quarta-feira, 30 de junho de 2010
LINGUAGEM DA VIDA
DESPERT A DOR – despertador
Por: Fran18
Na Índia, os mestres sempre dizem:
os problemas são despertadores que tentam acordar as pessoas para a vida. Aproveite para acordar logo, antes que o próximo despert-a dor faça mais barulho. Pense nisso:
o que essa dificuldade está querendo mostrar a você?
Problemas são avisos que a vida nos envia para corrigir algo que não estamos fazendo bem. [...]
ESPELHO DA ALMA
Espelho da alma
Por: Fran18
Quando somos jovens, geralmente temos uma boa relação com o espelho. Paramos diante dele e nos olhamos de corpo inteiro e por todos os ângulos. Temos mais coragem de nos observar, de enfrentar possíveis desajustes físicos, e o futuro está a nosso favor. Somos mais flexíveis, desarmados, versáteis, e mais dispostos às mudanças. Gostamos de trocar opiniões e acatamos idéias novas com facilidade. Nossa alma, tanto quanto nosso corpo está em constante transformação. Estamos sempre à procura de novos significados para velhas idéias. Com o passar do tempo, vamos evitando espelhos que reflitam nosso corpo por inteiro. Procuramos aqueles que mostrem apenas do pescoço para cima. Fugimos da nossa aparência, por não gostar dela ou porque ainda desejamos ver refletido aquele corpo jovem, a cabeleira abundante, a pele lisa e brilhante. E porque não gostamos da nossa imagem, fugimos do espelho, como se isso resolvesse o nosso problema.
Assim também acontece com as questões da alma.
Quando somos jovens temos coragem de refletir sobre nossas atitudes, gostamos de aprender coisas novas e estamos dispostos a enfrentar desafios. Buscamos respostas para nossas dúvidas e não tememos as críticas, por entender que elas nos ajudam a crescer. Mas quando as gordurinhas do comodismo vão se acumulando em nossa alma começamos a fugir de espelhos que nos mostrem tal qual somos. As idéias vão se cristalizando e não temos mais tanta disposição para reciclar as nossas memórias. Posicionamo-nos numa área de conforto e nos deixamos levar pelas circunstâncias, sem tantos esforços.
Para muitos é como se uma influência paralisante lhes tomasse de assalto. Não se interessam mais pelo conhecimento, nem por fazer novas amizades ou cuidar um pouco do corpo e da saúde. Esquecidos de que a sabedoria não está na espinha dorsal nem na pele jovem ou na basta cabeleira, entregam-se ao desânimo como se tivessem chegado ao fim da linha. Não se dão conta de que enquanto estamos respirando é tempo de aprender e crescer, de fazer exercício e eliminar as gorduras indesejáveis. Enquanto podemos contemplar o espelho físico, podemos nos observar e envidar esforços para corrigir o que julgamos necessário.
Enquanto a vida nos permite, devemos voltar o olhar para o espelho da consciência e ajustar o que seja preciso, para que fiquemos mais belos e mais sábios. Arejar os pensamentos e reciclar as memórias infelizes que teimamos em arquivar nos escaninhos do ser. Repensar conceitos, refazer idéias, rever atitudes e posturas. Só assim afastaremos o desejo constante de fugir do espelho, de fugir de nós mesmos, fingindo que somos felizes e mascarando a realidade.
Pense nisso e não lute contra a natureza, desejando segurar o tempo com as mãos. Não deixe que a sua sabedoria se esconda nas rugas da pele nem perca o viço entre os cabelos brancos. A beleza da sua alma é independente do corpo físico. A sua grandeza se reflete na sua forma de pensar, sentir e agir, e não na imagem projetada no espelho.
Pense nisso e observe-se de corpo e alma, por inteiro.
Lembre-se de que cabe somente a você a decisão de assumir a realidade e modificá-la, quando, como e se julgar necessário. Pior do que estar insatisfeito com o corpo é a insatisfação com a própria consciência. Essa insatisfação lhe rouba a paz, a alegria, a vontade de crescer e ser feliz. Por isso é importante lembrar que você pode modificar essa realidade quando desejar. Basta investir na sua melhoria íntima arejando a mente, eliminando preconceitos e adquirindo conhecimentos que lhe tragam satisfação e paz de consciência.
GOSTO MUITO DESSA FÁBULA
A FÁBULA DA ÁGUIA E DA GALINHA
Por: Fran18
Esta é uma história que vem de um pequeno país da África Ocidental, Gana, narrada por um educador popular, James Aggrey, nos inícios deste século, quando se davam os embates pela descolonização. Oxalá nos faça pensar sempre a respeito.
“Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro, a fim de mantê-lo cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia.
Colocou-o no galinheiro junto às galinhas. Cresceu como uma galinha.
Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista.
Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista
- Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.
- De fato, disse o homem.- É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais águia. É uma galinha como as outras.
- Não, retrucou o naturalista.- Ela é e será sempre uma águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
- Não, insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não, tornou a insistir o naturalista. – Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa.
Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi parar junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
- Eu havia lhe dito, ela virou galinha!
- Não, respondeu firmemente o naturalista. – Ela é águia e possui sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para o alto de uma montanha. O sol estava nascendo e dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, de sorte que seus olhos pudessem se encher de claridade e ganhar as dimensões do vasto horizonte.
Foi quando ela abriu suas potentes asas.
Ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto e voar cada vez mais para o alto.
Voou. E nunca mais retornou.”
Existem pessoas que nos fazem pensar como galinhas. E ainda até pensamos que somos efetivamente galinhas. Porém é preciso ser águia. Abrir as asas e voar. Voar como as águias. E jamais se contentar com os grãos que jogam aos pés para ciscar.”
SABEDORIA POPULAR
Marcas de batom no banheiro
Por: Fran18
Marco lógico
Uma ótima demonstração de uma lição que muda comportamentos.
Numa escola estava ocorrendo uma situação inusitada: uma turma de meninas de 12 anos que usavam batom, todos os dias beijavam o espelho para remover o excesso de batom.
O diretor andava bastante aborrecido, porque o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia. Mas como sempre, na tarde seguinte, lá estavam às mesmas marcas de batom…
Um dia o diretor juntou o bando de meninas no banheiro e explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam. Fez uma palestra de uma hora.
No dia seguinte as marcas de batom no banheiro reapareceram…
No outro dia, o diretor juntou o bando de meninas e o zelador no banheiro, e pediu ao zelador para demonstrar a dificuldade do trabalho.
O zelador imediatamente pegou um pano, molhou no vaso sanitário e passou no espelho.
Nunca mais apareceram marcas no espelho!
Moral da história: Há professores e há educadores…
Comunicar é sempre um desafio!
As vezes precisamos usar métodos diferentes para alcançar certos resultados.
Interesses: O zelador tinha muito interesse em parar de limpar aquela porquice e elas tinham muito interesse em não colocar a boca em água da privada.
Você tem um interesse. Eu tenho um interesse. Encontre um modo de satisfazer ou permitir que eu satisfaça o meu ao satisfazer o seu.
PLANEJAR E REPLANEJAR
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO
Por: Fran18
Temos observado o comportamento de pessoas de várias idades, desde crianças, jovens, adolescentes, adultas e os mais velhos também. Ao longo dos relatos de suas vidas e como fruto dessa análise, duas características muito comuns à quase totalidade dos seres humanos sempre se fazem presentes: as faltas de conhecimento de si próprios e de planejamentos pessoal e profissional.
Quando interpeladas, as pessoas têm como reação, de primeiro momento, a negativa sempre. Jamais o admitem. Mas, no instante seguinte, já tendo amortecida a pancada e seus efeitos se esvaídos, passam a refletir com mais vagar e profundidade. A olhar com outros olhos. Senão vejamos,
O que Você gosta? Pergunto-lhe agora. Responda sem tergiversar. Responda o que lhe vem à mente. Será que Você se conhece? Muitos irão responder perguntando: como assim? Não estou entendendo?! Outros, em silêncio, refletirão! Outros ainda, perguntarão, mas, gostar do que? Raramente encontraremos alguém que de bate pronto nos responda do que realmente gosta, seja no campo pessoal, seja no campo profissional. Essas, se conhecem e sabem do que realmente gostam.
Eu, por exemplo, adoro batatas, de que tipo for. Como-as exageradamente. Gosto pra caramba!! Assadas, cozidas, fritas, de qualquer jeito. Gosto, também, de sorvete, chocolate, se for sorvete de chocolate então, melhor ainda!! Gosto muito de ler, sempre estou lendo sobre minha profissão e sobre o psiquismo humano. Gosto das plantas lá de casa. Engraçado, nas ocasiões em que me ausento profissionalmente um pouco mais do que o costume, alguém lembra que o pai retorna no dia seguinte e, correndo, encharca-as, quase afogando as coitadas das plantas. Quando chego, elas estão acabrunhadas, abandonadas, nos levando a crer que sentem a nossa ausência, pois, com carinho, bons tratos e um pouco de conversa, em alguns dias elas vão se aprumando, retornando à posição original.
Sabemos que as pessoas encontram mais facilidade em fazer, falar e escrever sobre o que gostam. É quase automático, pois do que nos dá imenso prazer, falamos com motivação, alegria e tesão. É gostoso discorrer às outras pessoas sobre assuntos que gostamos, pois, via de regra, conhecemos bem, em profundidade. A inspiração brota quase que automaticamente. Discorremos com extrema facilidade.
Enfim, conhecermos a nós mesmos, no que diz respeito daquilo que gostamos, descobrirmos nossas potencialidades, às quais, muitas vezes ainda congeladas e nem conhecidas, nos aguardam pacientemente – porém, nem sempre – lá no fundinho de todos nós.
Quem sabe eu me dedicasse à uma empresa de plantas e flores. Quero crer que fosse fadado ao sucesso, apesar de muito pouco ou mesmo quase nada conhecer do assunto, porém, possuo a motivação porque gosto demais das plantas. Flores, praticamente não as conheço, mas, acredito que como leigo hoje, em pouco espaço de tempo, com informação, pesquisa, estudo, leitura, conversa e inúmeras perguntas, logo, logo, passaria a entender sobre essa matéria, também.
