Sexualizar muito cedo é arriscado
julho 31, 2007 por Ana
Ansiedade, anorexia, bulimia e depressão, entre outros distúrbios físicos e psíquicos, pode ser o preço a pagar pela erotização precoce das menores.
Não são poucos os perigos da actual tendência para sexualizar a infância.
Actualmente as meninas não se divertem a brincar com plasticina, colorir desenhos ou aprender a andar de bicicleta. Empenham-se em ter o aspecto de Beyoncé, dançar como Shakira, vestir tops e minissaias que deixem à mostra o umbigo e preocupam-se em saber quando os pais lhes darão autorização para fazer uma tatuagem, colocar um piercing ou implantes de silicone no peito que deixem os rapazes loucos.
Atentos a isto, os especialistas fizeram soar o alarme para o que chamam de sexualização precoce da infância, mais concretamente das meninas. O problema não reside apenas no facto de esta tendência lhes estar a roubar uma etapa necessária como a infância. A erotização infantil eleva o risco de problemas físicos e psicológicos a médio e longo prazos.
Os problemas de conduta alimentar e os complexos estéticos começam antes. Doenças de transmissão sexual e problemas indesejados estão a ser imputados à imaturidade. Os psiquiatras e psicólogos infantis têm salas de espera repletas de raparigas deprimidas pelo tamanho do peito ou porque os rapazes não as convidam para sair.
Tudo isto contribui para perpetuar a situação de inferioridade da mulher em relação ao homem e para que acreditem que só através do sexo serão válidas enquanto pessoas.
SONHO DE CRIANÇA
Olive é uma menina de seis anos, gorduchinha, com óculos e dentes separados. Um golpe de sorte empurra-a para a final do concurso de beleza mais prestigiado do país. Toda a família se amontoa numa furgoneta velha e ruma à grande cidade, onde a pequena e sobretudo o pai depositam todas as esperanças.
Olive é uma menina de seis anos, gorduchinha, com óculos e dentes separados. Um golpe de sorte empurra-a para a final do concurso de beleza mais prestigiado do país. Toda a família se amontoa numa furgoneta velha e ruma à grande cidade, onde a pequena e sobretudo o pai depositam todas as esperanças.
“Sou gira?”, pergunta a pequena ao avô, que lhe responde ser tão bonita por dentro como por fora.
Cenas antes, Olive chegou a recusar comer um gelado pelos estragos que poderiam causar na sua figura, que se prepara para converter numa rainha de beleza infantil.
Muitos já se terão apercebido tratar-se do enredo de ‘Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos’, mas talvez poucos dêem conta que o panorama descrito com tanto sarcasmo no filme americano é assombrosamente real e não se passa unicamente no outro lado do Atlântico.
De facto, as televisões europeias estão repletas de musicais em que os miúdos dançam, cantam e se expressam como se fossem estrelas em miniatura.
TURISMO SEXUAL
A Associação de Psicologia Americana publicou recentemente um documento no qual denuncia a tendência sexualizadora que domina na sociedade.
A Associação de Psicologia Americana publicou recentemente um documento no qual denuncia a tendência sexualizadora que domina na sociedade.
Concretamente manifesta preocupação pelo facto de a roupa, brinquedos, cosméticos, videojogos, filmes, desenhos animados e meios de comunicação dirigidos aos mais pequenos (para quatro anos) começarem a dar ênfase aos atributos eróticos, fundamentalmente das meninas, e ao benefício pessoal que se pode tirar do grau de atractividade sexual.
A polémica quanto à erotização da infância aumentou devido a uma campanha publicitária da Armani, destinada a promover uma linha de roupa juvenil, na qual surgem duas meninas maquilhadas e vestidas de biquíni. A empresa foi acusada de fomentar o turismo sexual.
O RISCO DE CRESCER SEM VALORES
O cirurgião pediátrico e plástico Gentil Martins chama a atenção para os riscos que correm as crianças ao não existir acompanhamento permanente dos pais na educação dos filhos. “A formação da personalidade das crianças ocorre entre os seis e os dez anos, uma fase crucial no seu crescimento. É fundamental que os pais dêem educação aos filhos, transmitindo-lhes os valores. Se não for feita essa educação, as crianças crescem sem valores porque têm tendência para imitar o que vêem na televisão e as imagens pop.”
O cirurgião pediátrico e plástico Gentil Martins chama a atenção para os riscos que correm as crianças ao não existir acompanhamento permanente dos pais na educação dos filhos. “A formação da personalidade das crianças ocorre entre os seis e os dez anos, uma fase crucial no seu crescimento. É fundamental que os pais dêem educação aos filhos, transmitindo-lhes os valores. Se não for feita essa educação, as crianças crescem sem valores porque têm tendência para imitar o que vêem na televisão e as imagens pop.”
O especialista admite que não é possível impedir que as crianças vejam televisão e fiquem sujeitas às imagens de sexo. Contudo, Gentil Martins sublinha que os pais “devem estar presentes nesses momentos para lhes descodificar as imagens e contrabalançar a mensagem televisiva, explicando aos filhos o que significa o sexo e a importância da afectividade”.
ALTERAÇÕES
A tendência para a sexualização dos mais novos provoca alterações físicas e psíquicas a médio e longo prazos.
DEPRESSÃO
Nos últimos vinte anos as preocupações das raparigas giram, não em torno dos estudos, mas do aspecto físico. Não alcançar os objectivos provoca insatisfação, ansiedade e depressão.
Nos últimos vinte anos as preocupações das raparigas giram, não em torno dos estudos, mas do aspecto físico. Não alcançar os objectivos provoca insatisfação, ansiedade e depressão.
ANOREXIA
É o problema mais sensível na hora de avaliar as consequências da erotização das meninas. Os especialistas denunciam o ideal de beleza caracterizado pela magreza extrema e medidas impossíveis.
DISTÚRBIOS
Perseguir ideais de beleza tem arrastado adolescentes para a anorexia e bulimia. A idade média dos primeiros distúrbios alimentares é nove anos.
ABUSOS
A imaturidade psicossexual leva à adopção de condutas sexuais de risco (promiscuidade, descuido com anticonceptivos) que repercutem no aumento das doenças (sida, outras), gravidezes e traumas (violação).
A imaturidade psicossexual leva à adopção de condutas sexuais de risco (promiscuidade, descuido com anticonceptivos) que repercutem no aumento das doenças (sida, outras), gravidezes e traumas (violação).
INSATISFAÇÃO
Uma rapariga que faz uma cirurgia para disfarçar uma suposta imperfeição estética corre riscos psicológicos, pois estas condutas são viciantes e fomentam insatisfação perpétua e riscos físicos, já que o corpo não concluiu a formação.
Uma rapariga que faz uma cirurgia para disfarçar uma suposta imperfeição estética corre riscos psicológicos, pois estas condutas são viciantes e fomentam insatisfação perpétua e riscos físicos, já que o corpo não concluiu a formação.
Fonte: Correio da Manhã, de Portugal
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