terça-feira, 17 de julho de 2012
O Louco
Como me tornei um louco
perguntas-me como me tornei louco. Aconteceu assim: Um dia,muito antes de muitos deuses terem nascido, acordei de umprofundo sono e descobri que todas as minhas máscaras tinhamsido roubadas - as sete máscaras que moldei usei em sete vidas -corri sem máscara pelas ruas apinhadas de gente gritando “Ladrões,ladrões, malditos ladrões.”
Homens e mulheres riram-se de mim e alguns correram para suascasas com medo de mim.E quando cheguei ao mercado, um jovem que estava num telhadogritou, “É um louco.” Olhei para cima para o ver; o sol beijou o meurosto despido pela primeira vez. Pela primeira vez o sol beijou o meurosto despido e a minha alma ficou inflamada de amor pelo sol, e nãoquis mais as minhas máscaras. E como se num transe gritei,“Benditos, benditos são os ladrões que roubaram as minhas máscaras.
.”Assim me tornei um louco.E na minha loucura encontrei tanto liberdade como segurança; a libertação da solidão e a segurança de não ser compreendido, porqueaqueles que nos compreendem escravizam algo em nós.Mas deixa-me não ficar demasiado orgulhoso da minha segurança.Até um Ladrão numa prisão está a salvo de outro ladrão GIBRAN
O Poeta
Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um estrangeiro, e há na vida do estrangeiro uma solidão pesada e um isolamento doloroso. Sou assim levado a pensar sempre numa pátria encantada que não conheço, e a sonhar com os sortilégios de uma terra longínqua que nunca visitei.
Sou um estrangeiro para minha alma. Quando minha língua fala, meu ouvido estranha-lhe a voz. Quando meu Eu interior ri ou chora, ou se entusiasma, ou treme, meu outro Eu estranha o que ouve e vê, e minha alma interroga minha alma. Mas permaneço desconhecido e oculto, velado pelo nevoeiro, envolto no silêncio.
Sou um estrangeiro para o meu corpo. Todas as vezes que me olho num espelho, vejo no meu rosto algo que minha alma não sente, e percebo nos meus olhos algo que minhas profundezas não reconhecem.
Quando caminho nas ruas da cidade, os meninos me seguem gritando: “Eis o cego, demos-lhe um cajado que o ajude.” Fujo deles. Mas encontro outro grupo de moças que me seguram pelas abas da roupa, dizendo: “É surdo como a pedra. Enchamos seus ouvidos com canções de amor e desejo.” Deixo-as correndo. Depois, encontro um grupo de homens que me cercam, dizendo: “É mudo como um túmulo, vamos endireitar-lhe a língua.” Fujo deles com medo. E encontro um grupo de anciãos que apontam para mim com dedos trêmulos, dizendo: “É um louco que perdeu a razão ao freqüentar as fadas e os feiticeiros.”
Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um estrangeiro e já percorri o mundo do Oriente ao Ocidente sem encontrar minha terra natal, nem quem me conheça ou se lembre de mim.
Acordo pela manhã, e acho-me prisioneiro num antro escuro, freqüentado por cobras e insetos. Se sair à luz, a sombra de meu corpo me segue, e as sombras de minha alma me precedem, levando-me aonde não sei, oferecendo-me coisas de que não preciso, procurando algo que não entendo. E quando chega a noite, volto para a casa e deito-me numa cama feita de plumas de avestruz e de espinhos dos campos.
Idéias estranhas atormentam minha mente, e inclinações diversas, perturbadoras, alegres, dolorosas, agradáveis. À meia-noite, assaltam-me fantasmas de tempos idos. E almas de nações esquecidas me fitam. Interrogo-as, recebendo por toda resposta um sorriso. Quando procuro segura-las, fogem de mim e desvanecem-se como fumaça.
Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um estrangeiro e não há no mundo quem conheça uma única palavra do idioma de minha alma...
Caminho na selva inabitada e vejo os rios correrem e subirem do fundo dos vales ao cume das montanhas. E vejo as árvores desnudas se cobrirem de folhas num só minuto. Depois, suas ramas caem no chão e se transformam em cobras pintalgadas.
E as aves do céu voam, pousam, cantam, gorgeiam e depois param, abrem as asas e viram mulheres nuas, de cabelos soltos e pescoços esticados. E olham para mim com paixão e sorriem com sensualidade. E estendem suas mãos brancas e perfumadas. Mas, de repente, estremecem e somem como nuvens, deixando o eco de risos irônicos.
Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um poeta que põe em prosa o que a vida põe em versos, e em versos o que a vida põe em prosa. Por isto, permanecerei um estrangeiro até que a morte me rapte e me leve para minha pátria.
Gibran Khalil Gibran
Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um estrangeiro, e há na vida do estrangeiro uma solidão pesada e um isolamento doloroso. Sou assim levado a pensar sempre numa pátria encantada que não conheço, e a sonhar com os sortilégios de uma terra longínqua que nunca visitei.
Sou um estrangeiro para minha alma. Quando minha língua fala, meu ouvido estranha-lhe a voz. Quando meu Eu interior ri ou chora, ou se entusiasma, ou treme, meu outro Eu estranha o que ouve e vê, e minha alma interroga minha alma. Mas permaneço desconhecido e oculto, velado pelo nevoeiro, envolto no silêncio.
Sou um estrangeiro para o meu corpo. Todas as vezes que me olho num espelho, vejo no meu rosto algo que minha alma não sente, e percebo nos meus olhos algo que minhas profundezas não reconhecem.
Quando caminho nas ruas da cidade, os meninos me seguem gritando: “Eis o cego, demos-lhe um cajado que o ajude.” Fujo deles. Mas encontro outro grupo de moças que me seguram pelas abas da roupa, dizendo: “É surdo como a pedra. Enchamos seus ouvidos com canções de amor e desejo.” Deixo-as correndo. Depois, encontro um grupo de homens que me cercam, dizendo: “É mudo como um túmulo, vamos endireitar-lhe a língua.” Fujo deles com medo. E encontro um grupo de anciãos que apontam para mim com dedos trêmulos, dizendo: “É um louco que perdeu a razão ao freqüentar as fadas e os feiticeiros.”
Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um estrangeiro e já percorri o mundo do Oriente ao Ocidente sem encontrar minha terra natal, nem quem me conheça ou se lembre de mim.
Acordo pela manhã, e acho-me prisioneiro num antro escuro, freqüentado por cobras e insetos. Se sair à luz, a sombra de meu corpo me segue, e as sombras de minha alma me precedem, levando-me aonde não sei, oferecendo-me coisas de que não preciso, procurando algo que não entendo. E quando chega a noite, volto para a casa e deito-me numa cama feita de plumas de avestruz e de espinhos dos campos.
Idéias estranhas atormentam minha mente, e inclinações diversas, perturbadoras, alegres, dolorosas, agradáveis. À meia-noite, assaltam-me fantasmas de tempos idos. E almas de nações esquecidas me fitam. Interrogo-as, recebendo por toda resposta um sorriso. Quando procuro segura-las, fogem de mim e desvanecem-se como fumaça.
Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um estrangeiro e não há no mundo quem conheça uma única palavra do idioma de minha alma...
Caminho na selva inabitada e vejo os rios correrem e subirem do fundo dos vales ao cume das montanhas. E vejo as árvores desnudas se cobrirem de folhas num só minuto. Depois, suas ramas caem no chão e se transformam em cobras pintalgadas.
E as aves do céu voam, pousam, cantam, gorgeiam e depois param, abrem as asas e viram mulheres nuas, de cabelos soltos e pescoços esticados. E olham para mim com paixão e sorriem com sensualidade. E estendem suas mãos brancas e perfumadas. Mas, de repente, estremecem e somem como nuvens, deixando o eco de risos irônicos.
Sou um estrangeiro neste mundo.
Sou um poeta que põe em prosa o que a vida põe em versos, e em versos o que a vida põe em prosa. Por isto, permanecerei um estrangeiro até que a morte me rapte e me leve para minha pátria.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Da natureza da maldade humana
O suíço Jean-Jacques Rousseau considerado um dos maiores pensadores europeus no século XVIII, foi o autor de inúmeras obras que inspiraram as grandes reformas políticas e educacionais. Formou, com Montesquieu e outros iluministas, um grupo de brilhantes pensadores que são distinguidos como os patronos da ciência política moderna. Há algum tempo interessei-me por um texto deste pensador, cujo título é "Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens". Talvez, por puro atrevimento, ousamos desenvolver ou alinhavar modestas reflexões sobre este valioso trabalho. De forma resumida, Rousseau defendeu a tese da bondade natural dos homens, depois pervertidos pelas civilizações.