Esse raciocínio se aplica ao assunto dos livros. Se montasse uma empresa comercializando esses produtos, acredito piamente no sucesso, pois, adoro manuseá-los, estar com eles, lê-los, respirar esse ambiente. Brota lá de dentro!! É a informação, cultura, sabedoria, erudição …
Poderia aqui citar mais exemplos, porém, o importante disso tudo é que o que realmente gostamos, falamos, escrevemos, fazemos e realizamos quase que no automático, são as nossas potencialidades. Fazemo-las com amor, carinho, candura, no capricho, com excelência de qualidade, pois, como já disse, fazemo-las prazeirosa e motivadamente.
É importante conhecermos o que gostamos, nossas potencialidades.
Como também, é de suma importância sabermos o que não gostamos, nossas limitações. Aquilo que fazemos mal, que não temos vontade de fazê-lo, que enche o saco, que nos aborrece, pois não temos motivação nenhuma. Quando temos que fazê-lo, fazemos apressadamente, sem vontade, do tipo mais ou menos, quase sempre, para rapidamente nos livrarmos dessa incumbência. Não é verdade?
Gosto muito de cozinhar, uma terapia muito gostosa, mas, lavar a louça …
Essas são as nossa limitações. Aqueles assuntos, serviços, afazeres que não gostamos mesmo de executá-los.
Eu, por sua vez, tenho quatro filhos. Não sei aplicar injeção. Não sei. Não gosto. Não quero aprender. Detesto sangue. Não suporto cheiro de remédio, medicação. Já pensou eu atuar em ambulatório, hospital emergencial?!? Estaria fadado ao insucesso. Definitivamente, não é a minha praia, como diriam meus filhos.
Ou seja, também nos é importante e precioso conhecermos o que não gostamos, nossas limitações.
Isso tudo posto, serve-nos para elaborarmos nosso Planejamento de Vida, assim digamos. Tanto do lado Pessoal, como do lado Profissional.
Iniciamos pelos Objetivos. Definirmos o que queremos.
Ora, se já sabemos claramente o que gostamos, – e às vezes demanda meses e até anos para efetivamente sabermos com toda a clareza e certeza -, eleger objetivos torna-se tarefa mais fácil. Objetivamos o que gostamos. O que nos faz bem. Menos difícil atingi-los.
aqui, mais uma vez, vou dar meu testemunho pessoal. Tenho um filho maravilhoso, temporão, já viu né, pavô, mistura de pai e avô. Pois bem, acaba de completar treze anos, e, pelo andar da carruagem, dentro de quatro anos prestará o vestibular. Independente da profissão que ele venha a abraçar, se na ocasião do vestibular souber falar, ler, e quem sabe, escrever inglês, será um quesito muito importante, facilitador até. Da mesma forma a informática. A familiaridade, a desenvoltura na coleta e análise das informações, serão pontos positivos em seu desenvolvimento profissional, pois, tenho comigo, que o analfabeto de um futuro muito breve, será aquele que desconhece a informática. Esses são objetivos pessoais meus que fazem parte dentre outros mais para serem operacionalizados ainda esse ano.
Ainda nos Objetivos, é importante levarmos em conta outros tópicos. Para ilustrar, um exemplo,
Um casalzinho de adolescentes,
Ele, graduando-se em Direito. No caminho da realização de seu sonho profissional maior, o de tornar-se Juiz. Juiz de Direito. Perfil ele tem desde o nascimento. Seus atributos estão a serem vistos a olhos nus. Calmo, ponderado, analisando sempre, sem jamais sair do eixo, nunca alterando o tom de voz. Faltava-lhe apenas a maturação da vida que viria com o passar de mais alguns anos.
Ela, garotinha de dezessete anos, menina ainda, deslumbrada com a situação, por estar vivendo aquela paixão e falando em casamento e as coisas que as adolescentes falam. Muito cedo para tudo isso, porém, nessa fase da vida, qual é a adolescente que dá ouvidos a outras coisas que não sejam as aprovações sobre suas atitudes comportamentais?
Os pais de ambos, muito felizes e contentes, torcendo mesmo, para que aquela união se concretizasse, pois, acreditam nas felicidades presente e futura de seus filhos.
Pois eu, de minha parte, ponho a mão no fogo, acredito piamente no insucesso dessa união! Por que?
Objetivos Conflitantes
É isso aí!! Os objetivos pessoais dele confrontados com os dela, são nitidamente divergentes/conflitantes.
Ela, menina bonita, bem apessoada, como diriam os antigos. Parece uma princesa, sempre bem arrumada, gestos delicados, mãos limpas, unhas feitas, cabelos bem penteados, enfim, na dela, Patricinha.
Ele, rapaz bonitão, português muito bem falado, um estudioso do Direito, voltado conscientemente para prestar concurso para Juiz.
Ora, para quem conhece gente, e que tenha convivência com os vários tipos de pessoas que existe por esse mundo afora, pode-se antever um final breve e não muito feliz para o jovem casal.
Podemos inferir que Ela objetiva paz, tranqüilidade, seguranças material e emocional. Educar os filhos que estudarão em bons colégios e ótimas escolas.
Ele, por sua vez, objetiva se preparar cada vez mais e mais, adquirindo conhecimentos e capacitação, para prestar seu concurso para Juiz. Vai passar. Com certeza, pois, como disse, possui o perfil e tem se dedicado claramente a esse objetivo.
Já pensou, já imaginou ele aprovado no concurso, a baita festa para comemorar essa façanha!!! A alegria que permeará a todos os seus pais, parentes, amigos, conhecidos e vizinhos, também.
É, vai ter que mudar de cidade. Sair da capital e de todos os recursos, prazeres e facilidades que ela proporciona. Vai morar, como Juiz em início de carreira, lá no meio do mato, longe pra caramba, numa localidade com parcos recursos, praticamente nenhum prazer, pelo menos dos por ele conhecidos até então, e sem absoluta facilidade. É mole?!?
Deixa passar uma meia dúzia de anos para ver a bibelozinha como estará?! Cara amarrada, daquelas de passar ferro para alisar, a família aumentando rapidamente, pois sim, pois “televisão pega quando quer, internet é muito chata e dá muito trabalho procurar, teatro, o que é isso? Nem lembro mais …”
Não me surpreenderei se algum dia essa menina bater na porta de seus pais com sua prole, pedindo pousada.
Em resumo, os conflitos dos objetivos um dia eclodem e o sonho acaba.
Daí, a importância de elaborarmos nossos objetivos pessoais e profissionais, de maneira clara, pés no chão, palpáveis, atingíveis e sem ilusões. De forma bem realista. Que possamos alcançá-los, sem tornarem-se futuras frustações.
Falta, então, ao futuro casalzinho, alguém que lhes oriente sobre isso, alguém que de alguma maneira os levem a pensar um pouco à frente, quando tiverem constituído família, construído um lar. Alguém que os indague sobre a qualidade de vida que levarão no futuro. Certamente poderão adquirir bens materiais, mas, comprá-los aonde e com que freqüência? Na capital? Na cidade grande mais próxima? Como conviver no dia a dia com essas realidades todas? Já pensou nisso? Como diria meu caçula: acorda, meu!?!
Falta-lhes orientação, como também, Planejamento de Vida. A Elaboração dos Objetivos Pessoais e Profissionais. As definições para o que queremos dessa Vida. Se seus objetivos são comuns, a probabilidade da felicidade é enorme. Mais ou menos semelhantes, a felicidade poderá haver na mesma probabilidade. Conflitantes, incompatíveis, até, podes crer que a convivência será em pé de guerra, logo, logo.
Não é assim mesmo que observamos na vida das pessoas? É só parar, observar e constatar.
Definidos os objetivos, passamos a pensar nas estratégias, nas maneiras de operacionalizá-los, viabilizá-los. Repito que os objetivos têm de ser factíveis, pois não vivemos de sonhos – não nós os pobres mortais – mas como estávamos dizendo, eleitos os objetivos pessoais e, separadamente, os profissionais, necessitamos elaborar os passos para sua consecução. Não importa se determinado objetivo requeira vários passos e outros um número muito maior ainda. Não se atenha a isso. Não faz mal. O importante é que Você estará esmiuçando as etapas, ações, passos que terá de percorrer para a consecução dos seus objetivos. Você os elegeu. Você estará em contato direto com eles. Frente a frente consigo mesmo. Pois, isso tudo é única e exclusivamente para Você enquanto pessoa que és.
Como exemplo,
Inglês, preciso voltar a praticar a falar, e, se possível, escrever in English, because é a língua reconhecidamente universal. Certamente ajudará muito profissionalmente, pois terei cumprido mais um requisito, como também, auxiliará fortemente nos meus estudos. Aonde aprender inglês mais aprofundado, mais refinado? Pode ser em escola, aula particular, através de algum conhecido … quanto tempo durará, horários disponíveis e permissíveis, a que custos… e por aí vai.
Esses são os passos principais para atingirmos esse objetivo. Sem embrulho mental e complicações de qualquer natureza.
Outro tópico a seguir é o follow up. O acompanhamento, a reciclagem, o estar sempre plugado, atualizado, hands on. Tem que ser que nem automóvel. Ligou a chave, o motor tem de girar. Sempre disponível e apto a nos servir.
Da mesma forma a atualização dos conhecimentos. A dinâmica e a velocidade das informações são incrivelmente mais rápidas do que alguns anos atrás e, sabedores que somos, que a cada vez serão mais dinâmicas e rápidas ainda. Alguém já disse que nos tempos atuais, o mais veloz engole o mais lento, concomitantemente com o maior engolindo o menor.
Temos que estarmos atualizados através dos meios de comunicação, da mídia, para acompanharmos e não sermos engolidos pela velocidade da informação. Reciclagem, aperfeiçoamento, noção aprofundada de todos os assuntos em voga, fazem parte dos atributos das pessoas modernas, atuais, daquelas que vislumbram e antevêm o futuro.
Daí, a importância do planejamento!
segunda-feira, 28 de junho de 2010
AOS FILHOS COM AMOR .......
