedade, então há algo de errado com o indivíduo, pois sendo um ser gregário, o ser humano personifica microcosmicamente o que ocorre no macrocosmo, ou seja, a sociedade. E, para entender as causas e as possíveis saídas, é preciso avaliar todo o contexto.
O colapso ecológico que vivemos é um exemplo do colapso em outros níveis e para aceitar conviver com o “caos”, criam-se condições que causam o desequilíbrio emocional e psicológico das pessoas, fazendo com que se desviem de seus propósitos originais.
Aceitar não implica em concordar. É preciso “dançar conforme a música”, só que o que era provisório vai ficando definitivo; o que era patologia vai se incorporando aos valores “normais”; a pessoa agarra-se a falsos valores como se fossem autênticos, porque já dedicou tempo demais a eles. Só que as recompensas vão se tornando vãs, porque lhes falta alma.
Em cada um de nós existem muitos personagens internos não expressos que, com o tempo, vão virando monstros. Os personagens como reis, rainhas e heróis que admiramos nos filmes, representam nosso potencial para o sublime, mas ficam trancados por não nos acharmos merecedores ou por não termos coragem de expressá-los, negando assim a coragem, a beleza e o poder de cada um.
Será que seu personagem favorito está sendo expresso? Às vezes, nós nos contentamos com uma vivência superficial desses personagens, quando nos identificamos com uma personagem de novela ou filme e, por algum tempo, vivemos suas proezas como se fossem nossas. Ou então buscamos num relacionamento as características desse personagem, criando falsas expectativas sobre uma pessoa, expectativas que não vão se cumprir e que logo trarão uma amarga decepção e, quem sabe, a depressão.
Ainda analisando-se a questão sob um enfoque macroscópico, poderíamos dizer que a culpa é das religiões patriarcais que colocaram o aspecto material como antítese do espiritual, implicando em culpa ou tendo como conseqüência um materialismo sem alma, pois não seria possível seguir as duas coisas. Cria uma espiritualidade instrumental que existe para a realização de pedidos e solução de problemas, em vez de estabelecer uma conexão com os valores da alma e de promover o desenvolvimento e a iluminação.
Aceitar não implica em concordar. É preciso “dançar conforme a música”, só que o que era provisório vai ficando definitivo; o que era patologia vai se incorporando aos valores “normais”; a pessoa agarra-se a falsos valores como se fossem autênticos, porque já dedicou tempo demais a eles. Só que as recompensas vão se tornando vãs, porque lhes falta alma.
Em cada um de nós existem muitos personagens internos não expressos que, com o tempo, vão virando monstros. Os personagens como reis, rainhas e heróis que admiramos nos filmes, representam nosso potencial para o sublime, mas ficam trancados por não nos acharmos merecedores ou por não termos coragem de expressá-los, negando assim a coragem, a beleza e o poder de cada um.
Será que seu personagem favorito está sendo expresso? Às vezes, nós nos contentamos com uma vivência superficial desses personagens, quando nos identificamos com uma personagem de novela ou filme e, por algum tempo, vivemos suas proezas como se fossem nossas. Ou então buscamos num relacionamento as características desse personagem, criando falsas expectativas sobre uma pessoa, expectativas que não vão se cumprir e que logo trarão uma amarga decepção e, quem sabe, a depressão.
Ainda analisando-se a questão sob um enfoque macroscópico, poderíamos dizer que a culpa é das religiões patriarcais que colocaram o aspecto material como antítese do espiritual, implicando em culpa ou tendo como conseqüência um materialismo sem alma, pois não seria possível seguir as duas coisas. Cria uma espiritualidade instrumental que existe para a realização de pedidos e solução de problemas, em vez de estabelecer uma conexão com os valores da alma e de promover o desenvolvimento e a iluminação.
Mas então podemos perguntar: o que a depressão tem a ver com religião?
A depressão tem sido tratada como se fosse assunto exclusivo da medicina e da psicologia, mas nenhuma dessas áreas tem capacidade para dizer o que são as dores da alma. Afinal, alma não é algo concreto, visível, que se possa avaliar em laboratório.
Na verdade, nem nós mesmos temos muita consciência dela, exceto nos momentos de desânimo (sem alma) e, “desalmados”, começamos a sentir uma raiva autodirigida por termos perdido algo tão valioso e por não sabermos localizar onde perdemos nossos valores, nosso senso de identidade, de sentido e de propósito. Só ficamos desalentados, esperando alguma luz, alguma ajuda que, muitas vezes, não vêm.