Passados mais de duzentos anos, o crepúsculo do século XX nos presenteou com um dos maiores conhecimentos desenvolvidos pelo homem. Certamente muito mais importante do que a chegada do homem à Lua. Cientistas produziram um esboço do genoma humano, ou seja, completaram a cadeia de instruções bioquímicas que descrevem como o corpo humano é feito e como funciona. Para decifrar o código genético humano, os cientistas tiveram que ler três bilhões de informações químicas contidas no DNA das células humanas. Com estas informações temos conhecimento que todas as células vivas são controladas pelas suas características genéticas, que são transmitidas de uma geração a outra. Essas instruções gênicas são dadas por um sistema de códigos baseados numa substância chamada DNA (ácido desoxirribonucléico) que contém mensagens intrínsecas a sua estrutura química.
Foi esta maravilhosa descoberta que levou-nos a levantar uma discussão sobre a tese de Rousseau. A maldade humana é nata ou adquirida? Hoje tenho plena convicção de que todo homem nasce geneticamente com uma carga variável de maldade. E mais, que a correção e/ou a redução desta maldade acontece nos diversos instrumentos criados pela própria sociedade. E quais são estes instrumentos? 1º) A própria família, com exemplos de valores, disciplina, caráter,costumes, atitudes, amor... 2º) A escola, que contribui com ensinamentos de cultura, arte, civilizações, ciências. 3º) A igreja (religião), com ensinamentos sobre bondade/céu/maldade/inferno. 4º) O Estado, com todo o arcabouço jurídico para exercer o poder de polícia, punição, castigo, correção, e compensações financeiras por erros (maldades). A verdade é que, mesmo com todo este conjunto de instrumentos, nossas penitenciárias estão superlotadas de delinqüentes primários e reincidentes, nossos tribunais estão abarrotados de processos tendo como origem de causa o desvio de comportamento ético/moral, nossas igrejas vivem com longas filas nos confissionários e uma grande quantidade de pessoas deitadas em divãs recebendo terapias de psicanálises.
É necessário ressaltar, que não podemos desprezar os diferentes conceitos de padrões de moralidade e convenções em distintos períodos da história da humanidade, ditados por imperadores, déspotas, pensadores e até mesmo por religiosos. Como exemplos, podemos trazer à lembrança algumas personalidades cruéis, alguns crimes coletivos e outros fatos que marcaram negativamente a natureza humana nos últimos séculos. Entre outros lembramos dos feitos de Ivan, de Stalin, de Hitler, de Pol Pot, das invasões bárbaras, das Cruzadas, da Santa Inquisição, da escravidão dos negros, do extermínio dos Astecas e dos Incas, das bombas atômicas no Japão, a recente guerra nos Bálcãs e a atual guerra entre árabes e judeus.
Portanto, independentemente de decidirmos se a infinita maldade humana nasce com o homem ou é adquirida por um processo de corrupção junto à sociedade, não podemos negar o fato de que a mesma tem acompanhado a humanidade durante milênios. Ao nosso entendimento, só existe uma solução para extirpar a maldade do homem. A resposta estaria na possibilidade de alterarmos as “falhas” genéticas de um indivíduo, através de um processo de manipulação dos genes. Justamente as “falhas” que nos trazem os desvios de ética e de moralidade. Para finalizar, apostamos que num futuro breve a maldade humana será diagnosticada como uma doença de comportamento, que poderá ser tratada através de uma simples "cirurgia" genética.
O suíço Jean-Jacques Rousseau considerado um dos maiores pensadores europeus no século XVIII, foi o autor de inúmeras obras que inspiraram as grandes reformas políticas e educacionais. Formou, com Montesquieu e outros iluministas, um grupo de brilhantes pensadores que são distinguidos como os patronos da ciência política moderna. Há algum tempo interessei-me por um texto deste pensador, cujo título é "Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens". Talvez, por puro atrevimento, ousamos desenvolver ou alinhavar modestas reflexões sobre este valioso trabalho. De forma resumida, Rousseau defendeu a tese da bondade natural dos homens, depois pervertidos pelas civilizações.