(Atividade em excesso prejudica desenvolvimento da criança)
Posted: 28 Jun 2010 04:24 PM PDT
Educar um filho não é tarefa fácil. Pesquisa da Universidade de Montreal, no Canadá, indica que crianças que passam muito tempo vendo TV têm dificuldades em Matemática. Outros estudos apontam que excesso de videogame é prejudicial e há os que garantem que os jogos eletrônicos auxiliam a visão. O que fazer diante de tanta informação?
Especialistas afirmam que o ideal é dosar as atividades, alternando tarefas que trabalhem os dois hemisférios do cérebro: o esquerdo, responsável pelo pensamento lógico, e o direito, mais criativo e sonhador.
“Para um bom desenvolvimento intelectual e social é importante mesclar atividades que estimulam os dois lados do cérebro, como jogos de lógica ou pintura”, recomenda a coordenadora do curso Daniel Azulay, Vânia Januário.
Ela lembra que, enquanto desenha, por exemplo, a criança trabalha a sensibilidade, a percepção e a intuição, características que podem ser um diferencial no futuro. “Essas habilidades reforçam a autoestima, fundamental para a vida toda”.
Educação infantil
Neurologista da infância e adolescência, Marco Antônio Arruda afirma que os pais devem procurar sempre dosar a tecnologia com a criatividade. “As crianças da era digital encontram-se talvez mais aptas a se relacionar através de um teclado do que com a fala, o olhar e o toque. É importante desenvolver a linguagem não verbal, reconhecer sentimentos através da face e dos gestos, interagir com diferentes grupos sociais, aprender a escutar, expressar suas emoções e ser empática. Por outro lado, estudos indicam que as que lidam com computador têm maior concentração e melhores habilidades cognitivas”.
O médico explica ainda que o cérebro é um órgão dinâmico, que deve ser esculpido. “O cérebro não nasce pronto. Precisa ser estimulado e moldado. É como uma cidade com ruas e avenidas. Se você não colocar carros para andarem nas ruas, elas se fecham. Contar histórias, por exemplo, pode parecer uma atividade meramente lúdica, mas estimula o desenvolvimento de atividades de sequenciação e organização”.
Estresse e ausência dos pais: vilões
O estresse libera o hormônio cortisol, que provoca a morte das células do hipocampo, área do cérebro responsável pela memória de longo prazo. Portanto, nada de cobranças excessivas.
“Criança precisa mais dos pais do que de diversas aulas extracurriculares. Talvez seja melhor jogar bola com ela, cantar, brincar, do que colocá-la em aulas. Claro que se ela quer tocar instrumento ou fazer algo específico, fará aula. Mas se for muito cobrada, pode ter transtorno de ansiedade”, diz o psiquiatra Fábio Barbirato.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
MEMÓRIA OU SERÁ MEMÓRIAS..........
Artigos
edição 140 - Setembro 2004
O mosaico das memórias
por Sidarta Ribeiro
Instituto de Arte, Chicago
Georges Seurat, Um domingo na grande jatte, 1884
Coletamos ao longo da vida um imenso repertório de memórias em nossas mentes. Pessoas, lugares, eventos, estórias, habilidades variadas e muitos detalhes triviais. Como é possível seguir acumulando informações por tanto tempo, sem confundi-las ou esquecê-las no caminho? Como é possível evocar a textura fina dos fatos passados, muitas décadas depois de sua ocorrência? Que mecanismos permitem-nos modificar lembranças antigas de maneira seletiva, sem causar danos às lembranças associadas? De que matéria resistente e plástica são feitas as memórias?
Sabemos hoje que as memórias residem na vasta rede de células excitáveis que compõem o sistema nervoso, os neurônios. Cada neurônio se interliga a milhares de outros por intermédio de microestruturas chamadas sinapses. São estes minúsculos pontos de aproximação inter-celular que permitem a propagação em cascata da excitação neuronal. Embora a distância sináptica entre duas células seja muito pequena, raramente verifica-se um contato físico direto.
A grande maioria das sinapses apresenta uma separação celular da ordem de 20 nanômetros. Nestes casos, a transmissão da ativação de uma célula a outra é unidirecional e baseia-se na difusão de neurotransmissores, moléculas liberadas por um neurônio pré-sináptico capazes de ativar receptores químicos na célula pós-sináptica. Dependendo dos tipos de neurotransmissores e receptores envolvidos, tal processo pode determinar tanto a excitação quanto a inibição das células pós-sinápticas. Qual é a relação entre a transmissão sináptica e a formação de memórias?
Quando uma sinapse é estimulada com alta frequência, observa-se um aumento subsequente de sua eficácia de transmissão, isto é, a célula pós-sináptica passa a responder de forma aumentada a um estímulo pré-sináptico. Por outro lado, uma estimulação de baixa frequência resulta na redução prolongada da transmissão sináptica. Tais efeitos, conhecidos respectivamente como potenciação e depressão de longo prazo, conferem às sinapses uma memória fisiológica dos eventos recentes. A potenciação de longo prazo permite que sinapses muito utilizadas se tornem mais fortes ao longo do tempo. Da mesma forma, a depressão de longo prazo enfraquece sinapses pouco utilizadas.
Recentemente demonstrou-se que a estimulação de sinapses isoladas causa um fortalecimento local, sem alteração das sinapses vizinhas (Matsuzaki et al., 2004, Nature 429: 761-766). O truque por trás desta façanha tecnológica foi a utilização de neurotransmissores sintéticos que se tornam ativos apenas quando iluminados por lasers de alta precisão. Este método revelou que a estimulação de sinapses isoladas causa uma expansão persistente e tópica do volume pós-sináptico. Esta expansão converte sinapses imaturas, pequenas, fracas e instáveis em sinapses maduras, grandes, fortes e estáveis. Assim, a estimulação de redes neuronais específicas causa modificações morfológicas ao longo de toda a trajetória de ativação sináptica, resultando na estocagem duradoura dos padrões de excitação neuronal aos quais chamamos memórias. Considerando que o cérebro humano contém cerca de 100 bilhões de neurônios, que cada neurônio tem cerca de 10 mil sinapses, e que cada sinapse pode ser potenciada ou deprimida com várias magnitudes diferentes, não é difícil conceber que nossa estupenda capacidade de memorização reflete o pontilhado combinatorial da codificação sináptica. Que aspecto têm as memórias? Se fossem as telas de um pintor, este seria Seurat.
Sidarta Ribeiro é Ph.D. em neurobiologia pela Universidade Rockefeller e pesquisador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal (IINN). Fez pós-doutorado na Universidade Duke (2000-2005) investigando as bases moleculares e celulares do sono e dos sonhos e o papel de ambos no aprendizado.
AVANTE !SANCHO PANÇA
Artigos
edição 147 - Abril 2005
O caso de Dom Quixote
A obra de cervantes, escrita há 400 anos, mantém-se um desafio tanto para médicos quanto para psicanalistas.
por Moacyr Scliar
Este ano assinala o quarto centenário de El ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha, ou simplesmente Dom Quixote. Sua vasta influência em nossa cultura só é superada pela Bíblia em número de traduções. O autor, Miguel de Cervantes Saavedra, satirizava os romances de cavalaria então muito populares. O protagonista, o já idoso Alonso Quijano, torna-se cavaleiro, cavalga o esquelético Rocinante acompanhado do escudeiro Sancho Pança. Percorre os caminhos da Andaluzia em busca de aventuras. E aí luta com moinhos de vento pensando que são gigantes, corteja uma aldeã como se ela fosse a dama Dulcinéia del Toboso, e vê em prostitutas belas donzelas.
Era Dom Quixote maluco, e, se era, de que doença mental padecia? A pergunta se justifica. Cervantes era filho de médico e sem dúvida familiarizado com enfermidades. Thomas Sydenham, médico do século XVII conhecido como o Hipócrates inglês, dizia que Dom Quixote era um grande tratado médico, e de fato não são poucas as doenças ali mencionadas: sífilis, lepra, problemas intestinais. Quixote prescreve remédios vegetais e acredita sobretudo no que chama de bálsamo de Ferrabrás. Também recomenda, como era comum à época, a sangria como tratamento para a pletora, o excesso de sangue. Prevalecia então a teoria humoral, segundo a qual os distúrbios mentais eram resultado do desequilíbrio dos chamados humores. Dom Quixote era um melancólico; teria excesso de bile negra.
Mas ele tinha também ataques de fúria, que resultariam da bile amarela (na linguagem de hoje, seria um bipolar). No século XVIII um novo termo será empregado: monomania, caracterizada por idéias obsessivas e fantasiosas. Jean Ettienne Esquirol, sucessor de Pinel, concordava com seu diagnóstico e observava que a monomania na Europa tornara-se muito comum após as Cruzadas.
A nomenclatura mudou de novo e, no começo do século XX, Quixote era diagnosticado como portador de paranóia crônica, ou seja, mania de perseguição, mas com um componente de megalomania. O médico alemão Ernst Krestchmer tratava de correlacionar o tipo físico com a doença mental. Magro e alto, Quixote seria um esquizotímico, um introvertido sujeito a delírios. Eram tantos os diagnósticos, que surgiram os "cervantistas", médicos que estudavam o Cavaleiro da Triste Figura.
A eles juntaram-se, no início do século XX, os psicanalistas. Freud era um grande admirador de Cervantes e chegou a aprender espanhol para ler a obra. Fascinavam-no sobretudo os diálogos entre Quixote e Sancho, entre a fantasia e a realidade. Naquele momento de sua vida Freud estava empenhado na tarefa - em certa medida quixotesca - de consolidar a psicanálise como terapêutica e como corrente de pensamento. Esse interesse de Freud teria repercussões no Brasil, onde, no início dos anos 20, foi fundada a Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, graças a Francisco Franco da Rocha e Durval Marcondes. Com este último, Freud pôde corresponder-se - devido ao conhecimento do espanhol.
A obra de Cervantes é um desafio para a psicanálise. Em Madness and lust (Loucura e desejo) a psicanalista Carroll B. Johnson conclui que Dom Quixote tem desejos sexuais reprimidos resultantes da convivência com a jovem sobrinha. Para defender-se da tentação ele refugia-se na imagem idealizada de Dulcinéia.
