quinta-feira, 31 de março de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
O Demônio da não linearidade......... fantástico
GOSTO DESSA FORMA DE PENSAR........
Todos os sistemas têm embutido propósitos .....
Temos que ao menos reconhecê-los para não confundi-los com determinadas circunstâncias, ai podemos traçar o mapa de nosso território.
(inspirada em Douglas Rushkoof - Programar ou ser programado)
Temos que ao menos reconhecê-los para não confundi-los com determinadas circunstâncias, ai podemos traçar o mapa de nosso território.
(inspirada em Douglas Rushkoof - Programar ou ser programado)
quinta-feira, 24 de março de 2011
TRANSCENDENDO O TRANSCENDER
Sinônimos de Transcender
Definição de Transcender
Classe gramatical de transcender: Verbo transitivo e Verbo intransitivo
Tipo de verbo: regular
Separação das sílabas de transcender: trans-cen-der
Possui 11 letras Possui as vogais: a e Possui as consoantes: c d n r s t Transcender escrita ao contrário: rednecsnart
Tipo de verbo: regular
Separação das sílabas de transcender: trans-cen-der
Possui 11 letras Possui as vogais: a e Possui as consoantes: c d n r s t Transcender escrita ao contrário: rednecsnart
Frases na imprensa com transcender
Sarkozy disse que a admiração francesa pelo cinema norte-americano ajudou a transcender
quaisquer problemas que os dois países possam ter tido no passado --uma
referência à dura oposição da França à invasão do Iraque pelos EUA em
2003. Folha de São Paulo, 13/11/2009
Símbolo de meditação Escolha um símbolo espiritual para meditar. Uma borboleta, por exemplo, indica a capacidade da alma de transcender dificuldades, ou a luz de uma vela pode representar a energia positiva. Folha de São Paulo, 03/07/2009
Conjugação do verbo transcender
Infinitivo: transcender
Gerúndio: transcendendo
Particípio passado: transcendido
Gerúndio: transcendendo
Particípio passado: transcendido
INDICATIVO
Presente do Indicativo
eu transcendo
tu transcendes
ele transcende
nós transcendemos
vós transcendeis
eles transcendem
Imperfeito do Indicativo
eu transcendia
tu transcendias
ele transcendia
nós transcendíamos
vós transcendíeis
eles transcendiam
Perfeito do Indicativo
eu transcendi
tu transcendeste
ele transcendeu
nós transcendemos
vós transcendestes
eles transcenderam
Mais-que-perfeito do Indicativo
eu transcendera
tu transcenderas
ele transcendera
nós transcendêramos
vós transcendêreis
eles transcenderam
Futuro do Pretérito do Indicativo
eu transcenderia
tu transcenderias
ele transcenderia
nós transcenderíamos
vós transcenderíeis
eles transcenderiam
Futuro do Presente do Indicativo
eu transcenderei
tu transcenderás
ele transcenderá
nós transcenderemos
vós transcendereis
eles transcenderão
SUBJUNTIVO
Presente do Subjuntivo
que eu transcenda
que tu transcendas
que ele transcenda
que nós transcendamos
que vós transcendais
que eles transcendam
Imperfeito do Subjuntivo
se eu transcendesse
se tu transcendesses
se ele transcendesse
se nós transcendêssemos
se vós transcendêsseis
se eles transcendessem
Futuro do Subjuntivo
quando eu transcender
quando tu transcenderes
quando ele transcender
quando nós transcendermos
quando vós transcenderdes
quando eles transcenderem
IMPERATIVO
Imperativo Afirmativo
transcende tu
transcenda ele
transcendamos nós
transcendei vós
transcendam eles
Imperativo Negativo
não transcendas tu
não transcenda ele
não transcendamos nós
não transcendais vós
não transcendam eles
INFINITIVO
Infinitivo Pessoal
por transcender eu
por transcenderes tu
por transcender ele
por transcendermos nós
por transcenderdes vós
por transcenderem eles
Rimas com transcender
- empalidecer
- desaparecer
- desconhecer
- estabelecer
- compreender
- enlouquecer
- surpreender
- engrandecer
- desenvolver
- contradizer
- aperceber
- ranger
- estender
- esclarecer
- encolher
- trazer
- obedecer
- entreter
domingo, 13 de março de 2011
DESAPEGO
Vivemos num mundo que é um turbilhão de pensamentos, medos, expectativas e orações. Às vezes parece que somos barquinhos tentando navegar em meio ao tufão da vida. Tudo parece massacrante e vasto demais. Sentimo-nos impotentes e menos poderosos a cada dia, e seguimos adiante como uma luzinha que tenta brilhar na consciência de um buraco negro. Todas as manhãs nós despertamos para um novo dia, para uma nova oportunidade. Com nossa primeira inspiração e nosso primeiro pensamento, definimos as energias para o dia inteiro. Podemos inspirar as amplas possibilidades de um dia cheio de milagres e sonhos realizados, ou podemos inspirar um dia exatamente igual ao de ontem, nada mais, nada menos. O quantum da vida (o estado de vida que ainda não se formou) nos responde. Ele depende de nós para adquirir forma, qualquer forma (boa, má, feia, conforme o caso). Nós somos os filtros de café através do qual o novo dia tem que passar. Nós somos o rio que direciona as correntes das nossas vidas. Nós somos os produtores, atores e diretores da peça que chamamos de vida. Quando não gostamos do rumo que a peça está tomando, cabe a nós intervir energicamente e mudar a cena, a proposta e as frases ensaiadas da nossa vida. Somos uma individualidade celestial, assim como um todo celestial. Cada um de nós tem livre arbítrio e livre escolha, entretanto nossas decisões e escolhas afetam os resultados e o fluxo de toda a Criação. Cada escolha, cada passo, cada pensamento que temos cria um efeito cascata, tocando todos e tudo em seu caminho. Egoisticamente pensamos que nossas decisões e escolhas não são da conta de ninguém, só da nossa. Mas cada um de nós é como um oceano que guarda vidas preciosas dentro de si. Se o oceano secar ou se agitar além do equilíbrio, tudo que ele toca será afetado. Observe as células e órgãos do seu corpo. Embora cada um seja uma unidade separada, todos formam também uma consciência conectada, dependendo uns dos outros para sobreviverem. Todos nós vivemos no corpo do Universo. Cada um é uma célula separada, mas todos fazem parte da Unidade Divina. O Universo ultimamente tem criado um “Denominador Comum” entre as pessoas da Terra. Esta é uma tentativa de unir o que parece fraturado. Cada parte do mundo está vivenciando uma “Unidade” forçada, devido às situações e condições externas extremas que estão permeando e saturando tudo e todos. Estamos recebendo um sinal de alerta da Mãe Terra. Ela está gritando: “Mudem com facilidade ou mudem da maneira mais difícil. Isto depende de vocês, meus filhos!” Não só a Mãe Terra está nos dizendo isto, mas tudo o que considerávamos certo, seguro e verdadeiro, até este momento, também está nos dirigindo este sinal de alerta! Nossas vidas parecem não estar funcionando. Tentamos repará-las, mas os reparos não se mantêm nesta energia mais elevada. Nossas estruturas biológicas (corpos) estão recebendo novas instruções celulares de Luz diariamente. Estamos mudando de dentro para fora. Nada vai deter nem desacelerar essa grande mudança, pois ela é o nosso destino. Quanto mais nos agarrarmos às antigas maneiras de agir, pensar e viver, mais desconfortáveis serão essas mudanças. Tudo que não seja para o bem maior vai desabar, por mais forte que você tente se agarrar a ele. Desapegue-se de quem ou o que você pensa que é e do que você pensa que quer, e receba aquilo que foi cultivado por Decreto Divino especialmente para você! – A experiência perfeita, o tempo perfeito, o tamanho perfeito. Esta é uma experiência planetária de corpo inteiro. Religião, credo, raça e cor não importam. Tudo está se deslocando para uma ordem superior, uma luz superior e uma frequência superior. Aquele que você é recebeu a emancipação e está em vias de ser libertado. A borboleta não pode mais continuar dentro do casulo cósmico. Ela é destinada e programada para voar. Tudo isto é uma Dádiva do Universo, não um castigo! Focalize apenas a plenitude da sua vida, não o vazio. Tudo o que for para o seu bem maior e mais elevado não pode ser tirado de você. Apenas as energias e experiências de vibração inferior serão dissolvidas nesta nova luz. | |
=.=.=.000.=.=.= | |
Gillian MacBeth-Louthan - PO box 217 - Dandridge, Tennessee 37725-0217 - www.thequantumawakening.com thequantumawakening@hughes.net Tradução de Vera Corrêa veracorrea4 |
Cachoeiras do-mundo
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Cachoeiras do-mundo
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CHICO XAVIER
Que vocês possam ser a Semente do Amanhecer - Série Colônia Nosso Lar
QUE VOCÊS POSSAM SER A SEMENTE DO AMANHECER – SÉRIE COLÔNIA NOSSO LAR
Mensagem de Francisco Cândido Xavier, psicografada por elisangelis em 21.1.11, às 5h50 (Brasília), em conferência com o Grupo Somos Luz em Ação.