Passados mais de duzentos anos, o crepúsculo do século XX nos presenteou com um dos maiores conhecimentos desenvolvidos pelo homem. Certamente muito mais importante do que a chegada do homem à Lua. Cientistas produziram um esboço do genoma humano, ou seja, completaram a cadeia de instruções bioquímicas que descrevem como o corpo humano é feito e como funciona. Para decifrar o código genético humano, os cientistas tiveram que ler três bilhões de informações químicas contidas no DNA das células humanas. Com estas informações temos conhecimento que todas as células vivas são controladas pelas suas características genéticas, que são transmitidas de uma geração a outra. Essas instruções gênicas são dadas por um sistema de códigos baseados numa substância chamada DNA (ácido desoxirribonucléico) que contém mensagens intrínsecas a sua estrutura química.
Foi esta maravilhosa descoberta que levou-nos a levantar uma discussão sobre a tese de Rousseau. A maldade humana é nata ou adquirida? Hoje tenho plena convicção de que todo homem nasce geneticamente com uma carga variável de maldade. E mais, que a correção e/ou a redução desta maldade acontece nos diversos instrumentos criados pela própria sociedade. E quais são estes instrumentos? 1º) A própria família, com exemplos de valores, disciplina, caráter,costumes, atitudes, amor... 2º) A escola, que contribui com ensinamentos de cultura, arte, civilizações, ciências. 3º) A igreja (religião), com ensinamentos sobre bondade/céu/maldade/inferno. 4º) O Estado, com todo o arcabouço jurídico para exercer o poder de polícia, punição, castigo, correção, e compensações financeiras por erros (maldades). A verdade é que, mesmo com todo este conjunto de instrumentos, nossas penitenciárias estão superlotadas de delinqüentes primários e reincidentes, nossos tribunais estão abarrotados de processos tendo como origem de causa o desvio de comportamento ético/moral, nossas igrejas vivem com longas filas nos confissionários e uma grande quantidade de pessoas deitadas em divãs recebendo terapias de psicanálises.
É necessário ressaltar, que não podemos desprezar os diferentes conceitos de padrões de moralidade e convenções em distintos períodos da história da humanidade, ditados por imperadores, déspotas, pensadores e até mesmo por religiosos. Como exemplos, podemos trazer à lembrança algumas personalidades cruéis, alguns crimes coletivos e outros fatos que marcaram negativamente a natureza humana nos últimos séculos. Entre outros lembramos dos feitos de Ivan, de Stalin, de Hitler, de Pol Pot, das invasões bárbaras, das Cruzadas, da Santa Inquisição, da escravidão dos negros, do extermínio dos Astecas e dos Incas, das bombas atômicas no Japão, a recente guerra nos Bálcãs e a atual guerra entre árabes e judeus.
Portanto, independentemente de decidirmos se a infinita maldade humana nasce com o homem ou é adquirida por um processo de corrupção junto à sociedade, não podemos negar o fato de que a mesma tem acompanhado a humanidade durante milênios. Ao nosso entendimento, só existe uma solução para extirpar a maldade do homem. A resposta estaria na possibilidade de alterarmos as “falhas” genéticas de um indivíduo, através de um processo de manipulação dos genes. Justamente as “falhas” que nos trazem os desvios de ética e de moralidade. Para finalizar, apostamos que num futuro breve a maldade humana será diagnosticada como uma doença de comportamento, que poderá ser tratada através de uma simples "cirurgia" genética.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
DECÁLOGO DOS VAMPIROS
Postado por JORGE LUIZ DE OLIVEIRA BARBOSA em 4 julho 2012 às 23:52
Enviar mensagem Exibir blog
DECÁLOGO DOS VAMPIROS
Vampiros não precisam se chamar Drácula, ter caninos em ponta nem vagar pelas madrugadas, vestindo capa preta, à caça de vítimas de sangue quente. É também vampiro aquele que suga a energia vital alheia. O que todos os vampiros tem em comum é o egocentrismo. O bom vampiro domina técnicas para desestabilizar as defesas psíquicas das suas vítimas, fazendo com que elas abram as portas do seu reservatório de energia.
Cuidado: qualquer um de nós pode ser sugado por um vampiro. E, num momento de descuido neurótico, pode agir como vampiro. Nossa sociedade moderna é construída, em boa parte, de vampiros. Não são, claro, vampiros literais, os clássicos dráculas que vão por aí, pelas noites, em busca de incautos pescoços tenros onde fincar seus dentes pontiagudos para sugar o sangue. Refiro-me aos vampiros de energia vital. Gente incapaz de se nutrir em fontes de energia natural e que vive sugando a força de vida das outras pessoas equilibradas, sadias - tanto no aspecto físico quanto, principalmente, no psíquico - nutrem-se diretamente das fontes naturais de energia. Mas outro tipo de pessoas, desequilibradas, que por terem perdido o contato com a sua própria natureza interna mais profunda perderam também a capacidade de absorver e processar o alimento energético natural precisa, para sobreviver, entregar-se a um expediente horrível: sugar a energia vital de outras pessoas. São eles os assim chamados "vampiros de energia". Seu número, hoje em dia, é infelizmente muito grande. Sua proliferação é justamente uma das características negativas mais marcantes da nossa sociedade da produtividade e do consumo. Consequência direta da perda de contato com o mundo natural.