O paradigma que Dom Quixote representa continua bem vivo. Todo utópico é um quixotesco. Em que medida isto é elogio, em que medida é diagnóstico, continua sendo discutido. O certo é que, deitado no divã, Dom Quixote faria as delícias de muitos analistas. Desde que não atacasse o ventilador de teto, claro.
Moacyr Scliar é médico, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras.
É SEMPRE BOM SABER -
Os conflitos que a TDAH gera em adolescente e adulto
Tratar o mal é mais fácil do que tentar escondê-lo
Publicado em 23/7/2008
Muito tem se falado atualmente sobre o TDAH. O grande interesse não é só da sociedade, mas também de pesquisadores, médicos, psicólogos e educadores, devido aos prejuízos que sabidamente o transtorno de déficit de atenção costuma ocasionar na vida de seu portador, que na grande parte das vezes desce , literalmente, o morro abaixo , num looping negativo , do tipo espiral decrescente .
Não é à toa que, provavelmente, nenhum outro distúrbio tenha sido tão estudado nos últimos tempos quanto o TDAH, que atinge cerca de 5 a 10% das crianças em idade escolar, causando grande impacto na infância, juventude e na idade adulta. Pesquisa criteriosa feita no Brasil pela equipe do Prof. Rhode, encontrou uma incidência de 5,8% nos nossos jovens de 12 a 14 anos. Os estudos mostram também que aproximadamente 60 a 70% das crianças com TDAH evoluirão com sintomas da doença na vida adulta, onde a prevalência mundial para essa faixa etária (adultos) gira em torno de 4%, número bastante expressivo, por sinal.
Uma pergunta emerge prontamente:
onde estão os adolescentes e adultos portadores de TDAH? Infelizmente, a grande maioria deles nem sabe que tem o transtorno. Na verdade, a maioria nunca ouviu falar de TDAH. As pesquisas mostram que apenas uma pequena parcela dos nossos adolescentes e adulto recebe diagnóstico correto, algo em torno de 8%.
Dos que recebem tratamento, a maioria ainda é submedicada. Não é novidade em nenhum país do mundo, que o transtorno acomete de modo adverso a qualidade de vida, não só do portador, mas também de toda a família envolvida na situação, exigindo de todos um grande esforço para entender e lidar com os sintomas do transtorno. Não é fácil conviver com o indivíduo portador de TDAH e muito menos fácil é ser próprio portador. Tanto, que entre portadores de TDAH, o número de divórcios beira quatro vezes mais, quando comparado à população geral. As brigas são constantes, as queixas inúmeras, a falta de dinheiro quase sempre é a regra. Tudo fica decepcionante, frustante e desanimador. Dentre as discórdias amorosas, são comuns as queixas de atrasos freqüentes, mudanças de plano sem aviso prévio, esquecimentos de datas importantes (aniversário de namoro ou de casamento), falta de atenção quando o/a parceiro/a está de roupa nova, quando o computador se torna mais importante que ela, da falta de autocontrole, etc.
Sabemos que o transtorno é caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade, que associados ao prejuízo das funções executivas, característicos do TDAH, geralmente transformam a vida do portador em um verdadeiro caos, às avessas , não raro levando o indivíduo a querer fazer tudo e ao mesmo tempo, o que os deixa com muitas tarefas iniciadas e inacabadas, causando um grande sentimento de frustração, irritabilidade, impotência, entre outros.
S., 29 anos, dois de casada, trabalha como agente administrativa há oito meses em um órgãopúblico, após ter pedido demissão do emprego para ficar em casa estudando (o que levou mais de quatro anos) até passar em um concurso público. Nesses quatro longos anos, conta S., teve que enfrentar a cara feia do marido, que precisou fazer hora extra no trabalho três vezes por semana, para poder dar conta do aumento dos gastos na família. Segundo S., o marido não a compreende, é injusto e impaciente. Por sua vez, o marido se defende, dizendo que S. fez vários vestibulares, custou a se decidir qual profissão queria, só concluindo a faculdade após ter trancado outras duas que havia passado e iniciado, anteriormente. - E agora, depois de tanto sacrifício para ter o diploma, eu acho que ela deveria trabalhar na sua profissão e ir estudando em paralelo , desabafou ele, mostrando-se cansado da instabilidade da esposa e das brigas que cada vez eram mais constantes em casa. Ficou evidente que o esposo tinha as suas razões também. O problema maior é que S. só conseguiu passar para um concurso de 2º grau, onde o salário era muito pequeno. E S. estava muito insatisfeita, deprimida, irritada, chorando sem parar e dizendo que odiava aquele trabalho monótono e burocrático. S. foi me procurar no consultório para me pedir uma licença, pois há mais de três semanas que tem chegado atrasada e que está com o serviço todo por fazer.
E como se não bastasse, para completar , disse que o marido estava frio e estranho há algum tempo e que ela achava que ele a estava traindo com outra mulher (muita lágrima & muito choro rolaram nas sessões de S.). E é por caminhos íngremes e sinuosos assim que o portador do TDAH anda e tropeça. Tropeça e cai. Cai, se machuca e se fere, numa espiral decrescente de vida.
E as histórias se repetem, sempre trazendo à baila vidas que não fluem como poderiam, o potencial que não consegue ter sido aproveitado plenamente (apesar da inteligência) como deveria, a vida sem dinheiro apesar de já ter feito tanta coisa, o salário tão baixo, pra quem estudou tanto, e por aí vai.
Sabe, aquele/a adolescente que tranca a faculdade para fazer um intercâmbio e que volta sem vontade de retomar os estudos? Ou aquele rapaz/moça que pára os estudos e vai trabalhar como garçon/babá nos EUA e volta com uma atrás e outra na frente? Aquele/a adolescente que se forma, aos trancos e barrancos, mas diz que não gosta do que fez e que por isso não vai trabalhar na profissão? Aquele sujeito que interrompe os estudos, mesmo que pagando o preço de trabalhar duro em qualquer coisa, só pra calar a boca dos pais? O filho/a que trabalha pouco e ganha pouco e que nunca consegue o suficiente para se sustentar, vivendo anos e anos na casa dos pais? O/A adolescente que bebe/fuma em excesso desde nova? É claro que o TDAH não é o responsável por todos esses casos, e que nem todos os portadores de TDAH apresentam evoluções assim, mas fique atento! Sempre que um profissional atender casos semelhantes aos citados acima, é imperioso que se faça uma triagem para o TDAH. Porque é maios ou menos assim que muitos jovens e adultos poderão evoluir na vida. Lembrar que o TDAH é uma das condições que geram uma ou várias limitações na vida.
Nos dias de hoje, com milhares de pesquisas científicas feitas sobre o TDAH ao longo do mundo, fica inadmissível que um profissional deixe passar um portador de TDAH sem diagnóstico correto. Fique claro que o TDAH/DDA deixa seqüelas emocionais crônicas em seu portador, como sentimento de fracasso precoce, baixa auto-estima e autoconfiança, sentimento de humilhação, instabilidade, descrença de si próprio, autocomiseração, entre outros tantos.
Pensando nas crianças com TDAH, contribui para dificultar a vida delas o fato da vida fluir sob um ritmo tão acelerado e bem diferente do passado. As crianças modernas são bombardeadas por múltiplos estímulos e informações provenientes de veículos de comunicação como a televisão, o computador e a mídia em geral. Elas são superestimuladas a cumprirem uma agenda cheia e que exige um comportamento acelerado. Quando o ideal seria justo o contrário, ou seja, elas poderem desenvolver o autocontrole para executar uma tarefa de cada vez. Outro fato relevante é que muitas crianças e adolescentes vivem confinados em apartamentos, são transportados por veículos (quase nunca andam a pé) e muitas escolas não possuem espaço livre para correr, pular, brincar e extravasar energia, tão importante para quem possui o transtorno. Portanto, eles encontram mais dificuldade para acompanhar as exigências de um mundo cada vez mais competitivo, tornando-se alvo de atenção dos pais e educadores e não raro, são cada vez mais considerados problemáticos e o pior, são rotulados de incompetentes, irresponsáveis, preguiçosos e tantos outros adjetivos negativos que fazem a auto-estima desabar de modo vertiginoso, surgindo desmotivação ou até mesmo depressão ou outro problema emocional ou psiquiátrico, ao que chamamos comorbidade.
A presença de comorbidades, no caso do TDAH, é a regra, e não a exceção. No TDAH, as comorbidades mais importantes são os transtornos de ansiedade, os transtornos do humor, o uso abusivo de álcool e ou drogas, os transtornos de conduta, a postura opositiva, os transtornos de aprendizado, os tiques, etc. O TDAH é reconhecido oficialmente por todos os países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, seus portadores são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola. O TDAH é um transtorno neurobiológico, fundamentalmente de causa genética, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Sabemos que pessoas que possuem o Transtorno de déficit de atenção e/ou hiperatividade têm dificuldades em prestar atenção, controlar suas emoções e as atividades excessivas. Existem três tipos de TDAH, o desatento, o hiperativo e o tipo combinado (desatento e hiperativo). A falta de atenção sustentada é um problema. Por exemplo, a pessoa não mantém a atenção por muito tempo numa reunião, ao ler e ao escrever, parece que está no mundo da lua, se distrai com qualquer estímulo externo e não sabe de que ponto parou para reiniciar, e em conseqüência muda de atividade freqüentemente, deixando as coisas por terminar. Também perde muitos objetos por causa da sua desorganização.
A hiperatividade é caracterizada pela dificuldade que a pessoa tem de esperar sua vez numa fila ou de falar na sua hora, interrompendo conversas. Fala sem parar e mexe-se constantemente, apresenta problemas para dormir, é impaciente e irritável e parece que está sempre a mil por hora .
A impulsividade se traduz pela dificuldade em inibir comportamentos inadequados. Costuma-se falar e tomar atitudes sem pensar, o que muitas vezes cria problemas de relacionamento e até rejeição por parte das pessoas. Primeiro agem, para depois refletirem. Sofrem muito mais acidentes de carro e costumam dirigir perigosamente, em alta velocidade, além de apresentar mais problemas no trabalho e não gostarem de se submeter a regras e rotinas.
