O que é a Sombra? A Sombra é tudo aquilo que não queremos ser, mas somos. É aquele sentimento escondido de todos, e aquele desvio de comportamento que uma pessoa considerada boazinha possui. É o desejo de se entregar ao vício, de explodir, de brigar. É toda a energia que tentamos não ter. | |
Porém a Sombra é parte nossa, é algo bom. Escondida, pode transformar-se em maus pensamentos. Mas descoberta e compreendida, a Sombra nos levará ao caminho da plenitude! Sairemos da ilusão de que nossa obscuridade nos dominará e, em vez disso, veremos o mundo sob uma nova luz. A empatia que descobrimos por nós mesmos dará ignição para nossa confiança e coragem à medida que abrirmos nosso coração a todos ao nosso redor. O poder que desencavamos nos ajudará a confrontar o medo que esteve nos segurando e nos incitará a seguir adiante, rumo ao nosso mais alto potencial. Longe de ser assustador, abraçar a sombra nos concede uma inteireza, permite que sejamos reais, reassumindo nosso poder, libertando nossa paixão e realizando nossos sonhos. Os pequenos hábitos difíceis de mudar como exagerar na comida, na fofoca ou na critica aos outros podem ser o lado sombrio da nossa consciência, que ignoramos e precisamos encarar. O “assaltante” de geladeira que boicota a dieta, o consumista que se afoga em dívidas, o desempregado acomodado... São muitos os exemplos, na esfera íntima ou coletiva, pessoal, institucional ou corporativa. A “Sombra” é aquilo que escondemos dos outros e até de nós mesmos, mas de que não podemos fugir. E quando somos pegos de surpresa pela nossa “Sombra”, então tomamos um golpe. |
terça-feira, 31 de agosto de 2010
O EFEITO SOMBRA
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
POLITICAMENTE CORRETA
Rubem Alves satiriza linguagem politicamente correta
Publicado em 16/03/2010 por Maria
Do caderno Cotidiano da FSP
Linguagem politicamente correta
RUBEM ALVES
"Aprendi que as palavras não são inocentes, elas são armas que os poderosos usam para ferir e dominar os fracos"
ERA O ANO de 1971. Eu fora convidado a fazer uma conferência no Union Theological Seminary de Nova York. Na minha fala, usei a palavra “homem” com o sentido universal de “todos os seres humanos”, incluindo não só os homens, que a palavra nomeava claramente, como também as mulheres, que a palavra deixava na sombra. Era assim que se falava no Brasil.
Depois da conferência, fui jantar no apartamento do presidente. Sua esposa, delicada, mas firmemente, deu-me a devida reprimenda.
“Não é politicamente correto usar a palavra “homem” para significar também as mulheres. Como também não é correto usar o pronome “ele” para se referir a Deus. Deus tem genitais de homem? Esse jeito de falar não foi inventado pelas mulheres. Foi inventado pelos homens, numa sociedade em que eles tinham a força e a última palavra. É sempre assim: quem tem força tem a última palavra…”
O que aprendi com aquela mulher naquele jantar é que as palavras não são inocentes. Elas são armas que os poderosos usam para ferir e dominar os fracos.
Os brancos norte-americanos inventaram a palavra “niger” para humilhar os negros. E trataram de educar suas crianças. Criaram uma brincadeira que tinha um versinho que ia assim: “Eeny, meeny, miny, moe, catch a niger by the toe”… Quer dizer “Agarre um crioulo pelo dedão do pé” (aqui no Brasil, quando se quer diminuir um negro, usa-se a palavra “crioulo”).
Foi para denunciar esse uso ofensivo da palavra que os negros cunharam o slogan “black is beautiful” (“o negro é bonito”). A essa linguagem de protesto, purificada de sua função de discriminação, deu-se o nome de linguagem politicamente correta (“PC language”).
A regra fundamental da linguagem politicamente correta é a seguinte: nunca use uma palavra que humilhe, discrimine ou zombe de alguém. Encontre uma forma alternativa de dizer a mesma coisa.
Não se deve dizer “Ele é aleijado”, “Ele é cego”, “Ele é deficiente” etc. O ponto crucial é o verbo “ser”. O verbo ser torna a deficiência de uma pessoa parte da sua própria essência. Ela é a sua deficiência. A “PC language”, ao contrário, separa a pessoa da sua deficiência. Em vez de “João é cego”, “João é portador de uma deficiência visual.” Essa regra se aplica a mim também.
Por exemplo: “Rubem Alves é velho”. Inaceitável. Porque chamar alguém de velho é ofendê-lo -muito embora eu não saiba quem foi que decretou que velhice é ofensa. (O título do livro do Hemingway deveria ser mudado para “O idoso e o mar”?)
As salas de espera dos aeroportos são lugares onde se pratica a linguagem politicamente correta o tempo todo. Aí, então, na hora em que se convocam os “portadores de necessidades especiais” para embarcar -sendo as necessidades especiais cadeiras de roda, bengalas, crianças de colo-, convocam-se também os velhos, eu inclusive.
Mas, sem saber que palavra ou expressão usar para se referir aos velhos sem ofendê-los, houve alguém que concluiu que o caminho mais certo seria chamar os velhos pelo seu contrário. Assim, em vez de convocar velhos ou idosos pelos alto-falantes, a voz convoca os cidadãos da “melhor idade”.
A linguagem politicamente correta pode se transformar em ridículo. Chamar velhice de “melhor idade” só pode ser gozação. É claro que a “melhor idade” é a juventude.
Quero, então, fazer uma sugestão que agradará aos velhos. A voz chama para embarcar os “cidadãos da “idade é terna’”. Não é bonito ligar a velhice à ternura?
rubem_alves@uol.com.
Linguagem politicamente correta
RUBEM ALVES
"Aprendi que as palavras não são inocentes, elas são armas que os poderosos usam para ferir e dominar os fracos"
ERA O ANO de 1971. Eu fora convidado a fazer uma conferência no Union Theological Seminary de Nova York. Na minha fala, usei a palavra “homem” com o sentido universal de “todos os seres humanos”, incluindo não só os homens, que a palavra nomeava claramente, como também as mulheres, que a palavra deixava na sombra. Era assim que se falava no Brasil.
Depois da conferência, fui jantar no apartamento do presidente. Sua esposa, delicada, mas firmemente, deu-me a devida reprimenda.
“Não é politicamente correto usar a palavra “homem” para significar também as mulheres. Como também não é correto usar o pronome “ele” para se referir a Deus. Deus tem genitais de homem? Esse jeito de falar não foi inventado pelas mulheres. Foi inventado pelos homens, numa sociedade em que eles tinham a força e a última palavra. É sempre assim: quem tem força tem a última palavra…”
O que aprendi com aquela mulher naquele jantar é que as palavras não são inocentes. Elas são armas que os poderosos usam para ferir e dominar os fracos.
Os brancos norte-americanos inventaram a palavra “niger” para humilhar os negros. E trataram de educar suas crianças. Criaram uma brincadeira que tinha um versinho que ia assim: “Eeny, meeny, miny, moe, catch a niger by the toe”… Quer dizer “Agarre um crioulo pelo dedão do pé” (aqui no Brasil, quando se quer diminuir um negro, usa-se a palavra “crioulo”).
Foi para denunciar esse uso ofensivo da palavra que os negros cunharam o slogan “black is beautiful” (“o negro é bonito”). A essa linguagem de protesto, purificada de sua função de discriminação, deu-se o nome de linguagem politicamente correta (“PC language”).
A regra fundamental da linguagem politicamente correta é a seguinte: nunca use uma palavra que humilhe, discrimine ou zombe de alguém. Encontre uma forma alternativa de dizer a mesma coisa.
Não se deve dizer “Ele é aleijado”, “Ele é cego”, “Ele é deficiente” etc. O ponto crucial é o verbo “ser”. O verbo ser torna a deficiência de uma pessoa parte da sua própria essência. Ela é a sua deficiência. A “PC language”, ao contrário, separa a pessoa da sua deficiência. Em vez de “João é cego”, “João é portador de uma deficiência visual.” Essa regra se aplica a mim também.
Por exemplo: “Rubem Alves é velho”. Inaceitável. Porque chamar alguém de velho é ofendê-lo -muito embora eu não saiba quem foi que decretou que velhice é ofensa. (O título do livro do Hemingway deveria ser mudado para “O idoso e o mar”?)
As salas de espera dos aeroportos são lugares onde se pratica a linguagem politicamente correta o tempo todo. Aí, então, na hora em que se convocam os “portadores de necessidades especiais” para embarcar -sendo as necessidades especiais cadeiras de roda, bengalas, crianças de colo-, convocam-se também os velhos, eu inclusive.
Mas, sem saber que palavra ou expressão usar para se referir aos velhos sem ofendê-los, houve alguém que concluiu que o caminho mais certo seria chamar os velhos pelo seu contrário. Assim, em vez de convocar velhos ou idosos pelos alto-falantes, a voz convoca os cidadãos da “melhor idade”.
A linguagem politicamente correta pode se transformar em ridículo. Chamar velhice de “melhor idade” só pode ser gozação. É claro que a “melhor idade” é a juventude.
Quero, então, fazer uma sugestão que agradará aos velhos. A voz chama para embarcar os “cidadãos da “idade é terna’”. Não é bonito ligar a velhice à ternura?
rubem_alves@uol.com.
domingo, 15 de agosto de 2010
PSICANÁLISE A LONGA TRAVESSIA DO SER.......
A ARTE DA SUBLIMAÇÃO (parte 1)
Versão pra garotas e EmosVersão EspartanaLayout normal Fonte grande
qui, 16 de julho, 2009
Por Caio Garrido
No pequeno recôndito da sala, o maestro delineia e imagina em sua mente e "alma" sua próxima composição. Neste exemplo de fértil criação, o artista compõe com o véu e linguagem extraídas de conhecimentos cognitivos de música, e de sua relação com sua alma e seus sentimentos, o extrato de algo que se transformará em algo "semi-palpável" de rara beleza e abstração, que entrará em contato com outras subjetividades de outras pessoas, liberando emoções, sensações e sentimentos únicos compartilhados.
Sublimar é uma Arte? Ou fazer "Arte" é sublimar?
Primeiro devemos nos perguntar o que vem a ser Sublimação e o que se desenha a partir da palavra "Arte".
Arte (Latim Ars, significando técnica e/ou habilidade) geralmente é entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias de consciência em um ou mais espectadores. A arte está por todos os cantos, pois não se restringe apenas em uma escultura ou pintura, mas também em música, cinema e dança. O ser que faz arte é definido como o artista. O artista faz arte segundo seus sentimentos, suas vontades, seu conhecimento, suas idéias, sua criatividade e sua imaginação, o que deixa claro que cada obra de arte é uma forma de interpretação da vida. (Fonte: Wikipedia)
Com o advento da Psicanálise na cultura, a "Arte" sempre é citada como algo simbólico da Sublimação. Às vezes é até confundida com a própria Sublimação.
Freud criou a noção de Sublimação a partir da indicativa de que para existir a civilização houve a "necessidade" de sublimar os instintos. Segundo Teresa Pinheiro, em seu artigo sobre a "Sublimação e idealização e a pós-modernidade", Birman diz que a sublimação na obra freudiana tem o "estatuto de passagem" funcionando sempre como argumento para demonstração de um outro conceito. Ou seja, Freud jamais construiu uma teoria da sublimação".
Vamos nos ater aqui nesta exposição com ênfase na questão da sublimação da pulsão sexual. A definição de sublimação dada por Freud em 1914 é a seguinte: "A sublimação é um processo que concerne a libido de objeto e consiste no fato de que a pulsão se dirige para um outro objetivo, distante da satisfação sexual; o que é acentuado aqui é o desvio que distancia do sexual".
Freud usa a Sublimação para designar a mudança de um estado psíquico para outro através de uma "transformação" de uma certa pulsão, a pulsão sexual. A sublimação é algo simbólico de "quando se consegue intensificar suficientemente a produção de prazer a partir das fontes do trabalho psíquico e intelectual". Segundo ele, tais satisfações parecem mais refinadas e mais altas. Como diz ele em seu livro "O Mal Estar da Civilização" a intensidade da sublimação "se revela muito tênue quando comparada com a que se origina da satisfação de impulsos instintivos grosseiros e primários; ela não convulsiona o nosso ser físico". Diz ainda: "A sublimação do instinto constitui um aspecto particularmente evidente do desenvolvimento cultural; é ela que torna possível às atividades psíquicas superiores, científicas, artísticas ou ideológicas, o desempenho de um papel tão importante na vida civilizada. Essas pessoas se tornam independentes da aquiescência de seu objeto, desviando-se de seus objetivos sexuais e transformando o instinto num impulso com uma finalidade inibida."
Freud, em seus raros momentos de real dúvida, fala sobre a sublimação e a pulsão sexual: "Às vezes, somos levados a pensar que não se trata apenas da pressão da civilização, mas de algo da natureza da própria função (sexual) que nos nega satisfação completa e nos incita a outros caminhos. Isso pode estar errado; é difícil decidir."