Filhas do meu coração, parte o meu coração sentir o quanto ainda falta galgar o ser humano para sentir o amor que está imerso no ar e a maioria de vocês sequer sentem a ínfima parcela deste sentimento que feito nuvem repleta de gotículas de chuva aguarda o momento adequado para desaguar pela Terra abaixo.
Meus queridos irmãos, o amor de que vos venho falar é aquele que está dentro de seus corações, e sequer ainda se deram conta disto, observam a vida como se estivessem sentados em um banco de viagem de trem, e da janela observam a paisagem que corre pela janela afora.
A vida de vocês também passará assim?
Ficarão sentados aguardando que a vida prossiga, que os animais procriem, as árvores balancem, as frutas caiam do pé, a chuva caia, o sol nasça e se ponha, enquanto observam pela janela?
Saiam do trem da vida e assumam o papel que Deus, o Criador, traçou para cada um de vocês.
Aceitar é o primeiro passo.
Gostaria muito de lhes dizer sobre minha trajetória, mas a essa altura muitas vozes já disseram muito ao meu respeito, mas hoje acho importante que entendam que seguir o coração é sobretudo aceitar a missão que o Criador nos delegou e acima de tudo, também, esforçar-se no sentido de dar continuidade aos talentos que se encontram todos dentro de vocês...
Seria correto o Pai pedir ao filho que fizesse o feijão e à menina que arasse à Terra para a plantação?
Não, meus filhos queridos, nunca faria o Pai um disparate desse...
Logo, se o Pai lhes dá o limão, vocês já sabem o que fazer, não é mesmo?
Mas quando ele vos dota dos talentos espirituais, dos dons de comunicação com este lado da vida, o que aguardam que o Pai espere de vós?
Aguarda que aceitem vossas tarefas amorosas e sigam sem olhar para trás...
Os que tiverem que caminhar ao LADO de vocês, caminharão...
Enquanto os que não estiverem de acordo com os propósitos DIVINOS, serão, pouco a pouco, pela natureza e pela Lei da Atração, excluídos de vosso convívio...
De tal sorte, que nem mesmo suas vibrações deletérias os alcançarão...
Assumam com fé e amor vossas tarefas, os acontecimentos terão o destino acertado, e em breve compreenderão muitas coisas aparentemente inexplicáveis...
O jogo de forças deixa de ter sentido quando vocês compreendem e aceitam que somos instrumentos do Pai Celestial, e que nessa condição apenas doamos o que está em nosso íntimo, em nossos arquivos "akashicos", pois estarão nesse caso atendendo ao chamado, e quem está com o Pai, nunca está sozinho, quer seja onde for...
As armadilhas humanas não mais os alcançarão, pois o Pai dirá esse é o meu protegido, pois na luta ele glorificou o meu nome, e com Ele eu Estarei assim disse o Pai.
Nós possuímos maneiras metafóricas de mostrarmos as verdades que assolam a humanidade, e nunca o fazemos de modo direto.
Aos que estão sintonizados, logo percebem e já sentem quando algo não vai bem, e quando isso ocorre vocês devem se recolher em oração, pedindo aos mentores que os inspirem para que a sabedoria os conduza no melhor proceder.
Orai e vigiai, é a dinâmica que deve prevalecer em vossas rotinas, pois a Terra ainda está abrigando energias conflituosas que se alimentam desses embates, por vezes, seculares que os acompanham e ainda os prendem a realidade terrena.
Libertem-se dos embates, dos duelos, pois o perdão é o caminho que os alivia e acalma o espírito e eleva a alma, à medida que se desprende do círculo viciado que o ódio e a vingança os anelam nas encarnações sucessivas que vivem em suas jornadas terrenas.
Até quando ainda alimentarão as energias que os prendem aos círculos do ato - ódio - vingança e assim sucessivamente?
Quantos ainda verão sucumbir diante dessa energia destrutiva que só trouxe miséria e tristeza à humanidade?
Gostaria de lhes dizer que há fórmulas e mais fórmulas para que possam inibir este círculo vicioso, mas apenas há UMA.
E essa se chama PERDÃO.
O auto perdão e o perdão ao próximo é a única força capaz de libertá-los, exerçam esse sentimento hoje e sempre e colherão, desde já, as mais belas flores, pois o perdão tal como jardim deixam atrás de vocês um rastro perfumado...que por sua natureza amorosa, atrai outros seres afins, os pássaros, o beija-flor, a alegria do transeunte que atravessa a via perfumada, todos se beneficiam, e então, vamos cultivar o aroma do PERDÃO?
Hoje gostaria de lhes dizer que devem reunir esforços para obterem esse desprendimento, pois mais adiante colherão frutos que só a alma que já se encontra elevada pressente, mas sabe que sentirá mais bem do que mal, quando aceita escolher esse caminho que perfumado, vai deixando flores e futuramente frutos doces e revigorantes a todos que também vierem atrás de suas pegadas.
As gotículas que brotarão alimentarão outros seres que embevecidos desse sentimento de amor e paz, levarão tal qual pólen, para outras paragens os eflúvios de amor e alegria.
Meus amados filhos perdoem e colham as mais belas flores que o Universo poderá lhes oferecer na jornada terrena.
Reiniciem vossas jornadas, pois a terra sempre está preparada para receber novas sementes, e com ela, ofertar árvores frondosas que oferecerão além do fruto, flores, folhas e também a sombra que acolhe e resgata os irmãos de seus cansaços diários, cujo repouso os remete aos braços do Criador.
Que vocês possam ser as sementes do amanhecer.
Eu sou Francisco Cândido Xavier, um humilde servo de Jesus Cristo.
Psicografia de Elisangelis em conferência com o GRUPO SOMOS LUZ EM AÇÃO em 21-01-2011
sábado, 12 de março de 2011
MENSAGEM DO INSTITUTO ADAMANTINA
Uma mensagem a todos os membros de INSTITUTO CONSCIÊNCIA ADAMANTINA
Faça hoje, não amanhãDiz o preguiçoso: "Amanhã farei."
Exclama o fraco: "Amanhã terei forças."
Assevera o delinqüente: "Amanhã regenero-me."
É imperioso reconhecer, porém, que a criatura,
adiando o esforço pessoal, não alcançou, ainda,
a noção real do tempo. Quem não aproveita a bênção do dia vive distante da glória do século.
A alma sem coragem de avançar cem passos não caminhará vinte mil.
O lavrador que perde a hora de semear
não consegue prever as conseqüências da procrastinação do serviço a que se devota, porque,
entre uma hora e outra,podem surgir impedimentos e lutas de indefinível duração.
Muita gente aguarda a morte para entrar numa boa vida.
Contudo a lei é clara quanto à destinação de cada um de nós.
Alcançaremos sempre os resultados a que nos propomos.
Se todas as aves possuem asas, nem todas
se ajustam à mesma tarefa nem planam no mesmo nível.
A andorinha voa na direção do clima primaveril,mas o corvo, de modo geral, se consagra,em qualquer tempo, aos detritos do chão.
Aquilo que o homem procura agora surpreenderá amanhã,à frente dos olhos e em torno do coração.
Cuida, pois, de fazer, sem delonga,quanto deve ser feito em benefício de tua própria felicidade,porque o Amanhã será muito agradávele benéfico somente paraaquele que trabalha no bem,que cresce no ideal superior e que aperfeiçoa nas abençoadas horas de Hoje.