É bom lembrar que tais comportamentos podem fazer parte da vida de qualquer pessoa, ou seja, que sintomas isolados não fazem o diagnóstico do TDAH. Só quando os sintomas estão presentes de forma exagerada e prejudicial em vários setores da vida (escolar, familiar e social) é que pode-se pensar na possibilidade de TDAH. Quem nunca viu uma criança super agitada que não pára quieta, com uma energia ilimitada e que age sempre sem pensar? Seu
comportamento é impulsivo e desafiador, ela se arrisca constantemente criando muitos problemas por onde passa. Não respeita as regras e não consegue esperar por recompensas. E aquela criança que é desatenta, sonhadora, que não consegue arrumar seus pertences, parece que não ouve quando se fala com ela, também é impopular, pouco motivada, retraída e com dificuldades no aprendizado? Essas e outras podem ser situações bastante comuns no mundo do TDAH da criança.
É crucial que programas informativos sejam elaborados para os pais, familiares e Educadores, para que o diagnóstico seja feito ainda na infância, pois caso contrário, mais jovens padecerão dos sintomas do transtorno e conseqüentemente, mais e mais adultos também.
Evelyn Vinocur é psicoterapeuta cognitivo comportamental. Atua na área de saúde mental de adulto e é especializada em saúde mental da infância e adolescência.
Para saber mais, acesse: www.evelynvinocur.com.br
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[ Evelyn Vinocur]
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Especialidade: Neuropsiquiatra e psicoterapeuta
EFEITOS DA MENTE HUMANA
TDAH causa isolamento e preconceitos ao longo da vida
O mal deixa seus portadores fragilizados e inferiorizados
O profissional da área de saúde mental tem recebido em seu consultório um número cada vez maior de crianças, adolescentes e adultos com queixas de ordem emocional e ou comportamental associadas principalmente a problemas de atenção e ou aprendizagem.
Crianças dispersas e com dificuldades escolares e de sociabilização até então eram vistas na grande maioria dos casos, como conseqüentes à educação permissiva e sem limites pelos pais, ou por pais protetores em excesso, ou até mesmo por falta de umas "boas palmadas" ou problemas do próprio sistema educacional. De qualquer forma, a conseqüência sempre era mais ou menos a mesma: criança super rotulada, vivenciando o preconceito "na pele" acabava apresentando a "síndrome da desmoralização" e do "desamparo aprendido", secundárias ao fato de se sentir (e ser vista como) uma criança-problema, diferente, sem futuro, "uma criança desacreditada" dentro de seu próprio meio...
São crianças que sentem a dor do fracasso e da solidão muito precocemente e que sentem humilhação, vergonha e impotência diante de seus pares, cada qual seguindo a vida, enquanto para elas, a vida se mostrando cheia de muralhas intransponíveis...
À medida que os anos vão passando, essa sensação "de ser desacreditado" associada à percepção de "ser menos", vai fazendo com que essa criança ou esse jovem ou esse adulto acabe achando mesmo que "ele não vale a pena de ser investido" ou seja, ele opta por "jogar os panos" e tal qual aos outros, acaba por não acreditar mais em si mesmo, gerando aquilo que chamamos de "síndrome do desamparo aprendido": a própria criança já "não se leva mais à sério", e cada vez mais vão aumentando os "rombos" e as seqüelas emocionais em seu psiquismo, com conseqüente devastação em sua auto-estima, auto-confiança e auto-imagem.
Ora, vamos nos colocar no lugar de uma pessoa que não está conseguindo enxergar aquilo que lê - tudo fica embaçado e turvo. Ou como alguém que tenta entender como se resolve uma determinada tarefa e que não está conseguindo entender. Se essa condição ocorrer quase todo dia, ao final de um tempo, certamente essa pessoa vai ficar com pavor da tal situação. E é assim que muitas crianças e muitos jovens acabam por desistir da escola, não concluindo sua escolarização. Muitos pais costumam dizer: - O meu filho não aprende nada porque ele não gosta de estudar! E eu sempre respondo com veemência: NÃO!! O seu filho não gosta de estudar porque ele não está conseguindo aprender !!!!
Hoje em dia sabemos que um grande número de pessoas que apresentam sintomas como os descrito acima, tem chance de ser portador do TDAH transtorno do déficit de atenção e hiperatividade condição ainda pouco conhecida e que vem sendo muito estudada e melhor entendida nos últimos anos, com o avanço da neurociência, da genética e dos estudos de neuropsicologia e cujo tratamento é bastante eficaz. A maioria das crianças, jovens e adultos quando corretamente tratados, passam a gostar de estudar e ler. E uma vez que passam a aprender, passam a gostar de estudar. E as chances de uma vida mais plena e mais feliz ficam muito mais concretas.
Resumindo, o TDAH ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é uma condição neurobiológica, de inicio precoce, bastante prevalente em crianças de idade e adolescentes, com prevalência em torno de à 5 a 10% da população escolar. Quando não tratada precocemente, pode evoluir de modo adverso, numa espiral decrescente. Na prática, vemos que a vida do portador de TDAH que não é tratado, tem grandes chances de evoluir com insucessos crônicos e auto-estima baixa. Por isso, hoje em dia, é inadmissível que um paciente portador de TDAH seja atendido pelo médico sem que seja feito o diagnóstico de TDAH. É super importante o diagnóstico precoce e o tratamento correto. É bom lembrarmos que crianças e jovens não tratados, vão evoluir com sintomas na vida adulta em cerca de 50 a 60% dos casos.
Evelyn Vinocur
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Evelyn Vinocur
Especialidade: Neuropsiquiatra e psicoterapeuta
É SEMPRE BOM SABER -
População brasileira desconhece o significado do TDAH
Apesar de ser um mal comum, poucos conhecem o tratamento
Publicado em 26/6/2008
Milhares de crianças, adolescentes e adultos, portadores do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, também conhecido como TDAH, e seus familiares, padecem diariamente em virtude do impacto adverso gerado pela presença do transtorno não tratado. E pior, na maior parte dos casos, tanto a família como o portador sequer ouviu falar do TDAH. E a vida dessas pessoas segue arrastada , cheia de tropeços e dificuldades, ano após ano, sem que nenhuma medida seja tomada, até porque é muito comum as pessoas acreditarem que a vida é assim mesmo, que o sofrimento faz parte da vida, e que viver não é fácil. Mas o que não era nem cogitado é que toda aquela vida difícil e ruim pudesse ser a retratação de um estado de adoecimento, e o melhor, com todas as chances de um tratamento bastante eficaz.Lamentavelmente, o desconhecimento do TDAH ainda é muito grande, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Essa idéia de que as nossas crianças e os nossos adolescentes são hipermedicalizadas é uma idéia errônea acerca do TDAH e que não retrata a nossa realidade. As pesquisas mostram que só um pequeno percentual de crianças é medicado no
Brasil e ainda assim, que a maior parte delas é submedicada, ou seja, tomando subdoses do medicamento específico, o metilfenidato, que é o medicamento padrão ouro e de alto poder de eficácia para o tratamento do TDAH. Vale dizer que o metilfenidato é um medicamento aprovado pelo FDA e ANVISA para o tratamento do TDAH em crianças maiores de seis anos. No Brasil, temos o metilfenidato com os nomes comerciais de Concerta e Ritalina. O primeiro, de ação prolongada, e o segundo, com duas apresentações, uma de ação rápida e outra de ação prolongada.
Assim, no intuito de se saber o real grau de conhecimento do TDAH no Brasil, um grupo brasileiro de especialistas de referência em TDAH, realizou uma pesquisa em todos os estados, tanto nas capitais como em cidades do interior (Jornal Brasileiro de Psiquiatria, volume 56, suplemento 1 2007; 9-13). A conclusão foi muito aquém do esperado, ou seja, todos os participantes revelaram idéias equivocadas e não respaldadas cientificamente sobre o TDAH, fato que possivelmente contribui para um maior atraso nos diagnósticos e tratamentos adequados. A pesquisa foi dividida entre a população geral, entre os educadores, entre os psicólogos e entre médicos (neurologistas e pediatras). Mais de cinqüenta por cento de todos os grupos acharam que o TDAH seria causado por problemas de educação por pais ausentes e sem limites. E mais da metade dos grupos concordaram que o TDAH poderia ser tratado só com psicoterapia ou através de esportes. Diante de tantos mal-entendidos, torna-se urgente a criação de meios de divulgação cientificamente validados para toda a sociedade de um modo geral, sobre o que é o TDAH, como ele se manifesta no dia-a-dia e como lidar com o transtorno em casa e na escola ou no trabalho.
Hoje, já se sabe que uma educação sem regras e limites não causa TDAH, para alívio dos papais e das mamães que durante tantas décadas foram culpabilizados por serem a causa do transtorno em seus filhos. O que ocorre é que, sendo o TDAH uma condição biopsicossocial, o mesmo vai depender da interação de fatores genéticos (90% predominantes) e ambientais, desde que a pessoa tenha predisposição genética para o TDAH. O que pode ocorrer em alguns casos é que se a dinâmica familiar for muito desestruturada, essa condição pode servir de gatilho para o aparecimento dos sintomas de TDAH, mas nunca a sua causa.
O site da Associação Brasileira de Déficit de Atenção é um local confiável de acesso a todas as informações sobre o TDAH.
Evelyn Vinocur é psicoterapeuta cognitivo comportamental. Atua na área de saúde mental de adulto e é especializada em saúde mental da infância e adolescência.
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quinta-feira, 24 de junho de 2010
LINGUAGEM
Aprenda a observar o comportamento do seu filho
Rebeldia, preguiça, falta de atenção ou de força de vontade?
Alguns sintomas são nítidos e podem revelar que o seu filho pode ser portador de TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Uma condição neurobiológica freqüente, acometendo ambos os sexos e todas as idades, com prevalência de 5 a 10% de crianças em idade escolar em todo o mundo.