Acredito que a atividade artística é aquela em que há um acesso controlado de conteúdos do próprio inconsciente, inconscientemente, havendo quase que uma passagem sublime de uma instância à outra.
Jung, que foi quase ao mesmo tempo um grande afeto e desafeto de Freud ao longo de sua vida, não se harmoniza com a idéia de Freud de sublimação. No seu livro "A Natureza da Psique" - mais precisamente no capítulo "Psicologia Analítica e Cosmovisão" - Jung fala de sonhos, repressão, arte, e sintomas: "Em si, o sonho é uma função normal que pode ser perturbada por represamentos, como qualquer outra função. A teoria freudiana dos sonhos considera, e até mesmo explica, os sonhos exclusivamente sob este ângulo, como se nada mais fossem do que meros sintomas. Outros campos da atividade do espírito, como sabemos, são tratados da mesma maneira pela psicanálise — por exemplo, as obras-de-arte. Mas é aqui onde penosamente se manifesta a inconsistência desta teoria, pois uma obra-de-arte não é um sintoma, mas uma genuína criação. Uma atividade criativa só pode ser entendida a partir de si mesma. Mas se ela é considerada como um mal-entendido patológico, que é também explicado como uma neurose, a tentativa de explicação em breve assume um aspecto lamentavelmente curioso."
Em relação à beleza abstrata da arte e de outras tantas atividades humanas, Jung remete tudo isso à uma força criadora e propulsionadora existente em todos nós. Diz ele: "Se atribuímos uma poesia de Goethe a seu complexo materno, se procuramos explicar Napoleão como um caso de protesto masculino e um São Francisco de Assis como um caso de repressão sexual, apodera-se de nós um profundo sentimento de insatisfação. Esta explicação é insuficiente, não faz justiça à realidade e ao significado das coisas. O que são, afinal, a beleza, a grandeza e a santidade? São realidades de suma importância vital, sem as quais a existência humana seria tremendamente estúpida. Qual é a resposta correta para o problema de tantos sofrimentos e conflitos inauditos? A verdadeira resposta deveria tocar uma corda que nos lembrasse pelo menos a grandeza do sofrimento." Ainda completa: "Presenciei muitos casos em que fantasias sexuais anormais desapareceram súbita e completamente no momento em que uma idéia nova ou um conteúdo novo se tornaram conscientes, ou em que uma enxaqueca cessou inteiramente de repente, assim que o enfermo se tornou consciente de um poema inconsciente."
Logo depois, ele fala algo que acho de maior importância: "Da mesma forma que a sexualidade pode exprimir-se impropriamente através de fantasias, assim também uma fantasia criadora pode exprimir-se impropriamente através da sexualidade."
Podem ser considerados atos sublimados, além da criação artística propriamente dita, o trabalho e até o lazer, por que não? O prazer obtido no lazer pode ser considerado um prazer substituto a um prazer sexual? Acho que pode ser considerado um prazer de "ordens" ou de qualidades diferentes, assim como é prazeroso e diferente se apreciar um cheiro de um incenso, ou se comer um chocolate ao invés de uma pizza, se ouvir rock ou um bom jazz. Tudo vira uma questão de qualidades de ordens diferentes.
O ser humano é dotado de uma série de potencialidades que se desdobram da possibilidade e exclusividade única e inequívoca de se obter prazer via sexualidade. É verdade que o conceito de sexualidade para Freud tem uma conotação ampla, e não podemos nos enganar ou fantasiar sobre isso de maneira inapropriada. O próprio ato de comer pode ser considerado algo vinculado à sexualidade. Mas devemos refletir sobre o assunto e nos perguntar se não é algo profundo pensar se somos somente obra de um instinto de vida interessado apenas em nos propagar, nos remetendo sempre à necessidade sexual, como se qualquer outro prazer ou ato fosse apenas uma benesse disponível "substitutiva" para mitigar o instinto e as pulsões sexuais sempre presentes.
Segundo o psicanalista Luís Fernando Scozzafave (blog Sinapse Oculta) "A Pulsão sexual não apenas vai ser dirigida para a reprodução e para o ato sexual em si. Há a dinâmica de: 1- Encontrar o 'alvo' , 2- Descarregar a energia (Libido) 3- Repouso". Então essa libido, ora descarregada, ora não, encontra modos de se veicular através de outros meios.
É certo que muitas de nossas ações são investidas de libido, de um certo teor vindo da sexualidade. É tudo de alguma forma erótico, um instinto de Eros. A arte é de alguma forma erótica também.
No tocante à fantasia criadora dita por Jung, quando exprimida através da arte, pode assumir uma variada gama de possibilidades. Aí vem uma pergunta difícil: O que pode ser considerado "Arte"?
O móvel rústico de seu quarto pode ser uma obra de arte. A invenção da roda pode ser arte. Até mesmo o modo que o vendedor de biju no trânsito arranjou para atrair seu cliente pode também pode ser arte. Isso é subjetivo. Bocato, um grande trombonista brasileiro disse uma vez de forma humilde: "Um dia espero estar fazendo arte".
A Arte não se restringe na sua "arte final", no seu "objeto" idealizado final. Vejamos por exemplo um belo edifício moderno projetado por um arquiteto, junto ao seu engenheiro responsável. A capacidade do engenheiro fazer complexos cálculos com parâmetros extremamente racionais pode ser a fundação para uma obra de arte. Energia sublimada pelo arquiteto em sua criação, e o prédio, em seu acabamento, lapidado pela tinta misturada pelo auxiliar de manutenção, é tudo um processo. A arte ou atividade dita "sublimada" é um processo em que toda a civilização e cultura está envolvida. Apesar disso, muito se discute o valor da arte na contemporaneidade. Talvez porque há de se temer seus conteúdos. Dizem que ela, em suas diversas expressões (música, obras, ciência, literatura, pintura, poesia, etc) é supérflua, isto é, que não existe para nossa sobrevivência. É certo que, para sobrevivermos - e bem - talvez precisemos de muito além de pão. Precisamos de pão e circo. Nossos "instintos" nos obrigam... Nós precisamos de sexo, carinho, amizade, sermos reconhecidos entre nossos pares, precisamos de descanso, de deslumbramento, e de surpresa. (Nosso cérebro é comprometido com a possibilidade de existência de surpresas, é inato ao ser humano essa necessidade).
Difunde-se a superfluidade da arte. Mas eu me pergunto se o verdadeiro sentido que podemos dar à vida é o de que somos todos "artistas" de alguma forma.
No nível sutil da vida, o que ocorre quase sempre é uma procura inexpurgável de se encontrar um outro, de se relacionar com o outro. De fazermos da vida um algo compartilhado. O trabalho, como algo aferrado somente à subsistência, vira algo morno com sintomas de podridão. É preciso algo mais. E algo mais movimenta o homem em seus desejos. O vínculo ora desejado, ora rejeitado, tem como padrão a imensa necessidade de estarmos unidos, mesmo quando achamos que estamos sós.
Voltando à sublimação, os prazeres ou capacidades na vida podem ser mais simples do que se imagina. A capacidade de ver, enxergar, ouvir e pensar já pode ser considerada em seu princípio um ato sublimado ou sublimatório.
A energia instintiva para a realização da pulsão sexual é limitada em um determinado período de tempo e espaço; sendo assim, a energia psíquica é direcionada para várias atividades humanas. No fundo, a Arte tem uma conotação sexual. Tem, não porque seja usada como substituto da pulsão sexual... Tem conotação "sexual" porque tem o objetivo de atingir o outro. Faz parte do instinto de Eros, é erótico... Seria um "Nú Artístico"... Desnudar-se para o outro ver. Ou pode até ser auto-erótico, se a arte ficar restrita ao olhar do criador.
Sendo o objetivo deste texto o de apenas refletir sobre o assunto, não convém chegar a conclusões finais, ou saturar os conceitos em construção. Seguindo a pergunta inicial proposta aqui no início desta exposição, acho que todos nós "sublimamos" de alguma forma. Alguns mais, outros menos. Para finalizar, não podemos deixar de citar alguns tremendos "sublimadores": Shakespeare, Beethoven, Paul McCartney, Fernando Pessoa, Buda, Gandhi, Ayrton Senna, Freud, Jung, etc, etc, etc...
Versão pra garotas e EmosVersão EspartanaLayout normal Fonte grande
qui, 16 de julho, 2009
Por Caio Garrido
No pequeno recôndito da sala, o maestro delineia e imagina em sua mente e "alma" sua próxima composição. Neste exemplo de fértil criação, o artista compõe com o véu e linguagem extraídas de conhecimentos cognitivos de música, e de sua relação com sua alma e seus sentimentos, o extrato de algo que se transformará em algo "semi-palpável" de rara beleza e abstração, que entrará em contato com outras subjetividades de outras pessoas, liberando emoções, sensações e sentimentos únicos compartilhados.
Sublimar é uma Arte? Ou fazer "Arte" é sublimar?
Primeiro devemos nos perguntar o que vem a ser Sublimação e o que se desenha a partir da palavra "Arte".
Arte (Latim Ars, significando técnica e/ou habilidade) geralmente é entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias de consciência em um ou mais espectadores. A arte está por todos os cantos, pois não se restringe apenas em uma escultura ou pintura, mas também em música, cinema e dança. O ser que faz arte é definido como o artista. O artista faz arte segundo seus sentimentos, suas vontades, seu conhecimento, suas idéias, sua criatividade e sua imaginação, o que deixa claro que cada obra de arte é uma forma de interpretação da vida. (Fonte: Wikipedia)
Com o advento da Psicanálise na cultura, a "Arte" sempre é citada como algo simbólico da Sublimação. Às vezes é até confundida com a própria Sublimação.
Freud criou a noção de Sublimação a partir da indicativa de que para existir a civilização houve a "necessidade" de sublimar os instintos. Segundo Teresa Pinheiro, em seu artigo sobre a "Sublimação e idealização e a pós-modernidade", Birman diz que a sublimação na obra freudiana tem o "estatuto de passagem" funcionando sempre como argumento para demonstração de um outro conceito. Ou seja, Freud jamais construiu uma teoria da sublimação".
Vamos nos ater aqui nesta exposição com ênfase na questão da sublimação da pulsão sexual. A definição de sublimação dada por Freud em 1914 é a seguinte: "A sublimação é um processo que concerne a libido de objeto e consiste no fato de que a pulsão se dirige para um outro objetivo, distante da satisfação sexual; o que é acentuado aqui é o desvio que distancia do sexual".
Freud usa a Sublimação para designar a mudança de um estado psíquico para outro através de uma "transformação" de uma certa pulsão, a pulsão sexual. A sublimação é algo simbólico de "quando se consegue intensificar suficientemente a produção de prazer a partir das fontes do trabalho psíquico e intelectual". Segundo ele, tais satisfações parecem mais refinadas e mais altas. Como diz ele em seu livro "O Mal Estar da Civilização" a intensidade da sublimação "se revela muito tênue quando comparada com a que se origina da satisfação de impulsos instintivos grosseiros e primários; ela não convulsiona o nosso ser físico". Diz ainda: "A sublimação do instinto constitui um aspecto particularmente evidente do desenvolvimento cultural; é ela que torna possível às atividades psíquicas superiores, científicas, artísticas ou ideológicas, o desempenho de um papel tão importante na vida civilizada. Essas pessoas se tornam independentes da aquiescência de seu objeto, desviando-se de seus objetivos sexuais e transformando o instinto num impulso com uma finalidade inibida."
Freud, em seus raros momentos de real dúvida, fala sobre a sublimação e a pulsão sexual: "Às vezes, somos levados a pensar que não se trata apenas da pressão da civilização, mas de algo da natureza da própria função (sexual) que nos nega satisfação completa e nos incita a outros caminhos. Isso pode estar errado; é difícil decidir."
Acredito que a atividade artística é aquela em que há um acesso controlado de conteúdos do próprio inconsciente, inconscientemente, havendo quase que uma passagem sublime de uma instância à outra.
Jung, que foi quase ao mesmo tempo um grande afeto e desafeto de Freud ao longo de sua vida, não se harmoniza com a idéia de Freud de sublimação. No seu livro "A Natureza da Psique" - mais precisamente no capítulo "Psicologia Analítica e Cosmovisão" - Jung fala de sonhos, repressão, arte, e sintomas: "Em si, o sonho é uma função normal que pode ser perturbada por represamentos, como qualquer outra função. A teoria freudiana dos sonhos considera, e até mesmo explica, os sonhos exclusivamente sob este ângulo, como se nada mais fossem do que meros sintomas. Outros campos da atividade do espírito, como sabemos, são tratados da mesma maneira pela psicanálise — por exemplo, as obras-de-arte. Mas é aqui onde penosamente se manifesta a inconsistência desta teoria, pois uma obra-de-arte não é um sintoma, mas uma genuína criação. Uma atividade criativa só pode ser entendida a partir de si mesma. Mas se ela é considerada como um mal-entendido patológico, que é também explicado como uma neurose, a tentativa de explicação em breve assume um aspecto lamentavelmente curioso."
