Nova Era se caracteriza pela predominância do feminino, assim como na Era de Peixes predominou o masculino. Na evolução zodiacal a Era da Deusa foi substituída pela Era do Deus único, monoteísta, que agora cede novamente seu lugar à Deusa. O monoteísmo representa tipicamente um deus que pode existir sozinho, apartado de sua criação. Essa concepção de divindade criou no homem um profundo sentimento de superioridade, que permitiu e justificou sua arrogância e conseqüente dominação em relação à mulher, à Natureza e aos demais homens considerados “mais fracos”. A imagem da Deusa, por outro lado, representa a unificação do Uno-Muitos em termos de integração e mútua consubstanciação do Uno-manifesto-nos-Muitos e os Muitos habitando no seio do Uno.
Com o renascimento da imagem da Deusa está sendo criado um novo sistema de valores que, certamente, redimensionará as relações entre homens e mulheres, entre a religião e a filosofia, entre a vida social e os sistemas político e econômico. Atualmente, as concepções de “desenvolvimento” e de “progresso”, seja de uma pessoa ou de um país, estão diretamente relacionadas com os bens materiais que possui e, no caso dos países, com a capacidade da sua produção industrial. No entanto, muitos são os autores que começam a redimensionar a noção de desenvolvimento, deixando o pólo da produção e (má) distribuição de bens materiais, para considerar o desenvolvimento e convivência dos seres humanos como os melhores indicadores. Utopia? Talvez. Contudo é necessário optar, pois o tempo dos espectadores está rapidamente chegando ao fim.
Autora: Neide Miele.
eMail: neide.miele@terra.com.br
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