(Anônimo)
P´ASSARO ENCANTADO
A transmutação e a expansão de sua consciência lhe concede a liberdade
Uma mensagem a todos os membros de INSTITUTO CONSCIÊNCIA ADAMANTINA
Pássaro Encantado Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo. Ele era um pássaro diferente de todos os demais: Era encantado. Os pássaros comuns, se a porta da gaiola estiver aberta, vão embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades... Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez, voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão. Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco de encanto que eu vi, como presente para você.... E assim ele começava a cantar as canções e as estórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro. Outra vez voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça. ... Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes. E de novo começavam as estórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isso voltava sempre. Mas chegava sempre uma hora de tristeza. Tenho que ir, ele dizia. Por favor não vá, fico tão triste, terei saudades e vou chorar..... Eu também terei saudades, dizia o pássaro. Eu também vou chorar. Mas eu vou lhe contar um segredo: As plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios... E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera da volta, que faz com que minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudades. Eu deixarei de ser um pássaro encantado e você deixará de me amar. Assim ele partiu. A menina sozinha, chorava de tristeza à noite. Imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada. Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá; será meu para sempre. Nunca mais terei saudades, e ficarei feliz. Com estes pensamentos comprou uma linda gaiola, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Finalmente ele chegou, maravilhoso, com suas novas cores, com estórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz. Foi acordar de madrugada, com um gemido triste do pássaro. Ah! Menina... Que é que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias.... Sem a saudade, o amor irá embora... A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas isto não aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente. Caíram suas plumas, os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio, deixou de cantar. Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava pensando naquilo que havia feito ao seu amigo... Até que não mais agüentou. Abriu a porta da gaiola. Pode ir, pássaro, volte quando quiser... Obrigado, menina. É, eu tenho que partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente. Sempre que você ficar com saudades, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudades, você ficará mais bonita. E você se enfeitará para me esperar... E partiu. Voou que voou para lugares distantes. A menina contava os dias, e cada dia que passava a saudade crescia. Que bom, pensava ela, meu pássaro está ficando encantado de novo... E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos; e penteava seus cabelos, colocava flores nos vasos... Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje... Sem que ela percebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado como o pássaro. Porque em algum lugar ele deveria estar voando. De algum lugar ele haveria de voltar. AH! Mundo maravilhoso que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama... E foi assim que ela, cada noite ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento. Quem sabe ele voltará amanhã.... E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro. (Rubem Alves) *e assim são nossos Sonhos e Reencontros...!!! |
FRENTE A FRENTE - NU NO ESPELHO...
Seja verdadeiro consigo mesmo Lembre-se sempre de ser verdadeiro consigo mesmo. Para isso, é preciso estar atento a três coisas. Primeiro, nunca ouça alguém que diga o que você tem de ser. Ouça sempre a sua voz interior, o que você gostaria de ser. Do contrário, toda a sua vida será desperdiçada. Há milhares de tentações à sua volta, porque existem muitas pessoas vendendo coisas por aí. Os supermercados, o mundo, as pessoas, todos estão interessados em lhe vender algo. Todo mundo é um vendedor e, se você ouvir vendedores demais, ficará louco. Não ouça ninguém, simplesmente feche os olhos e ouça a sua voz interior. É disso que trata a meditação: ouvir a sua voz interior. A segunda coisa - que só é possível se você já tiver feito a primeira - é nunca usar uma máscara. Se você está zangado, fique zangado. É arriscado, mas não sorria, pois isso não será verdadeiro. Você aprendeu a sorrir quando está zangado, então o sorriso fica falso, vira uma máscara. É só um exercício com os lábios, nada mais. O coração está cheio de fúria, de veneno, e os lábios sorriem - você se tornou falso. Outra coisa também acontecerá: quando você quiser sorrir, não conseguirá. Todo o seu mecanismo está revirado, pois quando quis ficar com raiva não pôde. Agora você quer amar, mas, de repente, descobre que o sistema não funciona. Quer sorrir, mas tem de forçar o sorriso. Seu coração está pleno de sorrisos e você quer rir alto, mas não consegue, algo fica reprimido no coração, engasgado na garganta. O sorriso não vem ou, se vem, é pálido e apagado. Não o deixa feliz. Você não se empolga com ele. Não há luminosidade à sua volta. Quando quiser ficar com raiva, fique. Não há nada de errado em ficar com raiva. Quando quiser rir, ria. O que há de errado em rir alto? Pouco a pouco, verá que todo o seu organismo está funcionando. Dá para notar: sempre que o mecanismo de uma pessoa está funcionando bem, dá para ouvir um zumbido em torno dela. Ela caminha, mas o passo é como uma dança. Fala, mas suas palavras têm uma poesia sutil. Quando olha para alguém, de fato olha: não é indiferente, é calorosa. Quando toca, ela realmente o faz - você pode sentir a energia entrando em seu corpo, uma corrente de vida sendo transferida... Seu mecanismo está funcionando bem. Não use máscaras. Se fizer isso, criará disfunções e bloqueios em seus sistemas. Existem muitos bloqueios no seu corpo. A pessoa que costuma reprimir a raiva tem os maxilares travados. Toda a raiva vai para os maxilares e fica estagnada ali. As mãos ficam feias. Não têm os movimentos graciosos de um dançarino porque a raiva vai para os dedos e fica ali, bloqueada. Lembre-se, a raiva tem duas fontes. Uma são os dentes, a outra são os dedos, pois todos os animais, quando estão zangados, vão mordê-lo com os dentes ou arranhá-lo com as garras. Portanto, as unhas e os dentes são os dois pontos por onde a raiva é extravasada. Eu tenho a suspeita de que, sempre que a raiva é muito reprimida, as pessoas têm problemas nos dentes. Os dentes estragam porque muita energia se acumula ali sem ser liberada. E qualquer um que reprime a raiva comerá mais - as pessoas com raiva sempre comem mais porque os dentes precisam ser movimentados. As pessoas com raiva fumarão mais. Falarão mais: podem virar tagarelas obsessivas porque, de algum modo, os maxilares precisam se mover para que um pouco de energia seja extravasada. E as mãos das pessoas com raiva ficarão nodosas, feias. Se a energia tivesse sido liberada, as mãos poderiam ser belas. Se você reprime alguma coisa, existe uma parte do corpo que corresponde a essa emoção. Se não quer chorar, seus olhos perderão o brilho, pois as lágrimas são necessárias. Se você chora de vez em quando, e as lágrimas começam a fluir, seus olhos ficam mais limpos, renovados, jovens, virgens. Lembre-se de que, se você não consegue chorar de verdade, também não consegue rir, pois essa é a outra polaridade. As pessoas que conseguem chorar também conseguem rir. E talvez você já tenha visto isso em crianças: se riem muito e por muito tempo, depois começam a chorar, porque as duas coisas estão ligadas. Os dois fenômenos não são diferentes, é a mesma energia indo para polos opostos. Portanto, não use máscaras - seja verdadeiro, custe o que custar. A terceira coisa diz respeito à autenticidade: fique sempre no presente, porque toda falsidade vem do passado ou do futuro. O que passou passou - não se preocupe mais com isso. E não carregue o passado como um fardo; do contrário, isso não deixará que você seja autêntico no presente. Além disso, tudo o que ainda não aconteceu de fato não aconteceu - não fique se preocupando à toa com o futuro, senão isso interferirá no presente e o estragará. Seja verdadeiro no presente e você será autêntico. Estar aqui e agora é ser autêntico. Osho, em "Corpo e Mente em Equilíbrio" Imagem por raysto |
amor e indivudualidade
:: Flávio Gikovate ::
Ao longo do segundo ano de vida a criança vivencia enorme avanço em suas competências: aprende a andar, a formular as primeiras frases, aprimora suas aptidões motoras etc. Se até então seu maior prazer era ficar no colo da mãe, usufruindo da paz e aconchego similar ao que foi perdido com o nascimento e sentindo por ela aquilo que chamamos de amor, agora ela gosta também de circular, especular sobre o ambiente, tentar entender para que servem e como é que funcionam os objetos. Coloca quase tudo que encontra na boca, tenta sentir seu tato, observa o que acontece quando deixa que caiam no chão. Dá sinais de grande satisfação a cada nova descoberta. Está praticando os primeiros atos próprios de sua individualidade - e se deleitando com eles.
Tudo isso acontece na presença da mãe. Sim, porque se ela for para um outro local, a criança imediatamente abandona o que está fazendo e sai em disparada atrás dela. O mesmo acontece se levar um tombo: corre chorando de volta para o colo. Diante da dor física ou da iminência de distanciamento exagerado da mãe, a sensação de desamparo cresce muito rapidamente e aí se torna absolutamente necessária a reaproximação. Há, pois, uma clara alternância de preferências: estando tudo em ordem, o que a criança quer é exercer os prazeres da sua individualidade em formação; ao menor desconforto, busca no aconchego materno (amor) o remédio para todas as dores.
Não há como não compararmos nossos comportamentos ditos adultos com o que acabei de descrever: queremos exercer nossa individualidade com a máxima liberdade, mas queremos voltar para casa e encontrar o parceiro à nossa espera. Ficamos bem longe da pessoa amada por algum tempo, mas depois o desejo maior é o de nos aconchegarmos; se isso não é possível, sentimos a dor forte correspondente à saudade (mistura de abandono com lembrança do calor que advém da companhia). Temos a nosso favor o benefício de um imaginário mais rico e a capacidade de nos comunicar com o amado à distância graças aos recursos tecnológicos: sentimos-nos aconchegados, mesmo longe, graças às palavras e juras de amor.