Em relação à beleza abstrata da arte e de outras tantas atividades humanas, Jung remete tudo isso à uma força criadora e propulsionadora existente em todos nós. Diz ele: "Se atribuímos uma poesia de Goethe a seu complexo materno, se procuramos explicar Napoleão como um caso de protesto masculino e um São Francisco de Assis como um caso de repressão sexual, apodera-se de nós um profundo sentimento de insatisfação. Esta explicação é insuficiente, não faz justiça à realidade e ao significado das coisas. O que são, afinal, a beleza, a grandeza e a santidade? São realidades de suma importância vital, sem as quais a existência humana seria tremendamente estúpida. Qual é a resposta correta para o problema de tantos sofrimentos e conflitos inauditos? A verdadeira resposta deveria tocar uma corda que nos lembrasse pelo menos a grandeza do sofrimento." Ainda completa: "Presenciei muitos casos em que fantasias sexuais anormais desapareceram súbita e completamente no momento em que uma idéia nova ou um conteúdo novo se tornaram conscientes, ou em que uma enxaqueca cessou inteiramente de repente, assim que o enfermo se tornou consciente de um poema inconsciente."
Logo depois, ele fala algo que acho de maior importância: "Da mesma forma que a sexualidade pode exprimir-se impropriamente através de fantasias, assim também uma fantasia criadora pode exprimir-se impropriamente através da sexualidade."
Podem ser considerados atos sublimados, além da criação artística propriamente dita, o trabalho e até o lazer, por que não? O prazer obtido no lazer pode ser considerado um prazer substituto a um prazer sexual? Acho que pode ser considerado um prazer de "ordens" ou de qualidades diferentes, assim como é prazeroso e diferente se apreciar um cheiro de um incenso, ou se comer um chocolate ao invés de uma pizza, se ouvir rock ou um bom jazz. Tudo vira uma questão de qualidades de ordens diferentes.
O ser humano é dotado de uma série de potencialidades que se desdobram da possibilidade e exclusividade única e inequívoca de se obter prazer via sexualidade. É verdade que o conceito de sexualidade para Freud tem uma conotação ampla, e não podemos nos enganar ou fantasiar sobre isso de maneira inapropriada. O próprio ato de comer pode ser considerado algo vinculado à sexualidade. Mas devemos refletir sobre o assunto e nos perguntar se não é algo profundo pensar se somos somente obra de um instinto de vida interessado apenas em nos propagar, nos remetendo sempre à necessidade sexual, como se qualquer outro prazer ou ato fosse apenas uma benesse disponível "substitutiva" para mitigar o instinto e as pulsões sexuais sempre presentes.
Segundo o psicanalista Luís Fernando Scozzafave (blog Sinapse Oculta) "A Pulsão sexual não apenas vai ser dirigida para a reprodução e para o ato sexual em si. Há a dinâmica de: 1- Encontrar o 'alvo' , 2- Descarregar a energia (Libido) 3- Repouso". Então essa libido, ora descarregada, ora não, encontra modos de se veicular através de outros meios.
É certo que muitas de nossas ações são investidas de libido, de um certo teor vindo da sexualidade. É tudo de alguma forma erótico, um instinto de Eros. A arte é de alguma forma erótica também.
No tocante à fantasia criadora dita por Jung, quando exprimida através da arte, pode assumir uma variada gama de possibilidades. Aí vem uma pergunta difícil: O que pode ser considerado "Arte"?
O móvel rústico de seu quarto pode ser uma obra de arte. A invenção da roda pode ser arte. Até mesmo o modo que o vendedor de biju no trânsito arranjou para atrair seu cliente pode também pode ser arte. Isso é subjetivo. Bocato, um grande trombonista brasileiro disse uma vez de forma humilde: "Um dia espero estar fazendo arte".
A Arte não se restringe na sua "arte final", no seu "objeto" idealizado final. Vejamos por exemplo um belo edifício moderno projetado por um arquiteto, junto ao seu engenheiro responsável. A capacidade do engenheiro fazer complexos cálculos com parâmetros extremamente racionais pode ser a fundação para uma obra de arte. Energia sublimada pelo arquiteto em sua criação, e o prédio, em seu acabamento, lapidado pela tinta misturada pelo auxiliar de manutenção, é tudo um processo. A arte ou atividade dita "sublimada" é um processo em que toda a civilização e cultura está envolvida. Apesar disso, muito se discute o valor da arte na contemporaneidade. Talvez porque há de se temer seus conteúdos. Dizem que ela, em suas diversas expressões (música, obras, ciência, literatura, pintura, poesia, etc) é supérflua, isto é, que não existe para nossa sobrevivência. É certo que, para sobrevivermos - e bem - talvez precisemos de muito além de pão. Precisamos de pão e circo. Nossos "instintos" nos obrigam... Nós precisamos de sexo, carinho, amizade, sermos reconhecidos entre nossos pares, precisamos de descanso, de deslumbramento, e de surpresa. (Nosso cérebro é comprometido com a possibilidade de existência de surpresas, é inato ao ser humano essa necessidade).
Difunde-se a superfluidade da arte. Mas eu me pergunto se o verdadeiro sentido que podemos dar à vida é o de que somos todos "artistas" de alguma forma.
No nível sutil da vida, o que ocorre quase sempre é uma procura inexpurgável de se encontrar um outro, de se relacionar com o outro. De fazermos da vida um algo compartilhado. O trabalho, como algo aferrado somente à subsistência, vira algo morno com sintomas de podridão. É preciso algo mais. E algo mais movimenta o homem em seus desejos. O vínculo ora desejado, ora rejeitado, tem como padrão a imensa necessidade de estarmos unidos, mesmo quando achamos que estamos sós.
Voltando à sublimação, os prazeres ou capacidades na vida podem ser mais simples do que se imagina. A capacidade de ver, enxergar, ouvir e pensar já pode ser considerada em seu princípio um ato sublimado ou sublimatório.
A energia instintiva para a realização da pulsão sexual é limitada em um determinado período de tempo e espaço; sendo assim, a energia psíquica é direcionada para várias atividades humanas. No fundo, a Arte tem uma conotação sexual. Tem, não porque seja usada como substituto da pulsão sexual... Tem conotação "sexual" porque tem o objetivo de atingir o outro. Faz parte do instinto de Eros, é erótico... Seria um "Nú Artístico"... Desnudar-se para o outro ver. Ou pode até ser auto-erótico, se a arte ficar restrita ao olhar do criador.
Sendo o objetivo deste texto o de apenas refletir sobre o assunto, não convém chegar a conclusões finais, ou saturar os conceitos em construção. Seguindo a pergunta inicial proposta aqui no início desta exposição, acho que todos nós "sublimamos" de alguma forma. Alguns mais, outros menos. Para finalizar, não podemos deixar de citar alguns tremendos "sublimadores": Shakespeare, Beethoven, Paul McCartney, Fernando Pessoa, Buda, Gandhi, Ayrton Senna, Freud, Jung, etc, etc, etc...
O QUE É A MATRIX..................A REALIDADE!
Estamos vivendo na MATRIX ?
23, janeiro, 2008 às 5:24 am | Publicado em Zuniversitas | 2 comentários
matrix.jpgSeguem dois textos para reflexão sobre um tema bastante polêmico que nos remonta ao filme Matrix e a uma pergunta inquietante: estamos vivendo num mundo virtual, como sugere aquele filme ?
O primeiro texto, “NÓS ESTAMOS VIVENDO NA MATRIX”, é de 21/janeiro, saiu no Globo Infotec e tem como autor André Machado. Trata de uma tese do cientista Brian Whitworth da Nova Zelândia que preconiza que se o Universo, todo ele, fosse virtual, todas as questões físicas atualmente sem solução ou conexão seriam explicadas.
O segundo texto, “VIVENDO NA MATRIX”, ou ‘nossas vidas controladas do sofá de alguém’, encontrei no site http://rbaba.wordpress.com/2007/08/20/vivendo-na-matrix/, é de autoria de John Tierney, colunista do The New York Times, datado de 14/agosto. Trata do mesmo tema, porém com as idéias do filósofo de Oxford de ’nome estranho’ para quem é da língua portuguesa do Brasil: Nick Bostrom (site: http://www.nickbostrom.com/). Suas idéias são um pouco mais radicais, se isso for possível, propõe que estamos vivendo num mundo simulado e também nos faz lembrar do SecondLife.
Game over ! Over ?
NÓS ESTAMOS VIVENDO NA MATRIX (André Machado)
O universo é uma grande Matrix, e o Big Bang, que criou o cosmo junto com o tempo e o espaço, foi na verdade a inicialização de uma realidade virtual que já dura 15 bilhões de anos. Essa é a tese de Brian Whitworth, cientista do centro de matemática e computação teórica da Universidade de Massey, em Auckland, na Nova Zelândia. Pela primeira vez, um cientista propõe que a realidade em que vivemos pode não ser objetiva, mas uma realidade criada pelo processamento de informação. Whitworth defende que, para resolver um monte de dilemas da física moderna, é preciso juntar a seus postulados os da ciência da computação e dos sistemas de informação.
O cientista começa lembrando que a física tem algumas leis estranhíssimas — mas todas comprovadas por experimentos e equações. E a física “macro”, das coisas observáveis, não se coaduna com a física “micro”, da mecânica quântica, em que acontecem coisas do arco da velha. Senão vejamos — as partículas quânticas são capazes de se “teleportar”, aparecendo de repente do outro lado de uma barreira, e podem interagir simultaneamente quando induzidas ao “emaranhamento quântico”, de modo que se uma partícula fica num estado a sua “gêmea” ficará no mesmo estado, ainda que esteja em outro planeta. Já na física da relatividade, a velocidade da luz não muda, sendo absoluta, enquanto a gravidade pode curvar o espaço e o tempo.
A reconciliação de contradições na física. Além disso, a teoria do Big Bang diz que antes do universo não havia nada — nem espaço, nem tempo. Mas seria possível o cosmo surgir de lugar nenhum e em tempo nenhum? Para Brian, a aceitação de que vivemos uma realidade virtual, não objetiva — que, na verdade nos parece bem palpável justamente porque fazemos parte dela — resolveria todos esses problemas da física. Primeiro, a idéia de um Big Bang (um grande boot) faria sentido, e não haveria nenhum problema se nada existisse antes, “porque antes não haveria, mesmo, tempo ou espaço da forma como definidos por esse universo virtual”, da mesma maneira que antes de um computador se iniciar nada há. Depois, esse universo virtual andaria de mãos dadas com todo tipo de cálculo, como quer a física — afinal, o processamento da informação seria sua própria razão de existir. E, por fim, ele seria capaz de unificar as confusas teorias físicas.
“A teoria de uma realidade virtual poderia reconciliar a contradição entre a relatividade e a teoria quântica”, escreve Brian. “A primeira mostraria como o processamento da informação cria o espaço e o tempo, e a segunda mostraria como, através do mesmo processamento, seriam criados energia, matéria e carga”. A famosa equação de Albert Einstein de transformação de matéria em energia seria simplesmente a informação indo de uma forma a outra…
Embora cite o filme “Matrix” na tese, Brian explica que ela não representa sua idéia do universo virtual, já que no filme a realidade simulada existe dentro de um mundo físico. O que ele propõe é muito mais radical: que tudo o que existe seria fruto de um processamento externo. “Nosso próprio ato de observar o mundo poderia criá-lo”, diz. Assim como, na tela do computador, à medida que andamos por um mundo virtual ou game, o PC vai calculando a parte do mundo que estamos vendo e a exibe, no universo virtual isso também acontece, só que em três dimensões e e dentro de nossa noção (programada! como nossas sensações, aliás) de espaço e tempo.
A questão é que a “interface” em que vivemos é diferente de qualquer outra — afinal, não somos feitos de pixels (será que não?) e experimentamos tudo de dentro. Isto é, se formos os reais jogadores. Mas essa é outra história.
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VIVENDO NA MATRIX (John Tierney)
Antes de conversar com nick Bostrom, um filósofo da Universidade de Oxford, nunca me ocorreu que nosso universo pode ser o hobby de alguém. Eu nunca imaginei que o onicisciente e onipotente criador do paraíso e da terra poderia ser uma versão avançada de um cara que passa seus fins de semana construindo modelos de ferrovias ou desenvolvendo jogos como The Sims.
Mas agora isso parece perfeitamente possível. Aliás, se voce aceitar uma presunção perfeitamente aceitável do Dr. Bostrom, é quase matematicamente certo que nós vivemos na simulação do computador de alguém.
A simulação seria parecida com a do “The Matrix”, onde os humanos não percebem que suas vidas e seus mundos são apenas ilusões criadas em seus cérebros enquanto seus corpos são suspensos em compartimentos líquidos. Mas na percepção da realidade do Dr. Bostrom, você não iria ter nem mesmo um corpo feito de carne. Seu cérebro apenas existiria em uma rede de circuitos de computadores.
Você não poderia, como em “The matrix”, desplugar seu cérebro e escapar de seu compartimento para ver o mundo físico. Você não poderia desvender a ilusão a não ser que você use a lógica empregada pelo Dr. Bostrom, diretor do “Future of Humanity Institute” em Oxford.