O que há alguns anos poderia parecer rebeldia, preguiça ou falta de interesse e força de vontade, foi identificado há quase um século e hoje sabemos que se trata de um transtorno provocado por alterações no desenvolvimento de algumas áreas cerebrais.
Ao contrário do que se imaginava, o TDAH não é uma condição inocente e benigna . Em virtude do significativo impacto adverso causado ao longo da vida, em que se pese, entre outros, o sentimento de fracasso precoce relatado por grande parte de seus portadores, o TDAH é uma condição séria que exige diagnóstico precoce e tratamento correto.
Vários pacientes relatam que passaram anos sendo chamados de preguiçosos, desmiolados , sem futuro , no mundo da lua , a mil por hora , etc., tanto por conta dos problemas escolares que apresentavam como pela dificuldade que tinham em obedecer a seus pais, professores e de seguirem regras.
Em casos como esses, a vida costuma evoluir de modo disfuncional e desadaptativo, muito aquém do esperado, com o aparecimento de múltiplas seqüelas emocionais, insucessos crônicos, sob uma espiral decrescente de vida.
Como posso saber quem tem o TDAH?
O TDAH tem três grandes eixos sintomatológicos, o de desatenção, o de hiperatividade e o da impulsividade. Quem apresentar alguns dos sintomas abaixo, causando sofrimento, prejuízos e queda no rendimento diário e na qualidade de vida, pode ter o TDAH e deve ser submetido a uma avaliação médica.
Sintomas mais comuns de desatenção:
Freqüentemente: não presta atenção a detalhes, erra por descuido nos deveres escolares ou outras atividades, dificuldade em manter a atenção em tarefas ou jogos, parece não escutar o que lhe falam, não obedece a instruções passo-a-passo, não completa deveres ou tarefas, dificuldade de se organizar em trabalhos ou atividades, evita ou reluta em envolver-se em tarefas que exigem esforço mental prolongado (deveres escolares ou trabalhos de casa), perde objetos necessários para suas atividades (brinquedos, deveres escolares, lápis, livro, óculos, celular, etc.), se distrai facilmente devido a estímulos externos, esquece-se freqüentemente de suas atividades diárias, entre outros.
Sintomas mais comuns de hiperatividade e impulsividade:
Freqüentemente: mexe as mãos ou os pés ou se revira na cadeira, se levanta em sala de aula ou em outras situações nas quais o esperado é que ficasse sentado, corre ou sobe em locais inadequados (em adolescentes ou adultos, pode se limitar a uma sensação subjetiva de inquietação), dificuldade em brincar ou praticar qualquer atividade de lazer sossegadamente, está sempre muito ocupado ou age como se estivesse "elétrico", fala em excesso, responde precipitadamente antes de ouvir a pergunta toda, dificuldade em esperar sua vez, interrompe ou se intromete na fala dos outros, entre outros.
Outros sintomas comuns:
Auto-estima baixa, sonolência diurna, pavio-curto, explosões afetivas, estado emocional pode oscilar várias vezes ao dia, prejuízo nas funções executivas (planejar, focar, decidir, realizar trabalhos e metas, etc.), dificuldade de auto-controle, de inibir comportamentos inadequados, dificuldade de gerenciamento do tempo e de se motivar para iniciar o dia e para tarefas de baixa motivação ou de recompensa tardia.
Como tratar?
O tratamento é fundamentalmente medicamentoso e o medicamento de primeira linha é o metilfenidato (padrão-ouro), que tem alto poder de eficácia e é aprovado pelo FDA e ANVISA. É realizado pelo médico, geralmente o psiquiatra especialista em saúde mental da infância e adolescência (ou o neurologista ou pediatra especializados no assunto). Pode incluir a psicoeducação, orientação e suporte a pais e educadores, feitos por psicólogo. Em alguns casos, é necessário um tratamento mais abrangente, com a intervenção de psicopedagogo e ou de fonoaudiólogo. Parcerias indesejáveis Em 2/3 dos casos, o TDAH não vem sozinho.
Outras condições psiquiátricas aparecem no curso da doença, dificultando o diagnóstico e prognóstico, como os transtornos do humor (depressão, distimia, transtorno do humor bipolar), transtornos de ansiedade (ansiedade generalizada, ansiedade de separação, medos e fobias, enurese noturna) tiques, Síndrome de Tourette, transtorno obsessivo compulsivo, transtornos de aprendizagem (dislexia, discalculia, disortografia), transtorno opositivo desafiador, transtorno de conduta, abuso de álcool e ou drogas.
Essas parcerias, chamadas de comorbidades, precisam ser tratadas em paralelo ao tratamento do TDAH. No mundo inteiro, existem associações altamente respeitadas com o objetivo de estudar e divulgar o TDAH. No Brasil, temos a ABDA - Associação Brasileira de Déficit de Atenção, com sede no Rio de Janeiro.
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Evelyn Vinocur
Especialidade: Neuropsiquiatra e psicoterapeuta
ACABOU! E AGOR.A..................................
E agora, o amor acabou!
Saiba como reagir quando o sentimento se vai
Publicado em 25/9/2008
Vivemos constantemente em busca de alguém que nos ame, nos escute e nos faça sentirmos importantes, independentemente da beleza física. Muitas vezes essa procura é longa, mas um dia finalmente você encontra AQUELA pessoa, alguém que faça você se sentir no topo do mundo. É parte natural do processo de desenvolvimento humano ir mudando de opinião, interesse e ritmo no decorrer da vida, e para que um relacionamento permaneça inabalável, é ideal que as duas pessoas mudem junto.
Com o passar do tempo e da convivência percebemos que já não caminhamos mais lado a lado, e sim estamos indo em direção oposta um ao outro.
Chega então o dia em que o homem ou a mulher (quando não os dois) sente apenas um carinho pela outra pessoa, e não mais aquele fogo, aquela paixão arrebatadora. Fica o carinho e o respeito.
A partir desse momento, essa pessoa começa a sentir o irreversível desejo de se apaixonar novamente. De sentir um frio na barriga, de suar frio, de tremer quando se aproxima da pessoa desejada.
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente. (Martha Medeiros)
Aí então somos atingidos por uma tempestade de pensamentos negativos e todos os nossos traumas, inseguranças e sentimentos de solidão e de abandono que há tempos estavam esquecidos voltam a nos assombrar como fantasmas, fazendo o passado voltar a ser presente.
Quando agimos com humildade, e percebemos que aquela pessoa já não cabe mais na nossa vida (ou nós na dela), começamos a pensar que já estamos velhos demais para iniciar uma nova busca, que já não somos mais tão atraentes, que vai ser difícil alguém me aceitar como sou, e acabamos ficando estagnados, com medo de não encontrarmos outra pessoa e passarmos a vida inteira sozinhos, na mais completa solidão.
Mas não é pior o sentimento de estar sozinho tendo alguém do seu lado? Todos nós na vida temos o direito à felicidade de estar com uma pessoa que nos completa e nos faz sentir importante.
Se um amor chegou ao fim, cabe aos dois seguirem suas vidas, cada um para o seu lado, e começarem a jornada em busca da felicidade. Nunca é tarde para encontrar o amor, a vida dos dá todas as oportunidades de seguir em frente, de cabeça erguida em busca daquilo que queremos.
Claro que nem sempre é fácil uma separação, mas se a angústia e o sofrimento deram lugar ao amor, porque continuar? Mesmo que seja muito complicado o processo de separação, talvez este seja o passo principal para que ambos possam começar a ter aquela velha alegria de volta. Fomos feitos para amar e ser feliz e para isso que devemos viver, buscando o melhor para a nossa vida, sempre.
Lembrando que sempre é hora de ser feliz, nunca, mas nunca é tarde demais. Temos sempre um novo dia pela frente, e devemos vivê-lo da melhor maneira possível.
Quero, um dia, dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim e que eu sempre dei o melhor de mim... E que valeu a pena (Mario Quintana)
Tão bom quanto morrer de amor, é continuar vivendo. (Mario Quintana)
Milena Lhano é terapeuta floral, grafóloga e iridóloga.
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Milena Lhano
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É SEMPRE BOM SABER -
Os seus olhos revelam muito mais do que você imagina
Descubra todos os seus segredos através da iridologia
Publicado em 21/8/2008
Tem-se conhecimento que o médico Hipócrates, que viveu por volta de 400 anos A.C, já recomendava que se olhasse sempre na íris para ver se havia sujeira, mas foi no século XIX que o húngaro Ignatz von Peczely desenvolveu o diagnóstico pela íris, a iridologia. Quando criança, ele brincava com uma coruja que teve uma perna quebrada. Percebeu, então, que em determinado local da íris apareceu um sinal, que se amenizava a medida que a coruja se curava.
Depois de adulto, ao tornar-se médico, ele começou a observar que nos seus pacientes aquela coincidência se repetia e que determinados remédios geravam alterações na coloração da íris. Após muitos estudos, ele criou o primeiro mapa iridológico.No início do século XX, o americano Bernard Jensen aprofundou os estudos de Peczely, e desenvolveu um mapa onde está indicada a posição relativa de cada órgão representado na íris. A íris direita representa os órgãos que estão localizados do lado direito do corpo e a íris esquerda os que estão localizados
do lado esquerdo. Por exemplo: o fígado está representado na íris direita, o baço na íris esquerda. Já a tireóide está representada nas duas íris.
Podemos definir a iridologia como um método de diagnose feito através de uma análise minuciosa da íris, que nos revela o estado orgânico e as características mentais da pessoa, uma vez que há na estrutura da íris uma correspondência com o nosso corpo como um todo. Esse método nos promove uma valoração da qualidade orgânica e dos riscos de saúde que estão rondando o indivíduo, já que através dele podemos detectar o grau de inflamação e intoxicação do organismo, estágios agudos, crônicos e degenerativos das doenças em diversos órgãos entre outras debilidades.