No convívio íntimo, parece que queremos mesmo é encontrar uma fórmula capaz de conciliar amor e individualidade: quero, por exemplo, assistir ao programa de TV do meu interesse e quero que minha amada esteja ao meu lado, se possível bem agarradinha. Ela, também interessada no aconchego, poderá tentar achar graça, por exemplo, no jogo de futebol que tanto me encanta. Mas talvez não consiga e aí começam os problemas. Ela se afastará, indo em busca daqueles que são os seus reais interesses individuais. Eu me sentirei rejeitado, abandonado e mal amado; tentarei pressioná-la com o intuito de fazer com que volte. Ela, prejudicada em seus legítimos direitos, irá se revoltar e a briga (chamada de briga normal dos casais) será inevitável.
O homem é, ao mesmo tempo, a criança e a mãe. O mesmo vale para a mulher. Querem exercer sua individualidade, mas sem se afastar muito um do outro. Lutarão pelo poder, para definir quem irá impor o ritmo e a programação. Por maiores que sejam as afinidades, sempre irão existir atividades que são do interesse exclusivo de um dos membros do casal. A fórmula tradicional - homens mandam e mulheres obedecem - não funciona mais (felizmente).
O que fazer? Só há um jeito: o crescimento emocional de ambos para que a dependência típica do amor infantil se atenue. Que cada um consiga se sentir em condições de exercer suas atividades, de modo a liberar o parceiro para fazer o mesmo.
quinta-feira, 10 de março de 2011
talento e sonho uma combinação que dá certo
ACREDITAR SEMPRE!! -ROBERTO SHINYASHIKIP
Todos nós, na infância, temos sonhos:
grandes, médios ou pequenos.
Mas à medida que a vida passa, esses sonhos
vão para as prateleiras da vida.
Depois para a área de serviço,
até chegar ao sótão e ser, então,esquecidos.
E os sonhos acabam se tornando vestígios
de uma época em que a pessoa acreditava
no mundo e em sua capacidade de realização.
Enquanto os perdedores se acomodam e
pensam que um sonho é muito para eles,
os campeões se perguntam o que precisam fazer
para realizá-lo.
Nunca pense que uma meta não foi feita para você,
mas sim nas virtudes que precisa
desenvolver para conseguir atingi-la.
Seus sonhos mantêm aceso o fogo
sagrado em seu coração.
Eles são a seiva da vida.
Nós envelhecemos não porque o tempo passa,
mas principalmente porque abandonamos
nossos sonhos.
Pessoas de idade avançada, mas com grandes
ambições, carregam nos olhos o brilho da
juventude, pois suas metas continuam
alimentando sua alma.
É triste olhar para alguém com 40 ou 50 anos
e observar que está vivendo a espera da morte.
É Frustrante ver adolescentes precocemente
envelhecidos, pois em seus corações já não
carregam mais sonhos.
Para essas pessoas viver é simplesmente
completar o dia, completar o mês,
completar o ano.
E é triste constatar que nosso povo está
deixando de sonhar. A maioria procura
completar o dia. Não se permite imaginar
algo além do que está vivendo.
Nunca, nunca, nunca desista!
(W. Churchill)
Texto retirado do livro
"O Sucesso é ser Feliz"
SILÊNCIO
O Silencio
Aprende com o silêncio a ouvir os sons interiores da sua alma,a calar-se nas discussões e assim evitar tragédias e desafetos...
Aprende com o silêncio a aceitar alguns fatos que você provocou, a ser humilde deixando o orgulho gritar lá fora, evitar reclamações vazias e sem sentido...
Aprende com o silêncio a reparar nas coisas mais simples, valorizar o que é belo, ouvir o que faz algum sentido...
Aprende com o silêncio que a solidão não é o pior castigo, existem companhias bem piores...
Aprende com o silêncio que a vida é boa, que nós só
precisamos olhar para o lado certo, ouvir a música certa, ler o livro certo.
Aprende com o silêncio que tudo tem um ciclo, como as marés que insistem em ir e voltar, os pássaros que migram e voltam ao mesmo lugar, como a Terra que faz a volta completa sobre o seu próprio eixo, complete a sua tarefa.
Aprende com o silêncio a respeitar a sua vida, valorizar o seu dia, enxergar em você as qualidades que você possui, equilibrar os defeitos que você tem e sabe que precisa corrigir e enxergar aqueles que você ainda não descobriu.
Aprende com o silêncio a relaxar, mesmo no pior trânsito, na maior das cobranças, na briga mais acalorada, na discussão entre familiares...
Aprende com o silêncio a respeitar o seu "eu", a valorizar o ser humano que você é, a respeitar o Templo que é o seu corpo, e o Santuário que é a sua vida.
Aprende hoje com o silêncio, que gritar não traz respeito, que ouvir ainda é melhor que muito falar...
E em respeito a você, eu me calo, me silencio,
Para que você possa ouvir o seu interior
Que quer lhe falar, Desejar-lhe um dia vitorioso e confirmar Que você é especial.
Autor : Paulo Roberto Gaefke
O valor do silêncioO valor do silêncioTrês vezes por dia, tudo pára na colina de Taizé: o trabalho, os estudos bíblicos, os intercâmbios. Os sinos chamam à igreja para rezar. Centenas, por vezes milhares de jovens de países muito diversos através do mundo, rezam e cantam com os irmãos da Comunidade. A Bíblia é lida em várias línguas. No centro de cada oração comunitária, um longo tempo de silêncio é um momento único de encontro com Deus.
Silêncio e oração
Se nos deixarmos guiar pelo mais antigo livro de oração, os Salmos bíblicos, nós encontramos aí duas formas principais de oração: por um lado o lamento e o pedido de socorro, por outro o agradecimento e o louvor. De forma mais oculta, há um terceiro tipo de oração, sem súplicas nem louvor explícito. O Salmo 131, por exemplo, não é senão calma e confiança: «Estou sossegado e tranquilo... Espera no Senhor, desde agora e para sempre!»
Por vezes a oração cala-se, pois uma comunhão tranquila com Deus pode abster-se de palavras. «Estou sossegado e tranquilo, como uma criança saciada ao colo da mãe; a minha alma é como uma criança saciada.» Como uma criança saciada que parou de gritar, junto da sua mãe, assim pode estar a minha alma na presença de Deus. Então a oração não precisa de palavras, nem mesmo de reflexões.
Como chegar ao silêncio interior? Por vezes calamo-nos, mas, por dentro, discutimos muito, confrontando-nos com interlocutores imaginários ou lutando connosco mesmos. Manter a sua alma em paz pressupõe uma espécie de simplicidade: «Já não corro atrás de grandezas, ou de coisas fora do meu alcance.» Fazer silêncio é reconhecer que as minhas inquietações não têm muito poder. Fazer silêncio é confiar a Deus o que está fora do meu alcance e das minhas capacidades. Um momento de silêncio, mesmo muito breve, é como um repouso sabático, uma santa pausa, uma trégua da inquietação.
A agitação dos nossos pensamentos pode ser comparada com a tempestade que sacudiu o barco dos discípulos, no Mar da Galileia, enquanto Jesus dormia. Também nos acontece estarmos perdidos, angustiados, incapazes de nos apaziguarmos a nós mesmos. Mas Cristo também é capaz de vir em nosso auxílio. Da mesma forma que falou imperiosamente ao vento e ao mar e que «se fez grande calma», ele pode igualmente acalmar o nosso coração quando está agitado pelo medo e pelas inquietações (Marcos 4).
Fazendo silêncio, pomos a nossa esperança em Deus. Um salmo sugere que o silêncio é mesmo uma forma de louvor. Nós lemos habitualmente o primeiro verso do Salmo 65: « A ti, ó Deus, é devido o louvor ». Esta tradução segue a versão grega, mas na verdade o texto hebreu diz: «Para Vós, ó Deus, o silêncio é louvor». Quando cessam as palavras e os pensamentos, Deus é louvado no enlevo silencioso e na admiração.
A Palavra de Deus: trovão e silêncio
No Sinai, Deus falou a Moisés e aos Israelitas. Trovões, relâmpagos e um som de trompa cada vez mais forte, precediam e acompanhavam a Palavra de Deus (Êxodo 19). Séculos mais tarde, o profeta Elias volta à mesma montanha de Deus. Ali revive a experiência dos seus antepassados: tempestade, tremores de terra e fogo, e ele prontifica-se a escutar Deus falando-lhe no trovão. Mas o Senhor não está nos fenómenos tradicionais do seu poder. Quando o grande barulho pára, Elias ouve «o murmúrio de uma brisa suava», e então Deus fala-lhe (1 Reis 19).