Tentar explicar a depressão com base em eventos recentes é tratá-la de forma superficial, pois ela aparece quando estamos desconectados de nossa alma. E isso costuma ocorrer de forma gradual, com pequenas traições de nossos ideais, em troca de falsos valores, priorizando a busca da satisfação nas novidades do mercado, ou nos esquivando das oportunidades, escondendo-nos em sentimentos de incompetência e medo.
Assim, cercado de tanta possibilidade de felicidade instantânea, o indivíduo é fisgado na euforia de expectativas vãs para ir se perdendo cada vez mais num emaranhado de tudo o que não é mais ele mesmo. Então, a própria alma se encarrega de criar a crise para forçar uma busca no caminho de volta.
É como o que ocorre quando desejamos fazer algo e, no meio do caminho, esquecemos o que íamos fazer, precisando refazer todo o caminho de volta, tentando achar o propósito que nos motivou; o mesmo se dá com a alma.
A psicologia poderia nos ajudar a reencontrar a alma se seu estudo pudesse abarcar este tema de caráter espiritual, que é, todavia, um limite que ela não transpõe. O senso de propósito não é algo que pertença a um nível mental, psicológico ou neurológico. Tem relação com a alma, e alma é assunto para as religiões e filosofias.
Nas religiões xamânicas, o ser humano é visto como uma divindade em formação. Os humanos possuem dons a serem desenvolvidos, que se encaixam nas necessidades da grande engrenagem da sociedade humana; quanto mais eficiente o trabalho de cada peça, melhor e mais preciso o relógio.
A depressão tem sido tratada como se fosse assunto exclusivo da medicina e da psicologia, mas nenhuma dessas áreas tem capacidade para dizer o que são as dores da alma. Afinal, alma não é algo concreto, visível, que se possa avaliar em laboratório.
Na verdade, nem nós mesmos temos muita consciência dela, exceto nos momentos de desânimo (sem alma) e, “desalmados”, começamos a sentir uma raiva autodirigida por termos perdido algo tão valioso e por não sabermos localizar onde perdemos nossos valores, nosso senso de identidade, de sentido e de propósito. Só ficamos desalentados, esperando alguma luz, alguma ajuda que, muitas vezes, não vêm.
Tentar explicar a depressão com base em eventos recentes é tratá-la de forma superficial, pois ela aparece quando estamos desconectados de nossa alma. E isso costuma ocorrer de forma gradual, com pequenas traições de nossos ideais, em troca de falsos valores, priorizando a busca da satisfação nas novidades do mercado, ou nos esquivando das oportunidades, escondendo-nos em sentimentos de incompetência e medo.
Assim, cercado de tanta possibilidade de felicidade instantânea, o indivíduo é fisgado na euforia de expectativas vãs para ir se perdendo cada vez mais num emaranhado de tudo o que não é mais ele mesmo. Então, a própria alma se encarrega de criar a crise para forçar uma busca no caminho de volta.
É como o que ocorre quando desejamos fazer algo e, no meio do caminho, esquecemos o que íamos fazer, precisando refazer todo o caminho de volta, tentando achar o propósito que nos motivou; o mesmo se dá com a alma.
A psicologia poderia nos ajudar a reencontrar a alma se seu estudo pudesse abarcar este tema de caráter espiritual, que é, todavia, um limite que ela não transpõe. O senso de propósito não é algo que pertença a um nível mental, psicológico ou neurológico. Tem relação com a alma, e alma é assunto para as religiões e filosofias.
Nas religiões xamânicas, o ser humano é visto como uma divindade em formação. Os humanos possuem dons a serem desenvolvidos, que se encaixam nas necessidades da grande engrenagem da sociedade humana; quanto mais eficiente o trabalho de cada peça, melhor e mais preciso o relógio.
Conhecer o seu propósito de alma e ter uma vida coerente é a verdadeira cura da depressão, por conseqüência e por ressonância curando a sociedade. O contrário também poderia ser verdadeiro. Se uma sociedade conhece seu propósito, seus componentes também encontrariam seus propósitos.