Emocionalmente falando, a iridologia nos permite avaliar o grau de estresse, a tendência a depressão, os conflitos internos, como a pessoa reage às adversidades da vida, além dos órgãos de choque (parte do corpo que recebe as emoções mal - elaboradas e por isso, adoece). É importante você compreender que a iridologia não é uma adivinhação, mas uma maneira de avaliar a sua saúde e, portanto, deve ser feita em ambiente tranqüilo e com total privacidade para o examinado, que estará expondo não só a sua saúde, mas também as suas emoções.
Como é feita a consulta?
Primeiramente, é feita uma anamnese (pergunta-se para a pessoa o que ela sente e quais são os sintomas que vem apresentando) e em seguida são fotografadas as íris da pessoa; alguns profissionais fazem a análise na mesma consulta, e outros pedem que a pessoa retorne uma segunda vez, para que haja tempo de fazer um estudo mais aprofundado e correlacionar os órgãos afetados aos sintomas apresentados. Ambos os atendimentos duram em média, 50 minutos.
A iridologia substitui os exames clínicos?
Não, a iridologia não substitui exames laboratoriais, porém facilita a sua escolha. A constatação e comprovação da doença somente pode ser feita através de exames como a ultra-sonografia, tomografias computadorizadas, ressonância magnética e etc. A iridologia não é uma terapia e sim uma ferramenta de pré-diagnose, possibilitando ao profissional agir de forma preventiva e corretiva, indicando consulta médica, terapia floral, acupuntura, cromoterapia, homeopatia e psicologia, como tratamento auxiliar, promovendo uma integração entre profissionais de diferentes áreas de atuação.
A partir de qual idade a pessoa pode ser submetida a uma análise iridológica? Há alguma contra-indicação?
O olho está formado aos 6 - 7 anos de idade e na íris fica registrado o que chamamos de órgãos de choque ou órgãos de menor resistência, isto é, os órgãos que nasceram mais fracos. São esses órgãos que primeiro sofrem as conseqüências frente a uma agressão (trauma, estresse, desnutrição, etc...), e é a partir dessa idade que a pessoa pode ser analisada. Não podem ser avaliadas pessoas que possuem algum problema ocular como glaucoma, derrame, deslocamento da córnea, etc.
A análise vai me revelar com precisão a doença que eu tenho?
Pela íris não é revelado, por exemplo, se uma pessoa tem diabetes, mas sim que há deficiência no pâncreas, podendo ser, por exemplo, hipoglicemia (falta de açúcar no sangue) ou hiperglicemia (excesso de açúcar - diabetes). É possível saber, no entanto, se a doença está em estado agudo ou crônico, qual a emoção envolvida e, muitas vezes, qual o nutriente necessário para suprir a carência existente. Percebe-se, ainda, se a constituição física é boa ou ruim, as tendências, hereditariedades, o sistema imunológico, a capacidade do corpo de reagir a determinada doença, intoxicações, contaminações e etc.
Como são analisados os aspectos emocionais?
Os aspectos emocionais podem ser avaliados através da análise da representação da nossa área mental na íris, e da correlação entre os órgãos afetados, as características da personalidade, o histórico de vida da pessoa e a representação emocional do órgão de choque . Problemas no rim, por exemplo, estão relacionados aos nossos medos.
Quanto custa uma avaliação?
O valor depende da política do profissional, por isso, os preços podem variar de R$ 70,00 a até mais de R$ 500,00.
Conteúdo por:
[ Milena Lhano]
Milena Lhano
Especialidade: Terapia floral e fitoterapia
DESAPEGA VAI........
Quer emagrecer? Então desapega!
Pare de se sentir vítima do mundo e reaja em busca de objetivos
Publicado em 28/8/2008
Quando nos ressentimos, ou magoamos com alguém, significa que demos atenção demais aquilo que nos foi feito ou dito. Mas será que a intenção da pessoa foi realmente nos magoar?
Cada individuo tem enraizado em si valores e leis morais que julga completamente corretos, e que quando contrariados ou questionados, o fazem sentir raiva, culpa, ansiedade, medo e etc.
Por sermos únicos, cada pessoa sente o mesmo problema com intensidade diferente, que pode variar de acordo com os nossos registros internos. Para que esses registros sejam modificados, é necessário que busquemos o autoconhecimento e mudemos nossos pensamentos, palavras e atitudes.
Quando nos magoamos, sentimos auto-piedade e culpamos as outras pessoas pela nossa angústia e sofrimento, desejando inconscientemente sermos notados. As conseqüências de atitudes como essas podem ser a ansiedade e a carência. O hábito de beliscar comida o dia todo pode ser uma forma de aplacar o sentimento de ansiedade.
Toda vez que uma pessoa estiver engordando, ou tendo dificuldades para emagrecer, ela deve repensar em tudo o que tem vivenciado, se houve algum acontecimento marcante, ou se há um grande acúmulo de mágoas.
Problemas na tireóide podem significar o quanto a pessoa não se sente no direito de ser feliz. É como se o nosso corpo estivesse falando: "Todos podem ser felizes, menos eu.
Outras pessoas podem desenvolver uma camada de gordura como forma de proteção do mundo ameaçador e aplacar a carência gerada pela falta de contato com o outro. A pessoa carente pode usar além da comida, o cigarro, a bebida, as drogas e os remédios como válvula de escape.
Então, comece a exercer uma auto-análise (se necessário, procure o auxilio profissional) e comece a devolver os problemas que os outros colocam no seu colo, as provocações e os insultos. Desapegue-se de tudo aquilo que não te pertence, e só faz mal para você. E principalmente, liberte-se dos fantasmas do passado para que você possa vivenciar um futuro de paz, felicidade e literalmente, leveza.
Milena Lhano é terapeuta floral, grafóloga e iridóloga
Para mais informações, entre em contato: (11) 2028-0500 / lhano@uol.com.br
Milena Lhano
Especialidade: Terapia floral e fitoterapia
É SEMPRE BOM SABER -
Problemas no relacionamento prejudicam os filhos
As crianças sempre prestam atenção ao que acontece ao redor
Por Minha Vida Publicado em 25/9/2009
Muitas pessoas ainda carregam consigo a crença antiga que as crianças não prestam atenção e não percebem o que acontece ao seu redor. Baseados nessa crença é que muitos casais têm conversas sérias, discussões acaloradas e até agressões físicas na frente das crianças.
Porém, já é sabido e comprovado que as crianças são capazes de compreender tudo o que se passa ao seu redor, além de captar o clima do ambiente no qual estão inseridas. Ou seja, elas são capazes de perceber se estão vivendo em um local de paz e harmonia, amor ou discórdia, brigas e desunião.
Existem casais que chegam ao ponto de colocar as crianças no meio das chantagens que fazem com o parceiro (Ex: se você se separar de mim nunca mais verá o seu filho), ou incluí-los na discussão (Ex: Você está vendo o que o seu pai faz comigo; Não acredita na sua mãe que ela é louca). Como conseqüência disso os filhos adoecem, ficam agressivos, hiperativos ou apresentam queda de rendimento escolar. Mas a maioria dos casais dificilmente vê esses problemas como reflexo do relacionamento doentio que vivem e acabam vendo a situação da criança como mais um problema a ser solucionado.
Na ânsia de solucionar esse "novo" problema, os pais procuram profissionais para auxiliar a criança, mas não informam ao profissional a situação familiar, por acreditar que isso "não tem nada a ver; criança não entende nada". Quais as conseqüências dessa omissão? Crianças tomando antidepressivos e ansiolíticos fortes e psicólogos procurando distúrbios de atenção inexistentes, entre outros.
Por isso, aqui vai um alerta! Evite brigar na frente das crianças, ou colocá-las no jogo do casal, porque as crianças têm sim consciência do que se passa ao redor delas, ouvem as brigas dos pais e ficam perdidas quando são levadas a ficar contra o pai ou a mãe.
Brigas na frente de crianças também podem fazer com que os filhos percam o respeito pelos pais, briguem na escola, agridam os colegas e só conversem gritando. Isso ocorre por que as crianças tendem a reproduzir na rua aquilo que vêem em casa. Crianças (principalmente as muito pequenas) são como esponjas: captam tudo o que ocorre perto delas, para posteriormente reproduzir esses comportamentos.
É sabido que as crianças sofrem emocionalmente e psicologicamente quando os pais se divorciam, mas muitas vezes é mais saudável e benéfico para elas viver em harmonia com os pais separados, do que em guerra com eles juntos.
É importante que o casal adepto do pensamento "só não nos separamos porque as crianças vão sofrer" reflita sobre isso e pense se as crianças já não estão sofrendo; se elas já não estão apresentando alterações de comportamento como reflexo da falta de entendimento dos pais.
Caso o casal esteja em vias de se separar, procure um especialista para auxiliar a criança nesse processo, e evite compartilhar a sua raiva do parceiro com a criança para que ela não fique confusa ao praticamente ser obrigada a odiar alguém que ama. Saiba que quem não ama mais aquela pessoa é você, e para os filhos pai e mãe sempre são vistos com amor, admiração e respeito.
Conteúdo por:
[ Milena Lhano]
Milena Lhano
Especialidade: Terapia floral e fitoterapia
NO DIVÃ COM MARINA VASCONCELOS
Casamento por interesse: será que é um bom negócio?
Relações onde não há amor tendem ao fracasso
Publicado em 1/7/2009
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Vamos imaginar uma situação típica de casamento: você conhece alguém que lhe atrai, começa a namorar, vive uma paixão deliciosa, sente muito tesão, aproxima-se da família do outro, planejam o casamento, compram o apartamento... e acham que será tudo muito lindo e gostoso quando trocarem as alianças. Bem, nem sempre é assim, posto que a partir do momento que passam a viver juntos, convivendo com as diferenças e manias ou defeitos do outro (que antes não incomodavam por não fazerem parte do seu dia-a-dia), e passando pelas dificuldades do cotidiano comuns a todos, o humor muda, a paciência diminui, os conflitos começam a tomar forma e você começa a se questionar se fez a escolha certa.
Não quero dizer que casamento é só coisa ruim, de jeito algum, apenas pretendo frisar que conviver com outra pessoa requer maturidade, troca, disposição para abrir mão de certas coisas, paciência, tolerância, aceitação das diferenças, colocar-se no lugar do outro sempre, apoio mútuo, enfim, é uma oportunidade única de crescimento pessoal se ambos estiverem dispostos a isso.