Deus fala com voz forte ou numa brisa de silêncio? Temos de tomar como modelo o povo reunido ao pé do Sinai ou o profeta Elias? Provavelmente isto é uma falsa alternativa. Os fenómenos terríveis que acompanham o dom dos dez mandamentos sublinham a sua importância. Guardar os mandamentos ou rejeitá-los é uma questão de vida ou de morte. Quem vê uma criança correr em direcção a um carro que passa, tem muitas razões para gritar tão alto quanto consiga. Em situações análogas, os profetas anunciaram a palavra de Deus de forma a fazer zumbir as orelhas.
Palavras ditas com voz forte fazem-se ouvir, impressionam. Mas sabemos bem que elas quase não tocam os corações. Em lugar de acolhimento, elas encontram resistência. A experiência de Elias mostra que Deus não quer impressionar, mas ser compreendido e acolhido. Deus escolheu «o murmúrio de uma brisa suave» para falar. É um paradoxo:
Deus é silencioso e no entanto fala
Quando a palavra de Deus se faz «o murmúrio de uma brisa suave», ela é mais eficaz do que nunca para transformar os nossos corações. A tempestade do monte Sinai abria fendas nos rochedos, mas a palavra silenciosa de Deus é capaz de quebrar os corações de pedra. Para o próprio Elias, o silêncio súbito era provavelmente mais temível do que a tempestade e o trovão. As poderosas manifestações de Deus eram-lhe, em certo sentido, familiares. É o silêncio de Deus que desconcerta, porque é muito diferente de tudo o que Elias conhecia até então.
O silêncio prepara-nos para um novo encontro com Deus. No silêncio, a palavra de Deus pode atingir os recantos escondidos dos nossos corações. No silêncio, ela revela-se «mais penetrante do que uma espada de dois gumes, penetra até à divisão da alma e do corpo» (Hebreus 4,12). Fazendo silêncio, deixamos de esconder-nos diante de Deus, e a luz de Cristo pode atingir, curar e mesmo transformar aquilo de que temos vergonha.
Silêncio e amor
Cristo diz: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei» (João 15,12). Precisamos de silêncio para acolher estas palavras e pô-las em prática. Quando estamos agitados e inquietos, temos tantos argumentos e razões para não perdoar e para não amar facilmente. Mas quando temos «a nossa alma em paz e silêncio», estas razões desaparecem. Talvez por vezes evitemos o silêncio, preferindo-lhe qualquer barulho, palavras ou distracções quaisquer que elas sejam, porque a paz interior é uma questão arriscada: torna-nos vazios e pobres, dissolve a amargura e as revoltas e leva-nos ao dom de nós mesmos. Silenciosos e pobres, os nossos corações são conquistados pelo Espírito Santo, cheios de um amor incondicional. De forma humilde mas certa, o silêncio leva a amar.
Postado em Anjo de Luz
Aprende com o silêncio a ouvir os sons interiores da sua alma,a calar-se nas discussões e assim evitar tragédias e desafetos...
Aprende com o silêncio a aceitar alguns fatos que você provocou, a ser humilde deixando o orgulho gritar lá fora, evitar reclamações vazias e sem sentido...
Aprende com o silêncio a reparar nas coisas mais simples, valorizar o que é belo, ouvir o que faz algum sentido...
Aprende com o silêncio que a solidão não é o pior castigo, existem companhias bem piores...
Aprende com o silêncio que a vida é boa, que nós só
precisamos olhar para o lado certo, ouvir a música certa, ler o livro certo.
Aprende com o silêncio que tudo tem um ciclo, como as marés que insistem em ir e voltar, os pássaros que migram e voltam ao mesmo lugar, como a Terra que faz a volta completa sobre o seu próprio eixo, complete a sua tarefa.
Aprende com o silêncio a respeitar a sua vida, valorizar o seu dia, enxergar em você as qualidades que você possui, equilibrar os defeitos que você tem e sabe que precisa corrigir e enxergar aqueles que você ainda não descobriu.
Aprende com o silêncio a relaxar, mesmo no pior trânsito, na maior das cobranças, na briga mais acalorada, na discussão entre familiares...
Aprende com o silêncio a respeitar o seu "eu", a valorizar o ser humano que você é, a respeitar o Templo que é o seu corpo, e o Santuário que é a sua vida.
Aprende hoje com o silêncio, que gritar não traz respeito, que ouvir ainda é melhor que muito falar...
E em respeito a você, eu me calo, me silencio,
Para que você possa ouvir o seu interior
Que quer lhe falar, Desejar-lhe um dia vitorioso e confirmar Que você é especial.
Autor : Paulo Roberto Gaefke
O valor do silêncioO valor do silêncioTrês vezes por dia, tudo pára na colina de Taizé: o trabalho, os estudos bíblicos, os intercâmbios. Os sinos chamam à igreja para rezar. Centenas, por vezes milhares de jovens de países muito diversos através do mundo, rezam e cantam com os irmãos da Comunidade. A Bíblia é lida em várias línguas. No centro de cada oração comunitária, um longo tempo de silêncio é um momento único de encontro com Deus.
Silêncio e oração
Se nos deixarmos guiar pelo mais antigo livro de oração, os Salmos bíblicos, nós encontramos aí duas formas principais de oração: por um lado o lamento e o pedido de socorro, por outro o agradecimento e o louvor. De forma mais oculta, há um terceiro tipo de oração, sem súplicas nem louvor explícito. O Salmo 131, por exemplo, não é senão calma e confiança: «Estou sossegado e tranquilo... Espera no Senhor, desde agora e para sempre!»
Por vezes a oração cala-se, pois uma comunhão tranquila com Deus pode abster-se de palavras. «Estou sossegado e tranquilo, como uma criança saciada ao colo da mãe; a minha alma é como uma criança saciada.» Como uma criança saciada que parou de gritar, junto da sua mãe, assim pode estar a minha alma na presença de Deus. Então a oração não precisa de palavras, nem mesmo de reflexões.
Como chegar ao silêncio interior? Por vezes calamo-nos, mas, por dentro, discutimos muito, confrontando-nos com interlocutores imaginários ou lutando connosco mesmos. Manter a sua alma em paz pressupõe uma espécie de simplicidade: «Já não corro atrás de grandezas, ou de coisas fora do meu alcance.» Fazer silêncio é reconhecer que as minhas inquietações não têm muito poder. Fazer silêncio é confiar a Deus o que está fora do meu alcance e das minhas capacidades. Um momento de silêncio, mesmo muito breve, é como um repouso sabático, uma santa pausa, uma trégua da inquietação.
A agitação dos nossos pensamentos pode ser comparada com a tempestade que sacudiu o barco dos discípulos, no Mar da Galileia, enquanto Jesus dormia. Também nos acontece estarmos perdidos, angustiados, incapazes de nos apaziguarmos a nós mesmos. Mas Cristo também é capaz de vir em nosso auxílio. Da mesma forma que falou imperiosamente ao vento e ao mar e que «se fez grande calma», ele pode igualmente acalmar o nosso coração quando está agitado pelo medo e pelas inquietações (Marcos 4).
Fazendo silêncio, pomos a nossa esperança em Deus. Um salmo sugere que o silêncio é mesmo uma forma de louvor. Nós lemos habitualmente o primeiro verso do Salmo 65: « A ti, ó Deus, é devido o louvor ». Esta tradução segue a versão grega, mas na verdade o texto hebreu diz: «Para Vós, ó Deus, o silêncio é louvor». Quando cessam as palavras e os pensamentos, Deus é louvado no enlevo silencioso e na admiração.
A Palavra de Deus: trovão e silêncio
No Sinai, Deus falou a Moisés e aos Israelitas. Trovões, relâmpagos e um som de trompa cada vez mais forte, precediam e acompanhavam a Palavra de Deus (Êxodo 19). Séculos mais tarde, o profeta Elias volta à mesma montanha de Deus. Ali revive a experiência dos seus antepassados: tempestade, tremores de terra e fogo, e ele prontifica-se a escutar Deus falando-lhe no trovão. Mas o Senhor não está nos fenómenos tradicionais do seu poder. Quando o grande barulho pára, Elias ouve «o murmúrio de uma brisa suava», e então Deus fala-lhe (1 Reis 19).