Dr. Bostrom assume que avançoes tecnológicos poderiam produzir um computador com mais poder de processamento que os cérebros no mundo, e que os avanços da humanidade, ou “pós-humanos”, poderiam rodar “simulações ancestrais” de sua história evolucionária criando mundo habitados por pessoas virtuais com desenvolvimento completo do sistema nervoso.
Alguns experts em computação projetaram, baseados na evolução de poder de processamento, que nós vamos ter tais computadores até o meio do século, mas isso não importa ao argumento do Dr. Bostrom quer isso leve outros 50 ou 5 milhões de anos. Se a civilização sobreviveu o suficiente para alcançar este estágio, e se os “pós-humanos” estarem rodando várias simulações para propósitos de pesquisa ou entretenimento, então o número de acestrais virtuais que eles criaram seria vastamente maior que o número de ancestrais de verdade.
Não haveria como nenhum desses ancestrais soubessem com certeza se são virtuais ou reais, pois as visões e sentimentos que eles experienciam seriam indistingüiveis. Mas já que haverá tantos mais ancestrais virtuais, qualquer indivíduo poderia chegar a conclusão de que as probabilidades dizem quase que certamente que ele ou ela está vivendo em um mundo virtual.
A matemática e a lógica são inoxeráveis se assumir-mos que muitas simulações estão sendo rodadas. Mas há duas hipóteses alternativas, segundo o Dr. Bostrom. Uma é que a civilização nunca chegou a tal tecnologia que possa rodar simulações (talvez até porque ela iria se auto-destruir antes de chegar a este estágio). A outra hipótese é a de que os pós-humanos decidirão não rodar tais simulações.
“Este tipo de pós-humano pode ter outro tipo de divertimento, como simular seus centros de prazer diretamente,” diz Dr. Bostrom. “Talvez eles não necessitem rodar simulações para razões científicas pois eles teriam metodologias melhores para entender seu passado. É muito possível que eles tenham proibições morais contra a simulação de pessoas, apesar de que o fato de algo ser imoral não significa que ele não acontecerá.”
Dr. Bostrom não tenta dizer qual das hipóteses é a mais provável, mas ele acha que nenhuma deve ser descartada. “Minha intuição, e nada mais que isso,” diz ele, “é de que há 20% de chance de nós estarmos vivendo em uma simulação computacional.”
Minha intuição é que as chances são mais de 20%, talvez mais do que isso. Eu penso que é altamente provavel que a civilização pode chegar a produção desse tipo de supercomputador. E se os donos dos computadores fossem como as milhões de pessoas imersas no mundo virtual como Second Life, SimCity e World of Warcraft, eles estariam rodando simulações apenas pela chance de controlar a história – ou talvez dar a eles papéis virtuais como Cleopatra ou Napoleão.
É desconfortante pensar que o mundo está sendo rodado por um Geek do futuro, apesar de que nós possamos descartar aquela questão teológica clássica: “Como deus pôde permitir tanto mal no mundo?”. Pela mesma razão que existem pragas e terremoso e batalhas em jogos como World of Warcraft. Cara, a paz é chata.
Uma questão mais pratica é como se comportar em uma simulação. Seu primeiro impulso seria dizer que nada mais importa pois nada é real. Mas apenas porque seus circuitos neurais são feitos de silicone (ou qualquer tipo de material que os supercomputadores usem) ao invés de carbono, isso não faz com que seus sentimentos e percepção sejam menos reais.
David J. Chalmers, um filósofo da Australian National University, diz que a hipótese do Dr. Bostrom não é uma causa para ceticismo, mas simplesmente um explicação metafisica diferente para o nosso mundo. Qualquer coisa que você está tocando agora – uma folha de papel, um teclado, uma caneca de café – é real pra você mesmo se foi criada num circuito de computador ao invés dos velhos conhecidos madeira e plástico.
Você ainda tem o desejo de viver o mais possível nesse mundo virtual – e em qualquer simulação pós-vida que o designer deste mundo lhe der. Talvez isso significa seguir principios morais tradicionais, se você pensar que o designer pós-humano compartilha dessas morais e lhe recompensaria por ser uma boa pessoa.
Ou talvez, sugerido por Robin hanson, um economista da George Manson University, você deveria tentar ser o mais interessante possível, na teoria de que o designer provavelmente lhe manterá por perto para sua próxima simulação. (Para mais estragétias de sobrevivência num mundo simulado, http://www.nytimes.com/tierneylab)
Obviamente, é difícil adivinhar como seria a personalidade do designer. Ele ou ela poderia ter um corpo de carne ou plastico, mas o designer pode também ser um ser virtual vivendo dentro de um computador de uma mais avançada forma de inteligência. Poderia haver camadas sobre camadas de simulações até que você finalmente chegue a arquitetura da primeira simulação – vamos chamá-lo de Prime Designer.
Então novamente, o Prime Designer não permitiria que suas criações começassem a simular seus próprios mundos. Uma vez que eles se tornassem espertos o suficiente para isso, eles iriam presumidamente perceber, pela lógica do Dr. Bostrom, que eles mesmos seriam simulações. Iria isso atrapalhar a diversão do Prime Designer?
Se as simulações parassem uma vez que os habitantes percebessem o que esta se passando, então eu realmente não deveria espalhar as idéias do Dr. Bostrom. Mas se você ainda está por aí lendo isso, eu acho que o Prime Designer é razoavelmente tolerante, ou até mesmo curioso para ver como nós reagimos uma vez que estamos começando a entender a situação.
É possível também que haveria um problema logístico em se criar camadas sobre camadas de simulações. Não haveria tamanho poder computacional para continuar a simulação se bilhões de habitantes do mundo virtual começassem a criar seus próprios mundos virtuais com bilhões de habitantes cada.
Se isso for verdade, é má noticia para os futuristas que pensam que nós teremos um computador neste século com o poder de simular todos os habitantes da terra. Nós iríamos começar a simulação, esperando para observar um mundo virtual novo, mas ao invés disso nosso próprio mundo poderia terminar – não com um bang, não com uma explosão, mas como uma mensagem no computador do Prime Designer.
Poderia ser algo tosco como “Memória Insuficiente para Continuar a Simulação.” Mas eu acredito que seria mais simples e familiar: “Game Over.”
sábado, 14 de agosto de 2010
A MATRIX.......E ....QUE NINGUEM DURMA!
Nessun dorma! Nessun dorma!
Tu pure, o Principessa,
nella tua fredda stanza,
guardi le stelle che tremano d’amore, e di speranza!
Ma il mio mistero è chiuso in me;
il nome mio nessun saprà! No, No!
Sulla tua bocca lo dirò quando la luce splenderà!
Ed il mio bacio scioglierà il silenzio che ti fa mia!
Il nome suo nessun saprà…
E noi dovrem, ahimè, morir, morir!
Dilegua, o notte! Tramontate, stelle!
Tramontate, stelle! All’alba vincerò! Vincerò! Vincerò!
*———-*———-*
None shall sleep! None shall sleep!
Even you, O Princess, in your cold bedroom,
watch the stars that tremble with love and with hope!
But my secret is hidden within me;
none will know my name! No, no!
On your mouth I will say it when the light shines!
And my kiss will dissolve the silence that makes you mine!
No one will know his name…
and we will have to, alas, die, die!
Vanish, o night! Set, stars! Set, stars!
At daybreak I shall win! I shall win! I shall win!
*———-*———-*
Que nadie duerma! ¡Que nadie duerma!
¡También tú, oh Princesa,
en tu fría habitación
miras las estrellas
que tiemblan de amor y de esperanza…!
Pero mi misterio está encerrado en mí,
Mi nombre nadie lo sabrá!. No, no
Sobre tu boca lo diré
Sólo cuando la luz brille
¡Y mi beso fulminará el silencio
que te hace mía.!
Su nombre nadie sabrá…
¡Y nosotras, ay, deberemos, morir, morir!
¡Disípate, oh noche! ¡Tramontad, estrellas!
¡Al alba venceré!¡venceré! ¡venceré!
*———-*———-*
Que ninguém durma!
Você também, ó Princesa
Em seu quarto frio, olhe as estrelas
Tremendo de amor e de esperança
Mas meu segredo permanece guardado dentro de mim
O meu nome ninguém saberá
Não, não, sobre tua boca o direi
Quando a luz brilhar
E o meu beijo quebrará
O silêncio que te faz minha
O seu nome ninguém saberá
E nós teremos, oh!, que morrer, morrer
Parta, oh noite
Esvaneçam, estrelas
Ao amanhecer eu vencerei!
Vencerei! Vencerei!
*———-*———-*
Que personne ne dorme! Que personne ne dorme !
Toi aussi, Ô Princesse,
Dans ta froide chambre
Tu regardes les étoiles
Qui tremblent d’amour et d’espérance…
Mais mon mystère est scellé en moi,
Personne ne saura mon nom!
Non, non, sur ta bouche, je le dirai,
quand la lumière resplendira !
Et mon baiser brisera le silence
Qui te fait mienne.
Personne ne saura son nom…
Et nous devrons, hélas, mourir, mourir !
Dissipe-toi, Ô nuit! Dispersez-vous, étoiles !
Dispersez-vous, étoiles! À l’aube je vaincrai !
Je vaincrai! Je vaincrai!
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
HAJA CRIATIVIDADE......LEGAL!
Idéias e criatividade são os grandes diferenciais
Existem milhares de pequenas empresas, comandadas por empreendedores, ganhando muito dinheiro no mundo inteiro, inclusive aqui no Brasil. Com o barateamento dos custos de computadores e a democratização dos recursos de informática, pequenos empresários têm aproveitado sua agilidade para ocupar nichos de mercado e responder rapidamente às necessidades e exigências do mercado. Essa agilidade fica muitas vezes comprometida em empresas maiores, porque existe uma burocracia a ser seguida, que inibe fortemente a criatividade de seus funcionários. É como se estivessem trabalhando com o freio de mão puxado.
Mas afinal, o que é ser criativo? Podemos encontrar mais de oitenta definições diferentes para criatividade. A que mais me agrada é a da psicóloga Eunice Soriano de Alencar, que define criatividade como: “O processo que resulta na emergência de algo novo e original, aceito como útil, satisfatório ou de valor, por um número significativo de pessoas em algum ponto do tempo”.
Resulta na emergência de algo novo e original, porque todos nós conhecemos na faculdade os “filósofos de bar”, que - reunidos geralmente em torno de uma mesa e bebendo cerveja -, diziam que iam mudar a estrutura sócio-econômica da nossa sociedade injusta e opressora. E, como só falavam e não faziam nada, a sociedade continua exatamente igual - só falar não adianta.
Útil, satisfatório ou de valor, porque resolve um problema. Não precisa ser um produto ou bem no sentido econômico da palavra. Pode ser uma idéia, um título de livro, uma chamada, ou até mesmo resolver um problema interpessoal.
Número significativo de pessoas, porque a criatividade só é ‘criativa’ dentro de um grupo social, mesmo que pequeno. Ser criativo é trilhar de maneira diferente um caminho que já foi trilhado antes. Assim como beleza e inteligência, que são padrões de comparação (se você fosse o único ser humano na face da Terra não seria bonito nem inteligente, porque não haveria outros para comparar. Você apenas seria), a criatividade depende do grupo onde ela se insere.
Em algum ponto do tempo, porque nem todo esforço criativo é aceito imediatamente, muito pelo contrário. Rembrandt, Botticelli, Bach e Van Gogh estão aí para provar isso. Pasteur foi vaiado em Paris e Freud em Viena quando apresentaram suas teorias revolucionárias, e os filhos de Darwin eram atacados na escola - chamando sua mãe de ‘macaca’.
Isso acontece porque existe uma grande resistência às mudanças. A sociedade tem sua própria inércia e rejeita a criatividade exacerbada e radical que questiona conceitos arraigados e aceitos historicamente. Isso não está necessariamente errado, mas é um freio, e deve ser levado em conta. Dentre os fatores psicológicos, de natureza individual, que tendem a promover a resistência à inovação, podemos salientar:
O conformismo às regras;
O dogmatismo;
A baixa tolerância à ambigüidade (tudo tem que ser preto ou branco);
O medo de correr riscos;
O medo do desconhecido e lógico, por último,
O comodismo. Criatividade é sinônimo de inovar, ou seja, criar algo novo. E todo mundo pode fazer isso. Vygotsky, um expert no assunto, comparou a criatividade com a eletricidade. Segundo ele: “Percebemos que a eletricidade está presente em eventos de diferentes magnitudes. Existe em grande quantidade nas grandes tempestades, com seus raios e trovões, mas ocorre também na pequena lâmpada, quando acendemos o interruptor. A eletricidade é a mesma, o fenômeno é o mesmo, só que expresso em intensidades diferentes. A criatividade se processa da mesma forma. Todos somos portadores dessa energia criativa. Alguns vão apresentá-la de forma magnânima, gigantesca; outros vão irradiar a mesma energia, só que de maneira suave e discreta. A energia é a mesma, a capacidade é a mesma; ela é apenas distribuída de forma diferenciada".