Embora seja um conceito simples, é difícil colocá-lo em prática. Falta um contexto em que os valores espirituais fiquem em evidência, no qual a pessoa que precise deles os tenha disponíveis. Nas culturas primordiais, a estrutura dos clãs facilitava isso, com grupos menores, mais coesos e com uma identidade grupal, cultural e religiosa comum, cada qual tendo um papel relevante e bem definido. Ali, a pessoa sabia a quem procurar e tinha o respaldo dos outros para apoiá-la.
Já na cultura do “cada um por si”, quem sofre a dor da alma não enxerga seu problema como algo de interesse coletivo, começando por se isolar. Então, cai na mão dos que propõem soluções, mas que na verdade têm mais interesse na continuação da doença, como fonte de renda, do que na cura. Até que a pessoa encontre quem a ajude a encontrar um rumo, o problema já pode ter ficado bem maior.
A depressão não é um problema que aparece por uma causa específica, mas por muitas. Seu ápice é o grito da alma pedindo socorro. Seu início pode ter sido uma má educação na infância, sem limites, sem desafios, com prêmios sem contrapartida, com punições por valores errados, com incentivo à superficialidade e ao consumismo; com modismos que vão sendo reforçados durante a vida e aparados por uma sociedade que venera esses valores, de modo que a pessoa nem percebe seu erro.
Ficando cada vez mais distantes do senso de identidade, não expressamos nossos talentos, permanecendo na mediocridade. É aí que podemos nos refugiar nas drogas que tragam uma sensação de heroísmo, de grandeza, para aplacar a frustração decorrente dessa situação; os relacionamentos ficam banalizados, sem vínculos fortes, e tudo fica sem graça.
A depressão tem cura. É refazer o caminho, buscar nossas conexões com o espírito, a responsabilidade com nós mesmo e com o nosso papel na sociedade. É ter compromisso com a verdade, retomar nosso propósito, respeitar nosso corpo, nossa vida, nossos ciclos, pois eles sinalizam se estamos ou não no caminho certo.
É acreditar que o sagrado existe e que fazemos parte dele, desintoxicando-nos das novidades.
Embora seja um conceito simples, é difícil colocá-lo em prática. Falta um contexto em que os valores espirituais fiquem em evidência, no qual a pessoa que precise deles os tenha disponíveis. Nas culturas primordiais, a estrutura dos clãs facilitava isso, com grupos menores, mais coesos e com uma identidade grupal, cultural e religiosa comum, cada qual tendo um papel relevante e bem definido. Ali, a pessoa sabia a quem procurar e tinha o respaldo dos outros para apoiá-la.
Já na cultura do “cada um por si”, quem sofre a dor da alma não enxerga seu problema como algo de interesse coletivo, começando por se isolar. Então, cai na mão dos que propõem soluções, mas que na verdade têm mais interesse na continuação da doença, como fonte de renda, do que na cura. Até que a pessoa encontre quem a ajude a encontrar um rumo, o problema já pode ter ficado bem maior.
A depressão não é um problema que aparece por uma causa específica, mas por muitas. Seu ápice é o grito da alma pedindo socorro. Seu início pode ter sido uma má educação na infância, sem limites, sem desafios, com prêmios sem contrapartida, com punições por valores errados, com incentivo à superficialidade e ao consumismo; com modismos que vão sendo reforçados durante a vida e aparados por uma sociedade que venera esses valores, de modo que a pessoa nem percebe seu erro.
Ficando cada vez mais distantes do senso de identidade, não expressamos nossos talentos, permanecendo na mediocridade. É aí que podemos nos refugiar nas drogas que tragam uma sensação de heroísmo, de grandeza, para aplacar a frustração decorrente dessa situação; os relacionamentos ficam banalizados, sem vínculos fortes, e tudo fica sem graça.
A depressão tem cura. É refazer o caminho, buscar nossas conexões com o espírito, a responsabilidade com nós mesmo e com o nosso papel na sociedade. É ter compromisso com a verdade, retomar nosso propósito, respeitar nosso corpo, nossa vida, nossos ciclos, pois eles sinalizam se estamos ou não no caminho certo.
É acreditar que o sagrado existe e que fazemos parte dele, desintoxicando-nos das novidades.
Para Saber Mais:Wicca Cia das Bruxas
Marília de Abreu
Antônia M. de Lima
Coven, treinamento, atendimentos, terapias, astrologia e tarot.
Tel: (11) 3034-2051
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