Deus fala com voz forte ou numa brisa de silêncio? Temos de tomar como modelo o povo reunido ao pé do Sinai ou o profeta Elias? Provavelmente isto é uma falsa alternativa. Os fenómenos terríveis que acompanham o dom dos dez mandamentos sublinham a sua importância. Guardar os mandamentos ou rejeitá-los é uma questão de vida ou de morte. Quem vê uma criança correr em direcção a um carro que passa, tem muitas razões para gritar tão alto quanto consiga. Em situações análogas, os profetas anunciaram a palavra de Deus de forma a fazer zumbir as orelhas.
Palavras ditas com voz forte fazem-se ouvir, impressionam. Mas sabemos bem que elas quase não tocam os corações. Em lugar de acolhimento, elas encontram resistência. A experiência de Elias mostra que Deus não quer impressionar, mas ser compreendido e acolhido. Deus escolheu «o murmúrio de uma brisa suave» para falar. É um paradoxo:
Deus é silencioso e no entanto fala
Quando a palavra de Deus se faz «o murmúrio de uma brisa suave», ela é mais eficaz do que nunca para transformar os nossos corações. A tempestade do monte Sinai abria fendas nos rochedos, mas a palavra silenciosa de Deus é capaz de quebrar os corações de pedra. Para o próprio Elias, o silêncio súbito era provavelmente mais temível do que a tempestade e o trovão. As poderosas manifestações de Deus eram-lhe, em certo sentido, familiares. É o silêncio de Deus que desconcerta, porque é muito diferente de tudo o que Elias conhecia até então.
O silêncio prepara-nos para um novo encontro com Deus. No silêncio, a palavra de Deus pode atingir os recantos escondidos dos nossos corações. No silêncio, ela revela-se «mais penetrante do que uma espada de dois gumes, penetra até à divisão da alma e do corpo» (Hebreus 4,12). Fazendo silêncio, deixamos de esconder-nos diante de Deus, e a luz de Cristo pode atingir, curar e mesmo transformar aquilo de que temos vergonha.
Silêncio e amor
Cristo diz: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei» (João 15,12). Precisamos de silêncio para acolher estas palavras e pô-las em prática. Quando estamos agitados e inquietos, temos tantos argumentos e razões para não perdoar e para não amar facilmente. Mas quando temos «a nossa alma em paz e silêncio», estas razões desaparecem. Talvez por vezes evitemos o silêncio, preferindo-lhe qualquer barulho, palavras ou distracções quaisquer que elas sejam, porque a paz interior é uma questão arriscada: torna-nos vazios e pobres, dissolve a amargura e as revoltas e leva-nos ao dom de nós mesmos. Silenciosos e pobres, os nossos corações são conquistados pelo Espírito Santo, cheios de um amor incondicional. De forma humilde mas certa, o silêncio leva a amar.
Postado em Anjo de Luz
quarta-feira, 9 de março de 2011
OBSESSÃO E OBSESSIVOS
Obsessão
O ato de assédio, ou o estado de ser incomodado ou assediado por uma entidade externa, especialmente por um espírito do mal, antes de uma possessão demoníaca. Esta circunstância é encontrada entre os que sofrem de insanidade, de histeria, de vícios em drogas, de alcoolismo em alto grau, e de mediunidade (procure esta palavra em nosso dicionário); estes sofredores são considerados instrumentos apropriados, onde entidades desencarnadas de forte desejo, os utilizam como veículos para contatar a vida sensual, drogas, desordens e violência. Quando um espírito subjuga ou vampiriza uma pessoa, ou uma pessoa subjuga psiquicamente ou moralmente outra; o objetivo da obsessão é a “possessão” "domínio dos quatro corpos inferiores", "os corpos da memória, da mente, dos desejos e do físico".
obsessão
Grupo Espírita Bezerra de Menezes
O que é Obsessão?A Obsessão é o domínio que alguns Espíritos adquirem sobre outros, quer encarnados ou desencarnados, provocando-lhes desequilíbrios psíquicos, emocionais e físicos É uma espécie de constrangimento moral de um indivíduo sobre outro. Pode ser de encarnado para encarnado, encarnado para desencarnado, desencarnado para encarnado e desencarnado para desencarnado. Essa influência negativa e irracional traz para as pessoas problemas diversos, o que as tornam enfermas da alma, necessitando de cuidados, como toda doença. Normalmente se faz tratamento das obsessões em centros espíritas kardecistas sérios.
Se a Obsessão é uma doença da alma, quais são seus sintomas?
A obsessão apresenta sintomas tais como: angústia, depressão, perturbação do sono (insônia ou pesadelos), mau humor, desinteresse pelo estudo ou pelo trabalho, isolamento social, pensamentos suicidas, desregramento sexual etc. Não se segue daí, que se conclua que todos os portadores desses sintomas estejam obsediados. Há diversas outras causas, conhecidas da ciência médica, que podem provocar sintomatologia semelhante.
E como se pode tratar essa doença espiritual?
A obsessão, sendo uma doença da alma, deverá ser curada definitivamente com a melhoria do indivíduo no campo moral e intelectual. O Espiritismo (doutrina de Allan Kardec) oferece tratamento seguro para essas doenças, pois trata o problema abordando os dois lados da vida. Se for um Espírito desencarnado, ele será chamado por meio de evocações particulares, nas reuniões sérias de intercâmbio espiritual, para uma conversa e conscientização do mal que está praticando. Do lado do encarnado, se cuidará de tratar com a evangelização (moralização) e pela fluidoterapia (aplicação de passes), levando-o ao entendimento do que precisa fazer para libertar-se do mal.
Como o Espírito recém-desencarnado recebe um novo envolvimento amoroso de sua esposa, ainda encarnada no mundo material? Ele não o aceita? Poderá interferir nessa relação? Há um tempo de espera, para que o cônjuge encarnado possa ter novo relacionamento sem magoar quem já desencarnou?
Quando o Espírito se desprende da carne, ele entra em uma outra dimensão de vida que é a vida espiritual. Lá, terá um nova percepção das coisas, tendo um raciocínio mais livre, mais pleno, pois não está mais confinado aos limites da matéria. Compreende que viverá outros aprendizados e que os afetos deixados na vida terrena igualmente terão também experiências necessárias ao progresso individual e coletivo. Entretanto, se ele for um Espírito pouco adiantado, permanecerá preso ao seu mundo mental, vivenciando as situações que vivia quando em vida, principalmente se cultivou paixões e sentimentos de posse exacerbados.
Poderá com isso sofrer, se seus entes queridos agem com desinteresse afetivo por ele, se entram em disputa por heranças ou mesmo se seus "amores" interessam-se por outras pessoas. Poderá interferir na vida das pessoas, muitas vezes originando processos obsessivos.
Neste caso, deve-se procurar ajuda espiritual numa casa espírita kardecista, para que o problema seja devidamente equacionado. Claro, essas situações de perturbações são de exceção. Normalmente o que se observa é a compreensão por parte de quem partiu. Não há um tempo específico que seja adequado para que se tenha novo envolvimento amoroso. Vai depender da situação de cada criatura. Nas relações verdadeiras, sinceras e duradouras, geralmente quando um parte o outro permanece um bom tempo sem que encontre substituição em seu coração, quando não opta por permanecer sozinho. Entretanto, nas relações difíceis, que são maioria esmagadora no planeta, a perda não se constitui em problema. Todas essas coisas são regidas pelos sentimentos. O tempo, neste caso, é o que menos importa.
Gostaria de saber como se identifica uma obsessão de encarnado para desencarnado. E como se livrar disso?
Sabe-se que a obsessão é uma espécie de constrangimento de um Espírito sobre outro e que isso se dá através da lei das afinidades espirituais (vide pergunta 42). Portanto, as influências ruins podem partir dos encarnados para os desencarnados também. Geralmente isso acontece nas situações onde entre os dois indivíduos existe uma relação em desequilíbrio, tanto de "amor" quanto de "ódio". Pode parecer estranho que se afirme que relações de amor possam gerar processos obsessivos, mas o amor desmedido e possessivo entre duas pessoas (mesmo que seja entre mãe e filho), geram desequilíbrios os mais diversos. Se um deles desencarna é claro que o sentimento permanece o mesmo, a menos que um deles venha a se libertar dele através do esclarecimento. Da mesma forma nos casos de pessoas que desencarnam deixando heranças em que os herdeiros ficam insatisfeitos e não tinham boa relação de afeto com o desencarnado, gerando condições fluídicas mórbidas que envolvem os dois planos. A única forma de se livrar desses problemas é buscando o esclarecimento, procurando uma casa espírita que tenha experiência nesse tipo de atendimento. O tratamento espiritual, esclarecendo os envolvidos no processo, aliado à mudança de postura do indivíduo é a chave para os problemas espirituais de toda ordem.