Resumindo, como disse um ganhador do Prêmio Nobel: “Criatividade consiste em ver o que todo mundo viu e pensar o que ninguém pensou”. E, é claro, agir. Notamos, porém, que muitas empresas tolhem a criatividade de seus funcionários, muitas vezes até mesmo sem querer. São pequenos comentários que matam idéias constantemente. Proíba que estas frases sejam ditas e faça a criatividade na sua empresa explodir.
Mas afinal, o que é ser criativo? Podemos encontrar mais de oitenta definições diferentes para criatividade. A que mais me agrada é a da psicóloga Eunice Soriano de Alencar, que define criatividade como: “O processo que resulta na emergência de algo novo e original, aceito como útil, satisfatório ou de valor, por um número significativo de pessoas em algum ponto do tempo”.
Resulta na emergência de algo novo e original, porque todos nós conhecemos na faculdade os “filósofos de bar”, que - reunidos geralmente em torno de uma mesa e bebendo cerveja -, diziam que iam mudar a estrutura sócio-econômica da nossa sociedade injusta e opressora. E, como só falavam e não faziam nada, a sociedade continua exatamente igual - só falar não adianta.
Útil, satisfatório ou de valor, porque resolve um problema. Não precisa ser um produto ou bem no sentido econômico da palavra. Pode ser uma idéia, um título de livro, uma chamada, ou até mesmo resolver um problema interpessoal.
Número significativo de pessoas, porque a criatividade só é ‘criativa’ dentro de um grupo social, mesmo que pequeno. Ser criativo é trilhar de maneira diferente um caminho que já foi trilhado antes. Assim como beleza e inteligência, que são padrões de comparação (se você fosse o único ser humano na face da Terra não seria bonito nem inteligente, porque não haveria outros para comparar. Você apenas seria), a criatividade depende do grupo onde ela se insere.
Em algum ponto do tempo, porque nem todo esforço criativo é aceito imediatamente, muito pelo contrário. Rembrandt, Botticelli, Bach e Van Gogh estão aí para provar isso. Pasteur foi vaiado em Paris e Freud em Viena quando apresentaram suas teorias revolucionárias, e os filhos de Darwin eram atacados na escola - chamando sua mãe de ‘macaca’.
Isso acontece porque existe uma grande resistência às mudanças. A sociedade tem sua própria inércia e rejeita a criatividade exacerbada e radical que questiona conceitos arraigados e aceitos historicamente. Isso não está necessariamente errado, mas é um freio, e deve ser levado em conta. Dentre os fatores psicológicos, de natureza individual, que tendem a promover a resistência à inovação, podemos salientar:
Resumindo, como disse um ganhador do Prêmio Nobel: “Criatividade consiste em ver o que todo mundo viu e pensar o que ninguém pensou”. E, é claro, agir. Notamos, porém, que muitas empresas tolhem a criatividade de seus funcionários, muitas vezes até mesmo sem querer. São pequenos comentários que matam idéias constantemente. Proíba que estas frases sejam ditas e faça a criatividade na sua empresa explodir.
Raúl Candeloro é palestrante, autor e editor das revistas VendaMais®, Motivação® e Liderança. Formado em Administração de Empresas e mestre em empreendedorismo, é responsável pelo maior portal de vendas e marketing da América Latina: www.vendamais.com.br. Contato: raul@vendamais.com.br.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
O MESTRE OSHO
Solitude
Solitude significa simplesmente completude. Você é íntegro; não há necessidade de ninguém mais para lhe completar.
Portanto tente encontrar seu próprio centro interior onde você está sempre só, tem estado sempre só. Na vida, na morte - onde quer que você esteja - você estará só.
Mas isso é tão completo, não é vazio; é tão pleno e tão completo e tão transbordante com todos os sumos da vida, com todas as belezas e bênçãos da existência, que uma vez que você tenha provado de sua solitude, a dor no coração irá desaparecer.
Em seu lugar, um novo ritmo de tremenda doçura, paz, alegria, deleite, estará presente.
Portanto tente encontrar seu próprio centro interior onde você está sempre só, tem estado sempre só. Na vida, na morte - onde quer que você esteja - você estará só.
Mas isso é tão completo, não é vazio; é tão pleno e tão completo e tão transbordante com todos os sumos da vida, com todas as belezas e bênçãos da existência, que uma vez que você tenha provado de sua solitude, a dor no coração irá desaparecer.
Em seu lugar, um novo ritmo de tremenda doçura, paz, alegria, deleite, estará presente.
Osho, em "The Fire Of Truth"
Imagem po
Imagem po
O que é a depressão?
Perguntaram a Osho:Amado Osho,
Antigamente se chamava melancolia; hoje se chama depressão e é considerada um dos maiores problemas psicológicos dos países desenvolvidos. Ela é descrita como uma sensação de desespero ou um estado sem esperança, uma perda de auto-estima sem nenhum entusiasmo ou interesse pelo ambiente. Em adição, existem sintomas físicos de falta de apetite, falta de sono e uma perda da energia sexual. Os tratamentos com eletrochoque foram largamente abandonados hoje em dia e as drogas e a terapia verbal parecem ser igualmente efetivas - ou não efetivas. Explicações para a depressão têm variado do químico para o psicológico.
O que é a depressão? É uma reação a um mundo depressivo, um tipo de hibernação durante 'o inverno de nosso descontentamento'? É a depressão somente uma reação à repressão - ou opressão - ou é apenas uma forma de auto-repressão?
O homem sempre viveu com esperança, um futuro, um paraíso em algum lugar distante. Ele nunca viveu no presente - sua era de ouro ainda está por vir. Isto o manteve entusiasmado porque grandes coisas iam acontecer; todos os seus desejos iam ser preenchidos. Havia grande prazer na antecipação. Ele sofria no presente; ele era miserável no presente. Mas tudo isto era completamente esquecido nos sonhos que iam ser preenchidos no amanhã. O amanhã sempre foi doador de vida.
Mas a situação mudou. A velha situação não era boa porque o amanhã - que preencheria os sonhos dele - nunca se tornou verdade. Ele morreu esperando. Mesmo em sua morte ele estava esperando por uma vida futura - mas ele verdadeiramente nunca experimentou nenhuma alegria, nenhum significado. Mas isto era tolerável. Era somente uma questão de hoje; ela irá passar e o amanhã é certo que vai chegar.
Os profetas religiosos, messias, salvadores estavam lhe prometendo todos os prazeres - que são condenados aqui - no paraíso. Os líderes políticos, os ideólogos sociais, os utopistas estavam lhe prometendo a mesma coisa - não no paraíso mas aqui na terra - em algum momento distante no futuro, quando a sociedade passar por uma revolução total e não houver mais pobreza, nem classes, nem governo e o homem for absolutamente livre e tiver tudo o que ele precisa.
Ambos estão basicamente preenchendo a mesma necessidade psicológica. Para aqueles que eram materialistas, as utopias ideológicas, políticas, sociológicas eram atraentes; para aqueles que não eram tão materialistas, os líderes religiosos atraíam. Mas o objeto de atração era exatamente o mesmo: tudo o que você pode imaginar, pode sonhar, pode desejar, será totalmente preenchido. Com estes sonhos, as misérias do presente parecem ser muito pequenas.
Havia entusiasmo no mundo; as pessoas não estavam deprimidas. A depressão é um fenômeno contemporâneo e ela aconteceu porque agora não existe amanhã. Todas as ideologias políticas falharam. Não existe nenhuma possibilidade de que o homem seja mesmo igual, nenhuma possibilidade de que haja um tempo onde não exista governo, nenhuma possibilidade de que todos os sonhos sejam preenchidos.
Isso veio como um grande choque. Simultaneamente o homem se tomou mais maduro. Ele pode ir a uma igreja, a uma mesquita, a uma sinagoga, a um templo - mas estas são somente conformidades sociais, porque ele não quer, em tal estado depressivo e negro, ser deixado sozinho; ele quer estar com a massa. Mas basicamente ele sabe que não existe paraíso; ele sabe que nenhum salvador virá.
Os hindus esperaram cinco mil anos por Krishna. Ele prometeu não somente que voltaria mais uma vez, ele prometeu que sempre que houvesse miséria, sofrimento, sempre que o vício estivesse acima da virtude, sempre que pessoas bondosas e simples e inocentes fossem exploradas pelos astutos e pelos hipócritas, ele viria. Mas por cinco mil anos nenhum dele sinal foi visto.
Jesus prometeu que ele voltaria e quando perguntado quando, ele disse: "Em breve". Eu posso esticar "Em breve", mas não por dois mil anos; isto é demais.
A idéia de que nossa miséria, nosso sofrimento, nossa angústia será levada embora não é mais atraente. A idéia de que existe um Deus que cuida de nós parece ser simplesmente uma piada. Olhando para o mundo, não parece como se alguém estivesse cuidando.
De fato, na Inglaterra existem quase trinta mil pessoas que são adoradoras do diabo - somente na Inglaterra, uma pequena parte do mundo. E vale a pena examinar a ideologia deles com relação à sua pergunta. Eles dizem que o diabo não está contra Deus, o diabo é filho de Deus. Deus abandonou o mundo e agora a única esperança é persuadir o diabo para tomar conta pois Deus não está tomando conta.
E trinta mil pessoas estão adorando o diabo como um filho de Deus... e a razão é que eles sentem que Deus abandonou o mundo - ele não mais se preocupa com ele. Naturalmente, o único jeito é apelar para o seu filho; se de algum modo ele pode ser persuadido por meio de rituais, preces, adoração, talvez a miséria, a escuridão, a doença possam ser removidas. Esse é um esforço desesperado.
A realidade é que o homem sempre viveu na pobreza. Tem uma coisa bela na pobreza: ela nunca destrói a sua esperança, ela nunca vai contra os seus sonhos, ela sempre traz entusiasmo para o amanhã. Pode-se ser cheio de esperança, acreditando que as coisas serão melhores: este período negro já está passando, logo haverá luz.
Mas esta situação mudou. Nos países desenvolvidos... e lembre-se: o problema da depressão não está nos países não desenvolvidos - nos países pobres as pessoas ainda são esperançosas - ela está apenas nos países desenvolvidos, onde eles podem ter tudo o que sempre desejaram. Agora o paraíso não irá mais funcionar; nem uma sociedade sem classes pode ajudar. Nenhuma utopia será melhor. Eles atingiram a meta - e este atingir a meta é a causa da depressão. Agora não existe mais esperança: o amanhã será negro e o dia depois de amanhã será ainda mais negro.
Todas estas coisas que eles sonharam eram muito belas. Eles nunca olharam para as implicações. Agora que eles as têm, eles as receberam com a implicações. Um homem é pobre, mas ele tem um apetite. E é melhor ser pobre ter um apetite do que ser rico e não ter um apetite. O que você irá fazer com todo o seu ouro, com toda a sua prata, com todos os seus dólares? Você não pode comê-los.
Você tem tudo, mas o apetite para o qual você esteve se esforçando todo o tempo desapareceu. Você teve sucesso - e eu disse repetidas vezes que nada fracassa como o sucesso. Você atingiu um lugar que você gostaria de atingir, mas você não estava consciente dos subprodutos. Você tem milhões de dólares, mas você não pode dormir.
Quando Alexandre estava na Índia encontrou um santo nu no deserto.
Ele declarou: "Eu sou Alexandre, o Grande!"
O santo disse: "Você não pode ser."
Ele disse, "Que bobagem! Eu mesmo estou dizendo isso, e você pode ver meus exércitos em todo o lugar."
Ele disse: "Eu vejo os seus exércitos, mas um que chama a si mesmo 'O Grande' ainda não atingiu a grandeza, porque a grandeza faz as pessoas humildes, de forma que isso é um fracasso, um fracasso absoluto."
Alexandre era um discípulo de Aristóteles e foi treinado por ele na lógica pura. Ele não podia ouvir todo esse lixo místico. Ele disse: "Eu não acredito nessas coisas. Eu conquistei o mundo inteiro".
O homem nu disse: "Se neste deserto que você está sedento, e eu ofereço-lhe um copo de água, quanto você seria capaz de me dar por ele? - e por milhas não há água."
Alexandre disse: "Eu lhe daria metade do meu reino."
O santo disse: "Não, não vou vendê-lo pela metade do reino. Ou você tem o reino, ou tem o copo de água. E você está sedento e você está morrendo e não há possibilidades de encontrar água em qualquer lugar - o que você vai fazer?"
Ele disse: "Então, naturalmente, eu lhe darei todo o reino."
O santo riu e disse: "Então esse é o preço do seu reino inteiro - apenas um copo de água! E você acha que conquistou o mundo inteiro? A partir de hoje comece a dizer que conquistou um copo de água inteiro."
Quando um homem atinge os objetivos que ele acalentou, então ele se torna consciente de que existem muitas coisas em volta deles. Por exemplo, por toda a sua vida você tenta ganhar dinheiro, pensando que um dia, quando você o tiver, você viverá uma vida relaxada.