Agora, se mesmo estando disposto e amando o cônjuge já é difícil passar por certas situações e colocar em prática tudo isso, imagine no casamento onde não há amor, onde tudo o que se almeja é o dinheiro do outro e as vantagens que este pode lhe proporcionar? Como será passar por dificuldades no relacionamento? Aonde ficará a paciência e a disposição em resolver possíveis conflitos numa boa, se não há o afeto que permeia a relação? E os filhos como serão criados? Que modelo de relação lhes será passado?
Direcionar sua vida em função do dinheiro pode lhe trazer terríveis conseqüências, a começar por não vivenciar uma relação saudável pautada no amor com alguém ao seu lado, estando fadada à miséria emocional, à não realização afetiva, e não aprendendo a lidar com situações de frustração ou falta, já que essa relação deve ser sempre "perfeita" para que o casal permaneça junto - não há espaço para a dificuldade financeira, qualquer passo em falso coloca tudo a perder, além de não existir interesse e investimento no aprofundamento da relação conjugal; ninguém pode falhar, qualquer situação que saia do previsto pode assumir proporções enormes, já que não há a aceitação do outro pelo que ele "é", e sim pelo que ele "tem".
Há pessoas que arriscam-se a mudar de país, acompanhando um marido estrangeiro que mal conhece, indo atrás da sedução de uma vida financeira farta em um país mais desenvolvido (dá status morar fora...), correndo o risco de isolarem-se nesses lugares desconhecidos, estando sempre à sombra de alguém, sofrendo o isolamento imposto por estarem longe dos amigos e familiares. Em muitos casos a solidão não suporta o novo estilo de vida. Finalmente, diria que se você pretende casar-se por interesse, que este seja por sua felicidade, por sua realização como pessoa, como ser humano, por querer crescer e experimentar um novo modo de dividir as coisas com alguém especial ao seu lado. Pois sabemos muito bem que o dinheiro ajuda bastante, mas não garante a felicidade de ninguém!
Marina Vasconcellos é psicóloga graduada pela PUC SP, com especialização em Psicodrama Terapêutico pelo Instituto Sedes Sapientiae, Psicodramatista Didata pela Federação Brasileira de Psicodrama (FEBRAP) e Terapeuta Familiar e de Casal pela UNIFESP
O QUE PREFERIMOS ESCONDER DE NÓS MESMO
Terapia de casal... Para quê?
Uma boa conversa pode ajudar a resolver todos os males
Publicado em 30/4/2009
Quando falamos em terapia, logo vem aquele velho preconceito à mente: Não sou louco para precisar de terapia . Infelizmente, ainda a maior parte das pessoas não tem a exata noção do que significa esse tipo de tratamento.
A terapia tem por finalidade que as pessoas parem tudo o que estiverem fazendo por um período de uma a duas horas semanais, para que se dediquem a olhar para si, para sua vida, suas relações com as pessoas; repensar suas atitudes e dificuldades, enfrentar sentimentos difíceis de se lidar, assim como perdas que devem ser elaboradas, enfim, é um momento onde a pessoa revê sua vida para melhorá-la e procurar ser mais feliz.
Para tanto, conta com a ajuda de um profissional formado e capacitado que, com sua escuta atenta e observadora, leva o indivíduo a olhar para dentro de si, descobrindo, assim, novas possibilidades de ação e e solução de conflitos.
A terapia de casal foca prioritariamente a relação, não aprofundando em questões internas de cada um separadamente. Porém, sabemos que para haver uma relação é necessário que duas pessoas com suas histórias de vida distintas se unam; portanto, cada uma será levada em conta, mas apenas no que diz respeito a aspectos que interferem na relação atual.
Na escolha do cônjuge sempre existem aspectos inconscientes envolvidos: nada se dá por acaso, algum ganho sempre está por trás de uma escolha. Por exemplo: é comum nos apaixonarmos por aqueles que mais parecem nossos opostos, não tendo nada em comum... No fundo, buscamos no outro o que gostaríamos de ter ou ser, e se um dia ele resolve mudar o seu jeito, a relação não faz mais sentido. Na verdade estamos nos relacionando com a parte idealizada de nós mesmos!
Outra fatalidade que comumente acontece é a vontade inconsciente de buscar no parceiro uma cópia do pai ou da mãe, e esperar que ele funcione de acordo com o que sempre se viu nos pais. Este tipo de relação está fadado ao fracasso, a menos que isso seja explicitado e trabalhado para que cada um seja aceito e admirado por aquilo que se é, como ser único.
Na terapia de casal temos a oportunidade de rever a vida a dois, muitas vezes desgastada pelo acúmulo de pequenos desencontros do dia-a-dia. É um espaço apropriado para facilitar o diálogo e a conseqüente resolução de conflitos, repensando, modificando e fortalecendo a relação conjugal.
Poderia dar aqui inúmeros exemplos de relações não saudáveis que se beneficiariam e muito com este trabalho, mas por uma questão de espaço, gostaria de chamar a atenção para aquilo que mais freqüentemente observo em meu consultório: cada vez mais testemunho o quanto a falta de diálogo deteriora as relações, assim como o entendimento equivocado da fala do outro com interpretações distorcidas acabam por levar a inúmeras e desgastantes brigas.
Não precisamos só saber falar, mas também saber ouvir o que o outro está dizendo e entender o verdadeiro conteúdo que está sendo comunicado. Numa terapia de casal, isso é detectado e treinado, para que os cônjuges possam transformar verdadeiramente sua relação em algo mais equilibrado e transparente.
Porém, há situações onde o desgaste já é tão grande, onde o amor já não existe, que o melhor mesmo é a separação. Essa também é uma das funções desta terapia, proporcionando ao casal um clima de maior harmonia e diálogo, para que a separação se realize de forma madura e responsável, e, caso haja filhos, que estes sejam minimamente afetados.
Se você sente alguma dificuldade em seu relacionamento conjugal, lembre-se de que o quanto antes elas forem resolvidas, maior a chance do casamento se reerguer, pois pequenos conflitos quando devidamente trabalhados podem ser motivo de crescimento para o casal, mas quando se tornam grandes podem não ter mais uma solução amigável.
Marina da Costa Manso Vasconcellos é psicoterapeuta, Especialização em Psicodrama Terapêutico, Psicodramatista Didata pela Federação Brasileira de Psicodrama (FEBRAP) e Terapeuta Familiar e de Casal pela UNIFESP
DE QUEM É A CULPA DA NOSSA INFELICIDADE
Não culpe os outros por sua infelicidade
Assuma a responsabilidade por seus fracassos
Publicado em 2/7/2009
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Algo comum nos relacionamentos é encontrarmos pessoas que culpam o parceiro por fracassos e frustrações suas, jogando nele a responsabilidade por sua infelicidade. Convivem por anos acumulando pequenas frustrações, abrindo mão de mais coisas do que gostariam, deixando de realizar atividades que proporcionavam prazer e alimentavam sua auto-estima, sempre em nome do casal: já que o outro não gosta disso, para evitar brigas, abre-se mão do desejo.
Isso pode ser uma grande armadilha. Com o tempo esses espaços vazios vão se avolumando, causando cada vez mais uma sensação de incompletude e insatisfação generalizada, que acaba por interferir em outras áreas da vida pessoal.
Ao abrirmos mão de algo em nome do casamento, temos que ter a consciência da escolha que estamos fazendo no momento, se é isso realmente o que queremos, ou se não há outra saída alternativa. A relação a dois exige concessões, é claro, pois agora não estamos mais sozinhos para tomar decisões. O outro deve ser levado em consideração na maioria dos assuntos, e muitas vezes aceita fazer algo que nem queria, mas com os argumentos do cônjuge acaba sendo convencido e muda de idéia. Na maioria das vezes, não se arrepende.
Aprendemos muito através da convivência a dois, nosso parceiro pode nos abrir horizontes antes não imaginados ou temidos por serem desconhecidos.
O problema aparece quando um está sempre abrindo mão de seus desejos em função do outro que não se dispõe a acompanhá-lo em certas situações ou que não o apóia quando este precisa de uma confirmação ou um incentivo. Se ficar dependendo da posição do outro para a realização do que quer, corre o risco de deixar muitas realizações para trás, e o pior, culpar eternamente o cônjuge por sua incapacidade de enfrentar as coisas sozinho.
Vamos a um clássico exemplo muito citado pelos casais que atendo: um gosta de dançar, o outro não. Acabam nunca saindo para dançar porque chega a ser algo desagradável acompanhar o parceiro que nem o ritmo da música consegue seguir. O que fazer? Bem, em primeiro lugar tente convencê-lo a fazer umas aulas de dança, pois pode ser que ele acabe pegando o gosto por algo que, por não saber fazer, encara com má vontade e rejeita. Isso é o tipo da coisa que aproxima os casais: um ambiente onde todos estão no mesmo barco , aprendendo, divertindo-se, ouvindo música, relaxando o corpo, deixando a sensualidade aparecer, o que pode ser uma ótima oportunidade de aumentar a intimidade do casal.
Agora, se mesmo com a tentativa o interesse não for despertado no outro, então... vá você sozinho! Por que não? Escolha um lugar adequado onde possa satisfazer sua vontade de vez em quando, a fim de não guardar essa frustração dentro de si pelo resto da vida. O parceiro é ciumento? Bem, ele terá que lidar com isso.
Muitos outros são os "desencontros" comuns na vida a dois, o que nos força a estar sempre negociando alternativas para nos adequarmos uns aos outros. Mas lembre-se sempre de olhar para dentro de si e checar qual a sua parcela de responsabilidade na realização de algo, antes de jogá-la nas costas do cônjuge.
Marina Vasconcellos é psicóloga graduada pela PUC SP, com especialização em Psicodrama Terapêutico pelo Instituto Sedes Sapientiae, Psicodramatista Didata pela Federação Brasileira de Psicodrama (FEBRAP) e Terapeuta Familiar e de Casal pela UNIFESP
Dra Marina Vasconcellos
Especialidade: Psicoterapeuta
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