sexta-feira, 30 de março de 2012
Todos nós alimentamos no mais íntimo do nosso ser um animal selvagem, apenas superficialmente estamos cobertos por uma tênue camada de civilização.
Temos, portanto, duas naturezas aparentemente contraditórias, um Lobo e um Cordeiro, uma aparente dualidade, dois extremos, tal é o nosso destino como seres humanos.
Nutrimos no mais íntimo do nosso ser duas entidades, que possuem laços consangüíneos reais e dividem a hospitalidade da nossa alma. Em virtude dessa divisão nossa vida passou a ser a arena de uma eterna contenda, um inferno.
Em nossa alma habita o espírito de um Lobo e de um Cordeiro, e para nossa infelicidade “não somos conscientes” disso. E quando nos alertam, viramos para o lado e continuamos “adormecidos”.
Quando em nós o Cordeiro torna-se senhor, o Lobo advém com ironia, pois em seu coração convém caminhar só, beber uma boa taça de vinho e saciar-se perseguindo alguma loba no cio.
Mas quando em nós o Lobo torna-se senhor, exalando ódio aos seres humanos e a toda a sua espécie, à sua hipocrisia e aos seus degenerados hábitos e costumes, o Cordeiro se põe a espreitar, então passamos a chamar o Lobo de besta, amargurando-lhe toda a satisfação de sua saudável e simples alma lupina.
Aquele que acredita ter exorcisado de si mesmo o Lobo nem por isso pode se considerar mais feliz, encontra paz aparente e momentânea apenas fugindo da sua real natureza, mantendo à “sombra” a sua “persona”.
Todos os “verdadeiros mestres” que pisaram este chão nos legaram este ensinamento, mas as religiões perderam contato com ele. O que temos hoje são pseudo ensinamentos, uma caricatura da verdade.
Atenção para os seguintes detalhes:
1 – Buda chamou a atenção de todos nós para o perigo dos extremos, deixando claro nos seus ensinamentos que o verdadeiro caminho é “O Caminho do Meio”.
2 – Jesus foi crucificado entre dois extremos e em nenhum momento condenou nenhum deles. Ele age positivamente a um lado, mas não condena o outro.
3 – Jesus é o NAGUAL e ao ser crucificado o madeiro divide o seu corpo em quatro partes e ele nos convida a entrar pela porta que ocupa exatamente O Meio, dizendo:
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”.
Alcançar o equilíbrio nas relações sociais e humanas passa necessariamente pela união dos opostos. Estamos habitando um universo onde todas as forças tendem a equilibrar-se, mas a sua existência exige uma constante tensão entre os opostos. É fundamental à nossa sobrevivência e bem estar manter INDENES essas forças para que ambas possam nutrir nossa alma com virilidade e inspiração.
Que assim seja!
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