Mas você esteve tenso por toda a sua vida – a tensão se tornou a sua disciplina - e no fim de sua vida, quando você conquistou todo o dinheiro que você quis, você não pode relaxar. Toda uma vida disciplinada com tensão e angústia e preocupação não irá relaxá-lo. Assim você não é um ganhador, você é um perdedor. Você perde o seu apetite, você destrói a sua saúde, você destrói a sua sensibilidade, sua delicadeza. Você destrói o seu senso estético - porque não existe tempo para todas estas coisas que não produzem dólares.
Você está correndo atrás de dólares - quem tem tempo para olhar as rosas e quem tem tempo para olhar os pássaros voando, e quem tem tempo de olhar a beleza dos seres humanos? Você adia todas essas coisas de maneira que um dia, quando você tiver tudo, você irá relaxar e desfrutar. Mas com o tempo você teve tudo, você se tornou um certo tipo de pessoa disciplinada - que está cego para as rosas, que está cego para a beleza, que não pode desfrutar a música, que não pode entender a dança, que não pode entender a poesia, que só pode entender os dólares. Mas tais dólares não dão satisfação.
Esta é a causa da depressão. É por isto que ela ocorre somente nos países desenvolvidos e somente nas classes mais ricas dos países desenvolvidos - nos países desenvolvidos existem pessoas pobres também, mas elas não sofrem de depressão - e agora você não pode dar ao homem nenhuma esperança para remover a sua depressão porque ele tem tudo, mais do que você pode prometer. Sua condição é realmente lastimável. Ele nunca pensou nas implicações, ele nunca pensou nos subprodutos, ele nunca pensou no que estava perdendo ganhando dinheiro.
Ele nunca pensou que perderia tudo aquilo que o poderia fazer feliz simplesmente porque ele sempre empurrou todas estas coisas para o lado. Ele não tinha tempo e a competição era dura e ele tinha que ser duro. No final ele descobre que o seu coração está morto, sua vida é sem sentido. Ele não vê nenhuma possibilidade no futuro de qualquer mudança, porque: "O que mais existe...?"
Eu costumava ficar em Sagar na casa de um homem muito rico. O velho homem era muito bonito. Ele era o maior fabricante de bidi em toda a índia. Ele tinha tudo o que você pode imaginar, mas ele era absolutamente incapaz de desfrutar qualquer coisa.
Desfrutar é algo que tem que ser nutrido. É uma certa disciplina, uma certa arte - a maneira de desfrutar - e leva tempo para se entrar em contato com as grandes coisas da vida. Mas o homem que está correndo atrás do dinheiro passa ao lado de tudo que é uma porta para o divino, e ele chega no fim da estrada e não há nada na sua frente exceto a morte.
Toda a sua vida ele foi miserável. Ele tolerou e ignorou isto na esperança de que as coisas iriam mudar. Agora ele não pode ignorar e não pode tolerar porque amanhã existe somente a morte e nada mais. E o acúmulo de miséria de toda a vida que ele ignorou, o sofrimento que ele ignorou, explode em seu ser.
O homem mais rico, de um modo, é o homem mais pobre no mundo. Ser rico e não ser pobre é uma grande arte. Ser pobre e ser rico é o outro lado da arte. Existem pessoas que são pobres as quais você achará imensamente ricas. Elas não têm nada, mas elas são ricas. Suas riquezas não estão em coisas mas no seu ser, nas suas experiências multidimensionais.
E há pessoas ricas que têm tudo mas são absolutamente pobres e vazias e ocas. Bem dentro existe somente um cemitério.
Não é uma depressão da sociedade, porque então ela afetaria os pobres também; é simplesmente uma lei natural e o homem agora tem que aprender isto. Até agora não havia necessidade, porque ninguém tinha atingido um ponto onde ele tinha tudo, enquanto dentro havia completa escuridão e ignorância.
A primeira coisa na vida é encontrar sentido no momento presente.
O sabor básico do seu ser deveria ser de amor, de alegria, de celebração. Então você pode fazer tudo; os dólares não irão destruir isto. Mas você coloca tudo de lado e simplesmente corre atrás de dólares achando que os dólares podem comprar tudo. E então um dia você descobre que eles não podem comprar nada - e você devotou toda a sua vida aos dólares.
Esta é a causa da depressão. E particularmente no ocidente a depressão está sendo muito profunda. No oriente existiram pessoas ricas, mas havia uma certa dimensão disponível. Quando a estrada da riqueza chegava a um fim, eles não permaneciam parados lá; eles se moviam para novas direções. Esta nova direção estava no ar, disponível por séculos. No oriente o pobre estava em uma condição muito boa e o rico estava em uma condição tremendamente boa. O pobre aprendeu o contentamento assim eles não se preocupavam em correr atrás da ambição. E o rico entendeu que um dia você tem que renunciar tudo isto e ir em busca da verdade, em busca do significado.
No ocidente, no final, a estrada simplesmente acaba. Você pode voltar, mas voltando não irá ajudar sua depressão. Você precisa uma nova direção. Gautama Buda, Mahavira, ou Parshvanath - essas pessoas estavam no pico da riqueza e então elas viram que ela é quase uma carga. Alguma coisa a mais tem que ser encontrada antes que a morte tome posse de você - e elas foram corajosas o suficiente para renunciar a tudo.
Suas renúncias foram mal entendidas. Elas renunciaram a tudo isto porque elas não queriam se preocupar um simples segundo mais com o dinheiro, com o poder - porque elas viram o topo e não há nada lá. Elas foram ao mais alto degrau da escada e descobriram que ela não leva a nenhum lugar; é somente uma escada levando a nenhum lugar.
Enquanto você está em algum lugar no meio ou mais baixo que o meio, você tem uma esperança porque existem outros degraus mais altos que você. Chega um momento quando você está no degrau mais alto e só existe o suicídio ou a loucura - ou hipocrisia; você continua sorrindo até que a morte acaba com você, mas bem no fundo você sabe que está desperdiçando a sua vida.
No oriente, a depressão nunca foi um problema. O pobre aprendeu a desfrutar o pouco que ele tinha e o rico aprendeu que ter todo o mundo aos seus pés não significa nada - você tem que ir em busca do significado, não do dinheiro. E eles tinham precedentes; por milhares de anos as pessoas foram em busca da verdade e a encontraram. Não há necessidade de ficar desesperado, em depressão, você apenas tem que se mover para uma dimensão desconhecida. Eles nunca a exploraram, mas quando eles começam a explorar a nova dimensão - ela significa uma jornada interior, uma jornada para eles próprios - tudo o que eles haviam perdido começa a retomar.
O ocidente precisa urgentemente de um grande movimento de meditação; de outra forma, essa depressão irá matar pessoas. E essas pessoas serão as talentosas - porque elas conquistaram poder, elas conquistaram dinheiro, elas conquistaram o que elas queriam... os mais altos graus de educação. Estas são as pessoas de talento e elas estão se sentindo desesperadas.
Isto será perigoso porque as pessoas mais talentosas não estão mais entusiasmadas com a vida e as sem talento estão entusiasmadas com a vida mas elas nem mesmo têm talento para ter poder, dinheiro, educação, respeitabilidade. Elas não têm os talentos, assim elas estão sofrendo, se sentindo em desvantagem. Elas estão se tornando terroristas, elas estão se voltando em direção à violência desnecessária somente por vingança - porque elas não podem fazer mais nada.
Mas elas podem destruir. E os ricos estão quase prontos para enforcarem-se em alguma árvore porque não existe razão para viver. Seus corações pararam de bater há muito tempo. Eles são apenas cadáveres - bem decorados, bem reverenciados, mas verdadeiramente vazios e fúteis.
O ocidente está realmente em uma condição muito pior do que o oriente, apesar de que para aqueles que não entendem parece que o ocidente está em uma melhor condição do que o oriente porque o oriente é pobre. Mas pobreza não é um problema tão grande quanto é o fracasso da riqueza; assim um homem é realmente pobre. Um pobre comum pelo menos tem os seus sonhos, esperanças, mas o homem rico não tem nada.
O que é preciso é um grande movimento de meditação atingindo cada pessoa.
E no ocidente essas pessoas que estão deprimidas estão indo aos psicanalistas, terapeutas e todos tipos de charlatões que estão eles mesmos deprimidos, mais deprimidos que seus pacientes - naturalmente, porque todo o dia eles estão escutando a respeito de depressão, desespero, ausência de significado. E vendo tantas pessoas talentosas em tal estado, elas próprias começam a perder os seus espíritos. Elas não podem ajudar; elas mesmas precisam de ajuda.
A função da minha escola será a de preparar pessoas com energia meditativa e enviá-las para o mundo apenas como exemplo para aqueles que estão deprimidos. Se eles podem ver que existem pessoas que não estão deprimidas - mas pelo contrário, que estão imensamente alegres - talvez uma esperança possa nascer dentro deles. Agora eles podem ter tudo e não há necessidade de se preocuparem. Eles podem meditar.
Eu não ensino a renúncia à sua riqueza ou a qualquer outra coisa. Deixe que tudo seja do jeito que é. Somente adicione uma coisa a mais na sua vida. Até agora você apenas tem adicionado coisas na sua vida. Agora adicione algo para o seu ser - e isto criará a música, isto criará o milagre, isto criará a mágica, isto criará uma nova vibração, uma nova juventude, um novo frescor.
Não é insolúvel. O problema é grande, mas a solução é muito simples.
domingo, 8 de agosto de 2010
sábado, 7 de agosto de 2010
HÁ COM QUE NOS PREOCULPAR !
“A convergência das crises de valores, saúde, sistemas urbanos e sistema político representa o fracasso de nossa civilização.”
Alvin e Heidi Toffler
A civilização emergente exige que os indivíduos promovam a reavaliação de suas idéias a partir da estaca zero. A época dos cidadãos que agem por influência reflexa já passou. A grande importância política da síntese é palavra de ordem frente à visão de ruptura e independência que geralmente tem o cidadão comum quando enfrenta os fatos do cotidiano.
Para sobreviver neste período de mudanças vertiginosas, desilusão e conflito em sociedade, precisamos abordar com coerência o século XXI. De uma vez só estão em crise o sistema de saúde, sistemas urbanos, sistema de valores e, acima de tudo, o sistema político, que para todos os efeitos perdeu a confiança do povo.
Segundo Alvin e Heidi Toffler, a convergência de crises atual é fruto não só dos fracassos de nossa civilização, mas de nossos sucessos iniciais inerentes à vivência diária do esforço para superar as tendências rígidas da era industrial com a flexibilidade da era da informação. “Somos a primeira geração de uma nova geração!”
Políticos, comentaristas e acadêmicos, todos parecem confusos com a escalada da mudança. A agonia do passado está sobrepujando a promessa de futuro. Trata-se de um velho fenômeno. O renascimento, por exemplo, foi um período brilhante e de estimulante inovação porém, aos olhos de seus contemporâneos era visto como um colapso da ordem existente. O colapso da China confuciana, em meados de 1850, foi visto como um declínio pavoroso da estabilidade e não como precursor de um futuro mais produtivo e aberto.
Para nossa civilização, a revolução da informação pode ser comparada, numa perspectiva histórica, com apenas duas grandes transformações: a revolução agrícola e a revolução industrial.
REVOLUÇÕES E PERÍODOS
REVOLUÇÃO ECONÔMICA ---------- INÍCIO -------------- FIM
Agrícola (1ª onda) ------------------ 8000 A.C. ----------- 1750
Industrial (2ª onda) ----------------- 1750 ---------------- 1945
Informática (3ª onda) --------------- 1945
Adaptação de Toffler, Heidi & Alvin, em "Criando uma nova civilização".
Segundo Alvin e Heidi Toffler estamos sentindo o impacto da terceira grande onda de mudança na história e, consequentemente, do processo de criar uma nova civilização, com base no desenvolvimento e distribuição da informação como para a produção e comando da raça humana.
Precisamos dar um grande salto para podermos participar, com consciência, da invenção de uma civilização da terceira onda. Veja como você pode ser um agente promotor dessa inovação e não simplesmente um observador.
COMO CONSTRUIR A CIVILIZAÇÃO DA ERA DA INFORMAÇÃO - 3ª ONDA
• Estudando a transformação
• Procurando pessoas com o mesmo interesse
• Desenvolvendo projetos de conscientização/educação para a 3ª onda (você ficará pasmo com a receptividade das pessoas e com sua valorização como cidadão XXI)
Adaptação de Toffler, Heidi & Alvin, em "Criando uma nova civilização".
CHECK–UP DA TERRA
Alguns dados falam por si só quanto à necessidade urgente de se reavaliar nosso modo civilizacional com urgência, fortalecendo o que um dos maiores educadores do mundo, o brasileiro Paulo Freire diz: “É preciso cultivar a utopia necessária”.
• 7.500.000.000 (sete bilhões e meio) de pessoas habitam a Terra.
• 1.000.000.000 (um bilhão) de pessoas é analfabeta – 1 para cada 5 ou 20%.
• 2.500.000.000 (dois bilhões e quinhentas mil) pessoas têm menos de um dólar por dia para sobreviver.
• Em alguns países pobres alcançamos um índice de até 60% de analfabetos.
• 75% das pessoas do mundo vive em países subdesenvolvidos.
• 25% das pessoas do mundo vive pior do que há 15 anos.
