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transcendendo.......

O silêncio fala mais que mil palavras. O silêncio enche o ar de vibrações que nenhum som é capaz de produzir. Quando nos quedamos diante de nós mesmos e deixamos que a nossa alma flua, não necessitamos de palavras. O silêncio, que a tudo imobiliza, inunda o coração e fala por nós. Por mais que as palavras sejam maravilhosas, as rimas por vezes se quebram e se transformam em soluços. Então, o silêncio pode ser a máxima expressão do nosso íntimo. (Lisieux)

domingo, 10 de julho de 2011

PLATÕNICO AMOR.......

Autora: Catarina Mexia

Psicóloga Clínica



O amor platónico ou o amor idealizado deve o seu nome a Platão (350 a.C.), filósofo grego que acreditava na existência de dois mundos: o das ideias, onde tudo era perfeito e eterno, e o mundo real, finito e imperfeito, cópia mal acabada do mundo ideal.
Nesse sentido, viver um amor platónico é viver em dois mundos simultaneamente: um onde estamos sozinhos e outro onde namoramos, somos felizes e realizados com a pessoa perfeita que é objecto do nosso amor.
Amor impossível. Este tipo de amor baseado no impossível envolve a mistificação do ser amado, que é geralmente colocado numa posição inatingível. Ocorre muito frequentemente durante a adolescência e em jovens adultos, principalmente em pessoas mais tímidas, introvertidas e que sentem mais dificuldade em aproximar-se de quem amam. A insegurança, imaturidade e inibição emocional estão muitas vezes na origem deste comportamento. A forte idealização do objecto amado gera o medo de não atender aos seus anseios, o que contribui para amar à distância e impede viver a experiência não só de amar mas também de nos sentirmos amados, não só de cuidarmos e nos preocuparmos mas também de nos sentirmos acolhidos e amparados. Esta troca de experiências emocionais é que permite o sentimento de que amar vale a pena, com a vantagem acrescida de poder ainda ajudar a superar conflitos e dificuldades do quotidiano.
Amar por medo. Muitas vezes as pessoas têm um amor platónico por medo de sofrer. Isto porque preferem viver um amor que nunca irá realizar-se do que lidar com os eventuais desapontamentos e tristezas inerentes à relação. Nada disto é necessariamente mau ou errado, desde que saibamos racionalmente que aquilo que julgamos ter não existe, até porque o outro desconhece totalmente os sentimentos que alguém nutre por ele.
A maioria das pessoas fantasia acerca das relações amorosas: "Um dia encontrarei o par ideal, que será capaz de me compreender, sem discussões, onde a compatibilidade será perfeita. A magia do amor estará sempre presente e a paixão será eterna." A realidade das relações amorosas, no entanto, é muito diferente. Todo o processo de namoro é uma situação tremendamente arriscada. Somos e sentimo-nos postos à prova, principalmente se aceitarmos darmo-nos a conhecer tal como somos, o que significa arriscar sermos amados, mas também rejeitados. E a rejeição não é fácil de aceitar.
Uma relação amorosa é uma das melhores oportunidades de crescimento pessoal. E não há crescimento que não implique sofrimento. Todavia, também inclui uma felicidade enorme. Tal como noutras situações da nossa vida, aquilo que obtemos depende da vontade de lutar por essa relação, arriscando-nos a deixar o nosso "lugar seguro". Geralmente, antes do fim do primeiro ano de relacionamento, os elementos do casal começam a experimentar as primeiras discussões, desentendimentos e dificuldades. É normal. Resulta da necessidade de estabelecer regras de conduta na relação. A cultura familiar de cada elemento do casal permite-lhe crescer com regras, que são forçosamente diferentes do outro. Mas estas funcionam a um nível inconsciente, e muitas vezes não nos damos conta que estamos a tentar impô-las ao outro.
Herança cultural. Recordo a este propósito um casal constituído por um português e uma alemã, onde o trabalho inicial da terapia consistiu em perceber como a "importância de dormir com a roupa da cama entalada ou solta" não resultava da má vontade do outro, mas de uma herança cultural (para uma alemã, que geralmente dorme com um edredão não fazia sentido dormir presa pela roupa. Mas muitos de nós recorda como a mãe, na hora de irmos dormir, nos vinha aconchegar na cama, entalando a roupa debaixo do colchão).

Sem nos darmos conta, mantemo-nos fortemente leais à cultura e crenças da nossa família de origem e, geralmente, cada um acredita firmemente que a sua abordagem é a mais correcta.
Este é um período importante na construção de uma relação. É frustrante e doloroso. Obriga-nos a fazer cedências, a olhar para o outro, não como o ser perfeito que imaginámos, mas alguém que "não nasceu ontem à espera de ser moldado pelo outro" e que tem uma história.

Arriscar e crescer. Todas as relações começam por ser platónicas. Todos os namorados começam por ser idealizados, imaculados. Mas tal como não podemos permanecer eternos adolescentes, necessitamos de nos envolver com o outro para podermos crescer.
Crescer também é arriscar. Se estivermos dispostos a arriscar, podemos crescer e tirar o prazer de desfrutar de uma relação amorosa dinâmica e partilhada.
Postado por Liliam Padilha Ferreira às 23:22

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