A depressão pode estar relacionada com obsessão? Como?
Os processos obsessivos moderados e graves levam quase sempre a um estado mórbido mental, que favorece enormemente os estados depressivos, com toda a sintomatologia que esta doença produz. Entretanto, nem todos os quadros depressivos podem ser atribuídos às influências espirituais. Existem mecanismos orgânicos, decorrentes de falhas em sínteses hormonais que explicam cientificamente a depressão. Evidentemente que mesmo nesses casos, pode haver influenciação espiritual por conta da atitude mental da criatura, embora não seja esse o agente causador do processo.
Há a possibilidade de ocorrer uma auto-obsessão, ou seja, de uma pessoa encarnada ser obsediada por ela mesma?
Sim, há essa possibilidade e não é rara. São pessoas que se encontram numa condição mental doentia, atormentando-se a si mesmo. Vivem em um mundo de desarmonia interior e buscam culpar tudo o que há em sua volta, gerando cada vez mais sofrimentos para si mesma e para quem com ela convive. As causas geralmente residem nos problemas anímicos do indivíduo, ou seja, nos seus próprios dramas pessoais. São traumas, remorsos, culpas e situações provindas do seu mundo íntimo e que prejudicam sua normalidade psicológica. Certamente, por conta de sua atitude mental, entram em sintonia com ambiente espiritual de igual teor, o que agrava o quadro, embora não seja esta a causa determinante da enfermidade. Além da evangelização espírita, costumam-se beneficiar-se enormemente com as psicoterapias, no que devem ser estimulados.
Uma convulsão poderá ser sintoma de uma obsessão?
Geralmente as convulsões não são sintomas de obsessão (embora ela possa aparecer associada à enfermidade). As convulsões propriamente ditas são ocasionadas por falhas na estrutura orgânica do homem e necessita de tratamento médico especializado. As alterações do sensório ocasionadas por influências espirituais, não configuram convulsões com o cortejo clínico estudado pela ciência médica terrena. Portanto, há que se ter cautela ao lidar com pessoas que tem crises convulsivas e que querem tratar-se nas casas espíritas. Elas podem ser portadoras de enfermidade epiléptica e necessitam de avaliação médica. Crises de subjugação possuem algumas características das crises epilépticas, mas são bem diferentes. Na epilepsia quase sempre o paciente perde a consciência e desfalece, com movimentos motores involuntátios. Na crise de subjugação, não! Observa-se brusca mudança de comportamento e o perturbado pode cair ao chão, porém, não desfalece e comporta-se como se fosse uma outra pessoa.
Como devemos proceder junto a uma pessoa que está sob o império da fascinação?
Casos de fascinação são muito comuns entre encarnados, e mesmo dentro das casas espíritas que endeusam seus médiuns ou dirigentes. Antes de concluirmos se uma pessoa está sendo vítima da terrível fascinação, é preciso pesar na balança do bom senso. Levemos o problema ao exame de sociedades idôneas, que não estejam sob o domínio das nossas idéias, para opinarem. Se tivermos certeza da obsessão, devemos procurar orientar aquele que padece. Havendo abertura, temos que ir esclarecendo o enfermo aos poucos, fazendo-o ver a presença da má influência. O que acontece na maioria das vezes, é a existência. O espírita é orgulhoso e, geralmente, não aceita que esteja mal assistido. Nestes casos, o melhor é deixá-lo nas mãos da influência em que se compraz. Só aprenderá com a dor
Transtorno Obsessivo-Compulsivo: Visão Psicanalítica
- Escrito por Joviane Moura
Na introdução do “Homem dos Ratos”, Freud (1909) diz que a neurose obsessivo-compulsiva não é algo em si fácil de entender – é muito menos fácil do que um caso de histeria. “A linguagem de uma neurose obsessiva, ou seja, os meios pelos quais ela expressa seus pensamentos secretos, presume-se ser apenas um dialeto da linguagem da histeria" (Freud, 1909, pág. 143).
O termo “obsessivo” etimologicamente deriva dos étimos latinos “ob” (que quer dizer: contra, a despeito de...) mais “stinere” (que significa: uma posição própria, tal como parece em “des-tino”, luta-se contra si mesmo). A terminologia já mostra a situação de ambigüidade e ambivalência no sujeito obsessivo.
Da mesma forma que acontece com outras estruturas da personalidade e/ou transtornos psicológicos, também o de natureza obsessiva diz respeito a forma e ao grau como organizam-se os mecanismos defensivos do ego diante de fortes ansiedades subjacentes. O DSM-IV (manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais) categoriza os transtornos obsessivo-compulsivo em transtornos de ansiedade, pois a ansiedade é o sintoma primário ou a causa primária de outros sintomas.
Zimerman (1999) lembra que embora a obsessividade possa ser um elemento comum em diversas pessoas diferentes, é indispensável que se faça uma discriminação entre os seguintes estados: traços obsessivos em uma pessoa normal, ou como traços acompanhantes de uma neurose mista, uma psicose, perversão, etc.; caráter marcadamente obsessivo; neurose obsessiva-compulsiva. As duas ultimas se diferenciam pelo fato de que uma caracterologia obsessiva implica a presença permanente e predominante dos conhecidos traços de meticulosidade, controle, dúvida, intolerância etc., sem que isso altere a harmonia do individuo ou que o faça sofrer exageradamente, embora ele apresente algumas inibições que o desgastam e possam estar infligindo algum sofrimento aos que convivem mais intimamente.
A terminologia clássica de Neurose Obsessiva-Compulsiva é, no DSM-IV e CID-10, modificada para a denominação de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).
O TOC é caracterizado pela necessidade ego distônica de realizar rituais de forma compulsiva, com o objetivo de aliviar a ansiedade provocada por pensamentos obsessivos. O Transtorno de personalidade obsessiva-compulsiva caracteriza-se por traços que são ego-sintônicos e que pertencem mais ao escopo do pensamento (Chachamorich e Fetter, 2005).
Pode se dizer que uma pessoa portadora de um caráter obsessivo, desde que não excessivo, reúne aspectos “desejados socialmente”, como método, disciplina, ordem etc. Já a neurose obsessiva acarreta um grau de sofrimento a si próprio e aos demais , e também prejuízo a vida familiar e social. Os sintomas obsessivos e compulsivos compostos por dúvidas ruminativas, pensamentos cavilatórios, controle onipotente, frugalidade, obstinação, rituais e cerimônias, atos que são feitos e desfeitos continuamente sem nunca acabar, podem atingir um alto grau de incapacidade total do sujeito, para uma vida livre, gerando uma gravíssima neurose, se aproximando da psicose.
O DSM-IV exige para o diagnóstico sofrimento pessoal e comprometimento funcional para diferenciar o transtorno obsessivo-compulsivo de pensamentos ou hábitos comuns ou levemente excessivos. E aponta como critérios diagnósticos: a presença de obsessões e/ou compulsões que acarretem sofrimento e prejuízo pessoal e social para o indivíduo; em algum ponto durante o curso do transtorno, o indivíduo reconheceu que as obsessões ou compulsões são excessivas e irracionais; as obsessões ou compulsões consomem mais de uma hora por dia e interferem significativamente na rotina, no seu funcionamento ocupacional e social.
Caso o paciente apresente outros transtornos, as obsessões e compulsões não devem estar restritas a ele. A sintomatologia não deve estar ligada a efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de uma condição médica geral.
O DSM-IV define obsessões como: pensamentos impulsivos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento durante a perturbação são experimentadas como intrusivas, inadequadas e causam acentuado sofrimento e ansiedade; não são meras preocupações excessivas com problemas da vida real; o indivíduo tenta ignora-los, ou suprimi-los ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação; o sujeito reconhece as obsessões como produto de sua própria mente.
As compulsões são definidas pelo DSM-IV como: comportamentos repetitivos ou ato mentais que a pessoa se sente compelida a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas; visam prevenir ou reduzir o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida, entretanto, eles não têm uma conexão realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-IV propõe como critérios para o diagnostico do transtorno obsessivo compulsivo. (1) Preocupação tão extensa com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários, que o ponto principal da atividade é perdido (perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas). (2) Devotamento excessivo ao trabalho e a produtividade, em detrimento de atividades de lazer e amizades. (3) Excessiva conscienciosidade, escrúpulos e inflexibilidade em assuntos de moralidade, ética ou valores. (4) Incapacidade de desfazer-se de objetos usados ou inúteis, mesmo quando não tem valor sentimental. (5) Relutância em delegar tarefas ou trabalhar em conjunto com outras pessoas, a menos que estas se submetam o seu modo exato de fazer as coisas. (6) Adoção de um estilo miserável quanto a gastos pessoais e com outras pessoas. (7) Rigidez e teimosia.