TIPOS DE VAMPIROS
Vampiro cobrador
Cobra sempre, principalmente aquilo que não lhe é devido. Esse vampiro costuma apresentar-se como credor do mundo; acha a ter direito a tudo sem nada dar em troca. Exemplo: se você cruzar na rua com um vampiro conhecido, ele não irá lhe perguntar afetuosamente: "Olá, como vai? Que bom rever você. Está tudo bem?" Nada disso. Mais provavelmente, ele vai de imediato cobrar-lhe alguma coisa: "Puxa, até que enfim te vejo. Há meses espero um telefonema teu. Você esqueceu que eu existo?" Se você engolir a pílula, quero dizer, a cobrança, e vestir a carapuça de culpado de desatenção pessoal que o vampiro que enfiar na sua cabeça, já estará enfraquecendo-se e abrindo uma porta para que ele sugue sua energia.
Não fraqueje. Use imediatamente o melhor antídoto contra vampiro cobrador: cobrar de volta. Responda simplesmente: "Decidi que nunca mais iria lhe telefonar antes de você me ligar para saber se ainda estou vivo." Mas não subestime nunca a força de um vampiro. Trata-se da mesma força de alguém que tem fome e quer comer. É melhor, depois de devolver-lhe a cobrança, dar a ele um adeuzinho rápido e cair fora.
Vampiro crítico
Critica negativamente a tudo e a todos. Seu lema é: maldizer sempre, elogiar sinceramente nunca. Transmitir para a vítima uma visão feia e negativa das coisas, das pessoas e do mundo é outra técnica de desestabilização utilizada por vampiros. A crítica impiedosa e a maledicência tendem a criar no ouvinte um estado de alma escuro e pesado, e isso é outro jeito fácil de abrir uma jugular energética e se banquetear com os fluidos da vítima.
ANTÍDOTO: dizer claramente ao vampiro que ele está exagerando, que você não concorda com essas colocações e que ele deve estar muito infeliz para se concentrar tanto apenas nos aspectos negativos das pessoas, das coisas e do mundo. Adeuzinho rápido, e cair fora.
Vampiro adulador
Adula o ego da vítima, cobrindo-o de lisonjas e elogios falsos. Exatamente a técnica que o genial La Fontaine retrata na fábula O Corvo e a Raposa. O corvo, no alto de uma árvore, carrega no bico um pedaço de queijo. A esperta raposa diz ao corvo que sua voz é magnífica e pede a ele que cante. Seduzido pela adulação, o corvo abre o bico, emite um triste grasnido e deixa cair o queixo. A raposa o abocanha e, antes de comê-lo, ainda passa uma lição ao estúpido corvo: "Aprenda que todo adulador vive à custa de quem o escuta." Cuidado, portanto, com os puxa-sacos. Dentro de cada um deles está um vampiro à espreita, pronto para sugar.
ANTÍDOTO: simplesmente não de ouvidos ao adulador. Se ele insistir, conte-lhe a fábula de La Fontaine. E caia fora.
Vampiro reclamador
Cada fala ou gesto desse vampiro contém uma reclamação explícita ou implícita. Opõe-se a tudo, exige, reivindica, protesta sem parar. Mas, como suas reclamações tem pouco ou nenhum fundamento, esse vampiro raramente dispõe de argumentos sólidos e válidos para defender e justificar seus protestos.
ANTÍDOTO: mande esse vampiro parar de encher o saco. E caia fora.
Vampiro inquiridor
Dispara perguntas sobre tudo como quem atira com metralhadora. Se você tentar responder, ele cortará sua resposta antes do fim fazendo outra pergunta, talvez de um assunto completamente diverso. Esse vampiro não tem nenhum interesse em obter respostas. Sua técnica visa apenas desestabilizar o equilíbrio da mente da vítima, perturbando o fluxo normal de pensamentos desta.