• 25% das pessoas vive abaixo da linha de pobreza.
• 1.000.000.000 (um bilhão) de pessoas não possui água potável para beber.
• 800.000.000 (oitocentos milhões) de pessoas passam fome no mundo.
• 500.000.000 (quinhentos milhões) de pessoas se alimentam de modo insuficiente.
• 11.000.000 (onze milhões) de crianças morrem anualmente de desnutrição.
• 89 (oitenta e nove) países estão em situação pior do que há 10 (dez) anos.
• 70 países tiveram suas receitas diminuídas nas décadas de 60 e 70.
• No hemisfério norte há um médico para cada 350 (trezentos e cinqüenta) pessoas, e no do sul um para cada 6.000 (seis mil).
• Entre 1980 e 1993, 82% dos empregos gerados na América Latina pertencem à economia informal.
• 350 (trezentos e cinqüenta) multimilionários detêm uma renda praticamente igual à de 3.000.000.000 (três bilhões) de pessoas – isto nos dá a razão de 1 (um!) multimilionário com riqueza igual à de 8.500.000 (oito milhões e quinhentas mil) pessoas.
• 1 (um) entre cada 3 (três) latino-americanos é pobre.
• A cada minuto surgem mais 2 (dois) pobres na América latina.
• 2 (dois) a cada 10 (dez) latino americanos são miseráveis.
• AIDS e Malária matam 3.000.000 (três milhões) de pessoas no mundo.
• Existem conflitos permanentes no Oriente Médio, Europa, Península dos Balcãs, Sudão e Congo.
• U$ 1.000.000.000.000 (um trilhão) de dólares/ano é gasto na manutenção de exércitos e armamentos na Terra (1994).
A civilização emergente exige que os indivíduos promovam a reavaliação de suas idéias a partir da estaca zero. A época dos cidadãos que agem por influência reflexa já passou. A grande importância política da síntese é palavra de ordem frente à visão de ruptura e independência que geralmente tem o cidadão comum quando enfrenta os fatos do cotidiano.
Para sobreviver neste período de mudanças vertiginosas, desilusão e conflito em sociedade, precisamos abordar com coerência o século XXI. De uma vez só estão em crise o sistema de saúde, sistemas urbanos, sistema de valores e, acima de tudo, o sistema político, que para todos os efeitos perdeu a confiança do povo.
Segundo Alvin e Heidi Toffler, a convergência de crises atual é fruto não só dos fracassos de nossa civilização, mas de nossos sucessos iniciais inerentes à vivência diária do esforço para superar as tendências rígidas da era industrial com a flexibilidade da era da informação. “Somos a primeira geração de uma nova geração!”
Políticos, comentaristas e acadêmicos, todos parecem confusos com a escalada da mudança. A agonia do passado está sobrepujando a promessa de futuro. Trata-se de um velho fenômeno. O renascimento, por exemplo, foi um período brilhante e de estimulante inovação porém, aos olhos de seus contemporâneos era visto como um colapso da ordem existente. O colapso da China confuciana, em meados de 1850, foi visto como um declínio pavoroso da estabilidade e não como precursor de um futuro mais produtivo e aberto.
Para nossa civilização, a revolução da informação pode ser comparada, numa perspectiva histórica, com apenas duas grandes transformações: a revolução agrícola e a revolução industrial.
REVOLUÇÕES E PERÍODOS
REVOLUÇÃO ECONÔMICA ---------- INÍCIO -------------- FIM
Agrícola (1ª onda) ------------------ 8000 A.C. ----------- 1750
Industrial (2ª onda) ----------------- 1750 ---------------- 1945
Informática (3ª onda) --------------- 1945
Adaptação de Toffler, Heidi & Alvin, em "Criando uma nova civilização".
Segundo Alvin e Heidi Toffler estamos sentindo o impacto da terceira grande onda de mudança na história e, consequentemente, do processo de criar uma nova civilização, com base no desenvolvimento e distribuição da informação como para a produção e comando da raça humana.
Precisamos dar um grande salto para podermos participar, com consciência, da invenção de uma civilização da terceira onda. Veja como você pode ser um agente promotor dessa inovação e não simplesmente um observador.
COMO CONSTRUIR A CIVILIZAÇÃO DA ERA DA INFORMAÇÃO - 3ª ONDA
• Estudando a transformação
• Procurando pessoas com o mesmo interesse
• Desenvolvendo projetos de conscientização/educação para a 3ª onda (você ficará pasmo com a receptividade das pessoas e com sua valorização como cidadão XXI)
Adaptação de Toffler, Heidi & Alvin, em "Criando uma nova civilização".
CHECK–UP DA TERRA
Alguns dados falam por si só quanto à necessidade urgente de se reavaliar nosso modo civilizacional com urgência, fortalecendo o que um dos maiores educadores do mundo, o brasileiro Paulo Freire diz: “É preciso cultivar a utopia necessária”.
• 7.500.000.000 (sete bilhões e meio) de pessoas habitam a Terra.
• 1.000.000.000 (um bilhão) de pessoas é analfabeta – 1 para cada 5 ou 20%.
• 2.500.000.000 (dois bilhões e quinhentas mil) pessoas têm menos de um dólar por dia para sobreviver.
• Em alguns países pobres alcançamos um índice de até 60% de analfabetos.
• 75% das pessoas do mundo vive em países subdesenvolvidos.
• 25% das pessoas do mundo vive pior do que há 15 anos.
• 25% das pessoas vive abaixo da linha de pobreza.
• 1.000.000.000 (um bilhão) de pessoas não possui água potável para beber.
• 800.000.000 (oitocentos milhões) de pessoas passam fome no mundo.
• 500.000.000 (quinhentos milhões) de pessoas se alimentam de modo insuficiente.
• 11.000.000 (onze milhões) de crianças morrem anualmente de desnutrição.
• 89 (oitenta e nove) países estão em situação pior do que há 10 (dez) anos.
• 70 países tiveram suas receitas diminuídas nas décadas de 60 e 70.
• No hemisfério norte há um médico para cada 350 (trezentos e cinqüenta) pessoas, e no do sul um para cada 6.000 (seis mil).
• Entre 1980 e 1993, 82% dos empregos gerados na América Latina pertencem à economia informal.
• 350 (trezentos e cinqüenta) multimilionários detêm uma renda praticamente igual à de 3.000.000.000 (três bilhões) de pessoas – isto nos dá a razão de 1 (um!) multimilionário com riqueza igual à de 8.500.000 (oito milhões e quinhentas mil) pessoas.
• 1 (um) entre cada 3 (três) latino-americanos é pobre.
• A cada minuto surgem mais 2 (dois) pobres na América latina.
• 2 (dois) a cada 10 (dez) latino americanos são miseráveis.
• AIDS e Malária matam 3.000.000 (três milhões) de pessoas no mundo.
• Existem conflitos permanentes no Oriente Médio, Europa, Península dos Balcãs, Sudão e Congo.
• U$ 1.000.000.000.000 (um trilhão) de dólares/ano é gasto na manutenção de exércitos e armamentos na Terra (1994).
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
MILÊNIO
TRANSFORMADORES DA MATÉRIA, VIDA E INTELIGÊNCIA
“Há 3 temas principais na ciência do século XX – o átomo,o computador e o gene” Harnold Varmus
O progresso da ciência e da tecnologia vem mantendo, desde a segunda metade do século XX, um ritmo espetacular. Os resultados da pesquisa científica e tecnológica se transformaram em elementos normais da vida diária muito rapidamente, pois, no fim da II Guerra Mundial, em 1945, a metade dos produtos utilizados hoje habitualmente pela humanidade ainda eram desconhecidos.
Atualmente, os computadores são protagonistas de uma verdadeira "revolução informática", que afeta decisivamente uma sociedade cada vez mais digitalizada. Eles permitem, e a cada dia permitirão ainda mais, uma verdadeira transformação de todos os aspectos do cotidiano e da economia, tanto produtiva, quanto de serviços. A perspectiva mais clara é que o homem passe de observador das façanhas de Deus para co-protagonista das mesmas.
Ainda mais notáveis desenvolvimentos nos aguardam na revolução informática, que acredita-se um dia nos tornará aptos a introduzir inteligência em qualquer lugar do planeta.
Outra significativa revolução é a biomolecular, a qual nos possibilitará alterar e sintetizar novas formas de vida e criar novos remédios e terapias e, porfim, a revolução quântica, mais profunda das três, que nos dará o controle sobre a própria matéria, mais nem sempre foi assim. Veja o que escreveu Newton há apenas 3 séculos:
“ (...) a meus próprios olhos, pareço ter sido apenas como um menino que brinca numa praia, e ter me distraído vez por outra encontrando um seixo mais liso ou uma concha mais bonita do que o comum, enquanto o imenso oceano da verdade se estendia desconhecido diante de mim”.
No tempo de Newton, a vida era curta, cruel e brutal. As pessoas, em sua maioria, não possuíam livros, nunca freqüentavam escolas e raramente se aventuravam a mais de alguns quilômetros do lugar de nascimento. Durante o dia, labutavam num trabalho opressivo nos campos sob um sol inclemente. À noite, em geral não havia nenhuma distração afora sons vazios. A maior parte das pessoas conhecia por experiência própria a fome e doenças crônicas. Raramente passavam dos 30 anos e, nesse tempo, viam muitos de seus em média 10 filhos, morrer ainda na primeira infância.
As poucas conchas e seixos extraordinários recolhidos por Newton e outros cientistas na praia ajudaram a desencadear uma maravilhosa cadeia de eventos.
Após a mecânica de Newton surgiram as máquinas e a revolução industrial, que subverteu a sociedade agrária e interligou continentes inteiros com estradas de ferro.
No século XIX, avanços na ciência e medicina ajudaram a soerguer pessoas e sociedades da miséria e ignorância, ampliando sua compreensão e melhorando sua participação na vida.
No século XX observamos o desencadear de 3 revoluções interdependentes: a primeira foi a revolução quântica, que ampliou nossa capacidade de entender a dinâmica da vida e da aparente força que interliga a tudo e a todos. Os átomos foram desmistificados e não eram mais associados à tijolos, e as energias que se irradiam em toda a manifestação da vida foram enxergadas como que provenientes de “pacotes” , denominados quântum.
A Segunda revolução foi a da informática, que teve seu maior salto em 1948 com a descoberta da placa de silício, a partir do conhecimento da dinâmica das energias através da teoria quântica – esta placa possibilitou a crescente miniaturização, capacidade de armazenamento e processamento nos chips, personificado pela própria lei de Moore, que propõe a duplicação das capacidades referidas a cada 18 meses.
A terceira revolução de nosso século foi a descoberta do DNA e a capacidade de mapeá-lo, esta também só pôde ocorrer em decorrência da tecnologia informática.
Acompanhe abaixo algumas das principais conclusões pertinentes ao nosso passado e previsões de aproximadamente 150 dos principais cientistas da atualidade pertinentes ao nosso futuro comum (“ou incomum”!) :
Período e conquistas/tendências científicas
Período Inovações/tendências cientificas
Séc XVIII
• Descoberta da mecânica/surgimento de máquinas à vapor e industriais
Séc XIX
• Muitas teorias inovadoras e inovações, principalmente referentes à saúde
Séc XX
• Revolução quântica (das energias que compõem o átomo), da informática e molecular
Séc XXI
• Fim da ênfase em especialização em sub-disciplinas na ciência – sinergia entre as 3 revoluções fundamentais do século XX
• O poder estratégico-chave será a invenção, organização e imaginação mental de novas tecnologias
• Nações poderão ascender ou decair em função de seu domínio destas 3 revoluções
Séc. XXII (acreditem – século vinte e dois)
• O homem poderá modificar o clima do planeta
• Extrairá minerais dos oceanos e energia do centro do planeta
Adaptação de KAKU, Michio: Visões do futuro
Agora vamos passear intensamente pelas previsões sobre esta que é a nossa época – século XXI, onde tecnologias diferentes surgirão em períodos diferentes, o que faz com que, desse modo, o século seja dividido em 3 fases, conforme abaixo:
Século XXI – acontecimentos previstos por etapa
Etapa Acontecimentos previstos
De hoje a 2020
• Explosão jamais vista no ritmo das atividades cientificas
• Surgirão microprocessadores tão baratos e abundantes como um pedaço de papel
• Existirão sistemas inteligentes por toda a parte, transformando o trabalho, a comunicação e o viver
• A Internet se transformará num conto de fadas, capaz de falar como um ser humano
• Milhares de organismos terão seu código completo de DNA desmembrado
• Doenças genéticas serão eliminadas injetando o gene correto nas células
• Órgãos serão desenvolvidos em laboratórios
2020 a 2050
• Poder computacional convencional e o sequênciamento de DNA computadorizado estagnarão
• Deverão ser desenvolvidos projetos radicalmente novos, com base na teoria quântica
• O reinado do microcomputador terminará, e novos tipos de aparelhos quânticos aparecerão
• Entrada no mercado de andróides que aprendem com o próprio erro
• Clonagem de seres humanos
• Isolamento dos legendários “genes do envelhecimento”
2050 a 2100, e + além
• Projeção de novas formas de vida
• Será possível orquestrar a constituição física e mental de nossos filhos
“Há 3 temas principais na ciência do século XX – o átomo,o computador e o gene” Harnold Varmus
O progresso da ciência e da tecnologia vem mantendo, desde a segunda metade do século XX, um ritmo espetacular. Os resultados da pesquisa científica e tecnológica se transformaram em elementos normais da vida diária muito rapidamente, pois, no fim da II Guerra Mundial, em 1945, a metade dos produtos utilizados hoje habitualmente pela humanidade ainda eram desconhecidos.
Atualmente, os computadores são protagonistas de uma verdadeira "revolução informática", que afeta decisivamente uma sociedade cada vez mais digitalizada. Eles permitem, e a cada dia permitirão ainda mais, uma verdadeira transformação de todos os aspectos do cotidiano e da economia, tanto produtiva, quanto de serviços. A perspectiva mais clara é que o homem passe de observador das façanhas de Deus para co-protagonista das mesmas.
Ainda mais notáveis desenvolvimentos nos aguardam na revolução informática, que acredita-se um dia nos tornará aptos a introduzir inteligência em qualquer lugar do planeta.
Outra significativa revolução é a biomolecular, a qual nos possibilitará alterar e sintetizar novas formas de vida e criar novos remédios e terapias e, porfim, a revolução quântica, mais profunda das três, que nos dará o controle sobre a própria matéria, mais nem sempre foi assim. Veja o que escreveu Newton há apenas 3 séculos:
“ (...) a meus próprios olhos, pareço ter sido apenas como um menino que brinca numa praia, e ter me distraído vez por outra encontrando um seixo mais liso ou uma concha mais bonita do que o comum, enquanto o imenso oceano da verdade se estendia desconhecido diante de mim”.
No tempo de Newton, a vida era curta, cruel e brutal. As pessoas, em sua maioria, não possuíam livros, nunca freqüentavam escolas e raramente se aventuravam a mais de alguns quilômetros do lugar de nascimento. Durante o dia, labutavam num trabalho opressivo nos campos sob um sol inclemente. À noite, em geral não havia nenhuma distração afora sons vazios. A maior parte das pessoas conhecia por experiência própria a fome e doenças crônicas. Raramente passavam dos 30 anos e, nesse tempo, viam muitos de seus em média 10 filhos, morrer ainda na primeira infância.
As poucas conchas e seixos extraordinários recolhidos por Newton e outros cientistas na praia ajudaram a desencadear uma maravilhosa cadeia de eventos.
Após a mecânica de Newton surgiram as máquinas e a revolução industrial, que subverteu a sociedade agrária e interligou continentes inteiros com estradas de ferro.
No século XIX, avanços na ciência e medicina ajudaram a soerguer pessoas e sociedades da miséria e ignorância, ampliando sua compreensão e melhorando sua participação na vida.
No século XX observamos o desencadear de 3 revoluções interdependentes: a primeira foi a revolução quântica, que ampliou nossa capacidade de entender a dinâmica da vida e da aparente força que interliga a tudo e a todos. Os átomos foram desmistificados e não eram mais associados à tijolos, e as energias que se irradiam em toda a manifestação da vida foram enxergadas como que provenientes de “pacotes” , denominados quântum.
A Segunda revolução foi a da informática, que teve seu maior salto em 1948 com a descoberta da placa de silício, a partir do conhecimento da dinâmica das energias através da teoria quântica – esta placa possibilitou a crescente miniaturização, capacidade de armazenamento e processamento nos chips, personificado pela própria lei de Moore, que propõe a duplicação das capacidades referidas a cada 18 meses.
A terceira revolução de nosso século foi a descoberta do DNA e a capacidade de mapeá-lo, esta também só pôde ocorrer em decorrência da tecnologia informática.
Acompanhe abaixo algumas das principais conclusões pertinentes ao nosso passado e previsões de aproximadamente 150 dos principais cientistas da atualidade pertinentes ao nosso futuro comum (“ou incomum”!) :
Período e conquistas/tendências científicas
Período Inovações/tendências cientificas
Séc XVIII
• Descoberta da mecânica/surgimento de máquinas à vapor e industriais
Séc XIX
• Muitas teorias inovadoras e inovações, principalmente referentes à saúde
Séc XX
• Revolução quântica (das energias que compõem o átomo), da informática e molecular
Séc XXI
• Fim da ênfase em especialização em sub-disciplinas na ciência – sinergia entre as 3 revoluções fundamentais do século XX
• O poder estratégico-chave será a invenção, organização e imaginação mental de novas tecnologias
• Nações poderão ascender ou decair em função de seu domínio destas 3 revoluções
Séc. XXII (acreditem – século vinte e dois)
• O homem poderá modificar o clima do planeta
• Extrairá minerais dos oceanos e energia do centro do planeta
Adaptação de KAKU, Michio: Visões do futuro
Agora vamos passear intensamente pelas previsões sobre esta que é a nossa época – século XXI, onde tecnologias diferentes surgirão em períodos diferentes, o que faz com que, desse modo, o século seja dividido em 3 fases, conforme abaixo:
Século XXI – acontecimentos previstos por etapa
Etapa Acontecimentos previstos
De hoje a 2020
• Explosão jamais vista no ritmo das atividades cientificas
• Surgirão microprocessadores tão baratos e abundantes como um pedaço de papel
• Existirão sistemas inteligentes por toda a parte, transformando o trabalho, a comunicação e o viver
• A Internet se transformará num conto de fadas, capaz de falar como um ser humano
• Milhares de organismos terão seu código completo de DNA desmembrado
• Doenças genéticas serão eliminadas injetando o gene correto nas células
• Órgãos serão desenvolvidos em laboratórios
2020 a 2050
• Poder computacional convencional e o sequênciamento de DNA computadorizado estagnarão
• Deverão ser desenvolvidos projetos radicalmente novos, com base na teoria quântica
• O reinado do microcomputador terminará, e novos tipos de aparelhos quânticos aparecerão
• Entrada no mercado de andróides que aprendem com o próprio erro
• Clonagem de seres humanos
• Isolamento dos legendários “genes do envelhecimento”
2050 a 2100, e + além
• Projeção de novas formas de vida
• Será possível orquestrar a constituição física e mental de nossos filhos
Empreendedor Social, Escritor, palestrante e Ex-apresentador de TV
Membro do Conselho mundial de Cidadania Planetária
alexandrewahbe@hotmail.com
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A EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE HOJE
A PONTE DO TEMPO - EDUCAÇÃO ONTÉM E HOJE
ALEXANDRE SPERCHI WAHBE
Como e por que educar hoje? Para subsidiar uma boa resposta à questão, observemos historicamente o ciclo das transformações e inovações em educação até o momento presente.
Nas sociedades primitivas se educava para a sobrevivência do indivíduo e da tribo; mais tarde, há 13.000 anos, quando já refletíamos, a invenção da escrita pressupõe um processo educativo mais formalizado, entregue a uma classe de especialistas, e dedicava-se à manutenção do sistema sócio político e dos valores vigentes.
O primeiro povo a enfrentar explicitamente o problema da natureza, os ideais, as tarefas e os objetivos do processo educativo foi o povo grego, que educava para “humanizar”; Em Roma, já em 500 a . C., o elemento fundamental no processo educativo são as tradições para a formação do cidadão; Os hebreus orientavam seu processo de educação com um foco exclusivamente religioso, o que servia para conservar a identidade do povo; A tradição feudal determinou uma educação para as classes altas, que desenvolveu-se num ambiente de desintegração sócio-política.
Os cristãos utilizavam de símiles, aforismos e metáforas para transmitir sua mensagem educacional, que deveria gerar o conhecimento e a fé. Entre 700 e 1.200, a civilização islâmica é uma força, que traz de volta ao mundo ocidental fragmentos e influencias da cultura helênica, racionalizando - o; Nas primeiras universidades (século XI), capitaneadas pelos catedráticos, o ensino funcionava para a formação dos clérigos e nobres; Em 1.400, na Itália, os estudos humanistas tornam–se norma do processo educativo, que preparava para a liberdade.
Da Alemanha do século XIV emerge, através de Lutero o ideal de educação para todos, e visa desencadear a cidadania e o entendimento das escrituras; O século XVII foi um período de progresso acelerado, com a criação de numerosas instituições que apoiavam o desenvolvimento do conhecimento científico, e o ensino tinha a função de quebrar paradigmas, desmistificar e conhecer de fato a natureza e essência das coisas.
Nos séculos XIX e XX os sistemas nacionais de escolarização se organizaram na Europa e nas novas nações independentes da América Latina, posteriormente na África e Ásia, e tinha como o objetivo promover a manutenção do poder à classe dominante e preparar trabalhadores.
E agora, com o advento do contrastante e complexo terceiro milênio; onde, para que e como educaremos?
As perspectivas de transformações significativas nas dinâmicas sociais, as quais já podemos vislumbrar, geram expectativas e questionamentos: Estaremos sendo educados para viver plenamente segundo estas modificações estruturais? Estaremos preparados para atuar, como educadores, na orientação de nossos educandos? Estaremos formando sujeitos de modo adequado para a vida na era digital?E todo escopo humanístico que paira sobre um sistema educacional instrumentalmente mortal?
Em todos os setores da sociedade fala-se em transformação e novos paradigmas, todos eles estão passando ou passarão em um futuro breve por uma modificação e incremento conceitual e estrutural. Na educação, de modo algum será diferente.
A exponenciação de novos paradigmas educacionais e caracterização de uma crise e obsolescência nos sistemas educacionais é marcante, o que nos leva a concluir sobre a eminência de transformações na filosofia e dinâmica da pedagogia, que, conforme as outras formas de saber da sociedade, estão sendo reordenadas visando a adequação aos interesses e necessidades da sociedade digital.
*Autor do livro Nova Ordem Educacional (Ed. Corifeu), palestrante e apreentador de TV.
Nas sociedades primitivas se educava para a sobrevivência do indivíduo e da tribo; mais tarde, há 13.000 anos, quando já refletíamos, a invenção da escrita pressupõe um processo educativo mais formalizado, entregue a uma classe de especialistas, e dedicava-se à manutenção do sistema sócio político e dos valores vigentes.
O primeiro povo a enfrentar explicitamente o problema da natureza, os ideais, as tarefas e os objetivos do processo educativo foi o povo grego, que educava para “humanizar”; Em Roma, já em 500 a . C., o elemento fundamental no processo educativo são as tradições para a formação do cidadão; Os hebreus orientavam seu processo de educação com um foco exclusivamente religioso, o que servia para conservar a identidade do povo; A tradição feudal determinou uma educação para as classes altas, que desenvolveu-se num ambiente de desintegração sócio-política.
Os cristãos utilizavam de símiles, aforismos e metáforas para transmitir sua mensagem educacional, que deveria gerar o conhecimento e a fé. Entre 700 e 1.200, a civilização islâmica é uma força, que traz de volta ao mundo ocidental fragmentos e influencias da cultura helênica, racionalizando - o; Nas primeiras universidades (século XI), capitaneadas pelos catedráticos, o ensino funcionava para a formação dos clérigos e nobres; Em 1.400, na Itália, os estudos humanistas tornam–se norma do processo educativo, que preparava para a liberdade.
Da Alemanha do século XIV emerge, através de Lutero o ideal de educação para todos, e visa desencadear a cidadania e o entendimento das escrituras; O século XVII foi um período de progresso acelerado, com a criação de numerosas instituições que apoiavam o desenvolvimento do conhecimento científico, e o ensino tinha a função de quebrar paradigmas, desmistificar e conhecer de fato a natureza e essência das coisas.
Nos séculos XIX e XX os sistemas nacionais de escolarização se organizaram na Europa e nas novas nações independentes da América Latina, posteriormente na África e Ásia, e tinha como o objetivo promover a manutenção do poder à classe dominante e preparar trabalhadores.
E agora, com o advento do contrastante e complexo terceiro milênio; onde, para que e como educaremos?
As perspectivas de transformações significativas nas dinâmicas sociais, as quais já podemos vislumbrar, geram expectativas e questionamentos: Estaremos sendo educados para viver plenamente segundo estas modificações estruturais? Estaremos preparados para atuar, como educadores, na orientação de nossos educandos? Estaremos formando sujeitos de modo adequado para a vida na era digital?E todo escopo humanístico que paira sobre um sistema educacional instrumentalmente mortal?
Em todos os setores da sociedade fala-se em transformação e novos paradigmas, todos eles estão passando ou passarão em um futuro breve por uma modificação e incremento conceitual e estrutural. Na educação, de modo algum será diferente.
A exponenciação de novos paradigmas educacionais e caracterização de uma crise e obsolescência nos sistemas educacionais é marcante, o que nos leva a concluir sobre a eminência de transformações na filosofia e dinâmica da pedagogia, que, conforme as outras formas de saber da sociedade, estão sendo reordenadas visando a adequação aos interesses e necessidades da sociedade digital.
*Autor do livro Nova Ordem Educacional (Ed. Corifeu), palestrante e apreentador de TV.
Membro do Conselho Mund
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