ANTÍDOTO: não ocupe sua mente à procura de respostas para as perguntas do vampiro. Para cortar sua investida, reaja fazendo-lhe uma pergunta bem pessoal e contundente. Por exemplo: "Meu amigo, quando foi a última vez que você fez sexo bem feito com alguém?" E não espere a resposta. Caia fora.
Vampiro lamentoso
Para sugar a energia vital da vítima, ataca pelo lado emocional e afetivo. Faz tudo para despertar comiseração. Apresenta sua vida como um mar de lágrimas, gemidos e prantos. Cheio de mágoas, coloca-se sempre na posição de vítima sofredora diante do mundo carrasco.
ANTÍDOTO: diga claramente a esse vampiro que você detesta lamentos porque queixumes não resolvem nenhum problema. Se ele insistir, faça menção a alguma solução radical como a eutanásia ou o suicídio (vampiro morre de medo de morrer). E caia fora.
Vampiro pegajoso
Investe contra as portas da sensualidade e da sexualidade da vítima. Aproxima-se como se quisesse lambê-la com os olhos, com as mãos, com a língua. Parece um polvo querendo envolver a presa com seus tentáculos. Se você não escapar rápido, ele irá sugar sua energia em qualquer uma duas possibilidade: seja conseguindo seduzi-lo com seu jogo pegajoso, seja provocando em você repulsa e náusea. Em ambos os casos você estará desestabilizado e ele beberá à vontade no seu reservatório de energia vital.
ANTÍDOTO: sem hesitação, corte logo a dele dizendo que você está com uma tremenda dor de barriga. Corra para o banheiro e fique lá trancado até o vampiro desaparecer.
Vampiro grilo falante
A porta de entrada que ele quer arrombar é o seu ouvido. Obriga suas vítimas a ouvi-lo horas seguidas. Dessa forma, mantém a atenção da vítima ocupada, enquanto suga sua energia vital. Em seu livro O Destino Criativo do Homem, a médica e clarividente turca Shafika Karagulla descreve uma cena horripilante dessa modalidade de vampirismo que teve chance de testemunhar, numa reunião social em Londres. Cheio de charme e inteligência, o vampiro, sentado diante de sua vítima, falava sem parar. A vítima o escutava embevecida, numa atitude completamente passiva diante daquela torrente de palavras sedutoras que chegavam a seus ouvidos. Abrindo sua clarividência, a doutora Karagulla pode ver o que realmente ocorria: como um tentáculo, um canal energético saíra da região do plexo solar do vampiro e se instalara diretamente no centro do plexo solar da vítima. Por esse canal, o vampiro sugava com avidez. Pouco a pouco, segundo a clarividente, o corpo sutil da vítima perdeu brilho e intensidade, ao mesmo tempo em que ela começou a empalidecer e a bocejar. Portanto, cuidado com os grilos falantes. Debaixo da aparente inocência de um falador aparentemente descontrolado pode se esconder um vampiro voraz.
ANTÍDOTO: diga que você está com uma tremenda dor de cabeça, levante-se e vá embora. Deixe o vampiro falando sozinho.
Vampiro hipocondríaco
Cada dia aparece com uma doença nova. É o seu jeito de chamar a atenção dos outros, despertando neles preocupação e cuidados. Se tem êxito em seu intento, deleita-se em descrever nos mínimos detalhes os sintomas dos seus males e todo o penar que está sofrendo. Quando termina o relatório, em geral está ótimo. E quem lhe deu ouvidos está péssimo.
ANTÍDOTO: Dê a ele o telefone do seu médico e vá embora.
Vampiro encrenqueiro
Para ele, o mundo é um campo de batalha onde as coisas só são resolvidas na base da tapa. Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, este vampiro não pretende intimidar sua vítima e abrir suas defesas instalando nela os sentimentos do medo e da insegurança. Ele quer provocar nela um estado raivoso, irado e agressivo. Provoca para que a vítima compre a briga, para que ela reaja. Esse é um dos métodos mais eficientes para desestabilizar a vítima e sugar dela toda a sua energia vital.
ANTÍDOTO: faça-se de doido e conte para o vampiro uma piada de papagaio. Se insistir na provocação, diga-lhe para deixar de ser tonto. Se insistir ainda, diga-lhe para ir socar a parede. Se não parar de insistir, ponha um Lexotan na bebida dele. E caia fora.
Assinar:
Postagens (Atom)