Para fazer o diagnostico, pelo menos quatro desses sete critérios deverão ser encontrados.
Neto e Elkes (2007) destacam duas novas tendências na abordagem do TOC. Uma é a idéia de espectro obsessivo-compulsivo que abrange uma série de quadros relacionados, como por exemplo, o comprar compulsivo e o jogo patológico. A outra é a idéia de que o TOC é um transtorno heterogêneo que requer a delimitação de subgrupos mais homogêneos dentro dessa categoria nosográfica. Os autores concluem esse estudo concluindo que o conceito de TOC está intimamente ligado ao modo de pensar de uma época.
Fica-se diante, não simplesmente de um transtorno, mas de uma tentativa de “adaptação” humana, de uma forma de organização e controle (que curiosamente escapam completamente ao controle). É a forma obsessiva-compulsiva de responder às demandas e frustrações.
No inicio do século XX a neurose obsessiva era considerada como parte da loucura, ela era categorizada como doença mental. Pinel se referia a neurose obsessiva como uma loucura raciocinante. Esquirol classificou-a nas monomanias, considerando-a um delírio parcial.
Chartier (2006) aponta que a primeira boa descrição de desse transtorno é devida a Morel (1886), que falava ainda de delírio emotivo, mas é com Luys (1883) que se vê aparecer o termo obsessão, a partir de um artigo intitulado “Das obsessões patológicas”. A partir de então a obsessão é aproximada da neurose. Mas a origem intelectual ou emocional da obsessão –compulsao ainda vai dividir muitas opiniões. Essa manifestação psicopatológica introduz a problemática dos vínculos entre a vida intelectual e a vida emocional de uma forma aguda.
Janet propôs sua teoria da diminuição da energia psíquica e tentou ligar a psicastenia e as obsessões, que são para ele uma espécie de resíduo do nível da atividade psíquica mais elevada.
Com Pitres e Regis a origem emocional da neurose obsessiva foi admitida; mas foi com Freud que veio um entendimento psíquico, através de sua distinção entre os destinos do representante ideativo e do afeto.
As primeiras idéias de Freud sobre o transtorno obsessivo-compulsivo surgem em 1894 (As psiconeuroses de defesa), 1895(Obsessões e Fobias) e em 1896 (Novos comentários sobre as psiconeuroses de defesa). A partir de 1907 em Atos Obsessivos e Práticas Religiosas, começa a se aprofundar e construir uma teoria mais consistente o substancial sobre o tema. É nesse livro que Freud declara que a religião é uma neurose obsessiva universal, e a neurose obsessiva, uma religião em particular.
Em 1908 Freud lança Caráter e Erotismo Anal, em 1909 vem o famoso “Homem dos Ratos” (Notas sobre um caso de neurose obsessiva). Em 1912 Freud em Totem e Tabu relaciona o funcionamento mental do obsessivo aos sistemas sociais nos totens. Em 1913 surge A disposição à neurose obsessiva; em 1916 O sentido dos sintomas; 1918 o tão complexo Homem dos Lobos (Da historia de uma Neurose Infantil); em 1926 é a vez de Inibições, Sintomas e Angústia.
No Homem dos Ratos, Freud (1909) pela primeira vez reconhece o conflito entre amor e ódio como uma possível base para a neurose. Charchamorich e Fetter (2005) apontam este estabelecimento do conceito de ambivalência psíquica por Freud como um grande passo no sentido de reconhecer o conflito interno, em sua origem e não apenas em seu desenvolvimento.
No texto de 1913 Freud descreveu uma organização primitiva pré-genital da libido, caracterizada por uma preponderância de componentes pulsionais anais-sádicos, apreendendo que os sintomas da obsessão eram resultado da regressão da libido a esse estágio anal como forma de evitação à angústia de castração. Esse último tema é especialmente tratado em Inibições, Sintomas e Ansiedade de 1925, onde Freud retoma o Homem dos Lobos (1916) e estabelece a estreita relação entre os sintomas fóbicos e obsessivos e angústia de castração.
Zimermam (1999) aponta como principais fatores etiológicos a existência de:
- Pais obsessivos que impuseram um superego por demais rígido e punitivo;
- Uma exagerada carga de agressão que o ego não conseguia processar, e, igualmente, uma falha da capacidade do ego na função de síntese e discriminação das permanentes contradições que atormentam o obsessivo;
- Do ponto de vista estrutural, há um constante conflito inter-sistêmico (o ego está submetido ao superego cruel e pressionado pelas demandas do id); e há ainda um conflito intra-sistêmico (dentro do próprio id, as pulsões de vida e de morte podem estar em um forte conflito; ou nas representações do ego, o gênero masculino e o feminino não se entendem entre si).
- O entendimento da importância da defecação para a criança, com as respectivas fixações anais que se organizam em torno das fantasias que cercam o ato de defecar.
Holmes (1997) destaca também, como obsessão clinicamente comum, pensamentos reiterados de violência (matar ou prejudicar alguém). Funcionalmente as obsessões podem interferir com os pensamentos normais e prejudicar as habilidades do indivíduo e limitar o comportamento. Na compulsão, o comportamento que parece destinado a atingir alguma meta, mas em realidade é sem sentido e inútil, é percebido pelo indivíduo como irracional e não lhe proporciona qualquer prazer e se torna tenso e ansioso se o comportamento não é desempenhado. “As compulsões verdadeiras não são agradáveis, exceto pelo fato de que elas podem brevemente evitar a ansiedade.
Zimerman (1999) diz que esse conflito entre as instâncias psíquicas explica os sintomas de ordem, limpeza, disciplina, escrupulosidade e afins, que caracterizam o obsessivo, sendo que a obsessividade pode manifestar-se com dois perfis caractereológicos: um se manifesta sob uma forma passiva (corresponde a chamada “fase anal retentiva”) e o outro tipo é de natureza ativa (corresponde à fase anal expulsiva) como foram denominadas por Abraham. Os primeiros são os obsessivos considerados como sendo do tipo “passivo submetido”, apresentam uma necessidade enorme de agradar (ou melhor, dizer: não desagradar) a todas as pessoas, devido a sua intensa ansiedade em poder magoar ou vir a perder o amor delas. Assim, esse tipo de obsessivo pode ficar no papel de criança intimidada aos objetos superegóicos, as quais passam o tempo todo pedindo “desculpas”, ”por favor,” “com licença”, “muito obrigado”..., ou adotando atitudes masoquistas. A segunda modalidade caracterológica consiste no tipo “ativo-submetedor, que resulta de um processo de identificação com o agressor, pelo qual o sujeito adquire as características de exercer um controle sádico sobre os outros, aos quais ele quer impor as suas verdades.
Tanto no tipo passivo quanto no ativo, há uma permanente presença de pulsões agressivas, mal resolvidas; de um superego rígido, muitas vezes cruel, ante a desobediência aos seus mandamentos; e de um ideal de ego, cheio de expectativas a serem cumpridas. Tudo isso os mantém em um continuado estado de culpa e numa conflitiva narcísica.
Nasio (1997) inicia seu capítulo de discussão sobre o supereu (superego) com a clássica declaração de Ernest Jones de que o superego é o inimigo do homem, bem como seu amigo. “Não é exagero dizer que a vida psíquica do homem é essencialmente feita e esforços obstinados , seja para escapar à dominação do superego, seja para suporta-la.” Essa máxima é especialmente válida para o obsessivo-compulssivo, que na sua luta de fazer e desfazer atos e pensamentos, tenta anular seus conflitos. Mas a severidade do supereu em nada abala o desejo.
Nasio (1997) declara que na verdade o supereu atesta a vitalidade do desejo e a existência do supereu é seguramente um sinal do vigor do desejo. O supereu não representa o desaparecimento do desejo, ma as renúncia a experimentar o gozo que a criança conheceria se o incesto tivesse lugar. A instancia supereu é carregada dos mesmos afetos de ódio, amor e medo sentidos pela criança quando da resolução final do Complexo de Édipo. “O ódio originário se converterá, mais tarde, na severidade sádica do supereu, e a angústia no sentimento de culpa do eu.”
O “Homem dos Ratos” chega a Freud tendo como principal queixa um medo de que algo pudesse acontecer a duas pessoas das quais ele gostava muito: seu pai e uma dama a quem ele muito admirava. Tinha impulsos compulsivos de cortar a garganta com uma lâmina.
Freud (1909) diz que as idéias obsessivas têm à aparência de não possuírem nem motivo nem significação. O primeiro problema é saber como lhe dá um sentido e um status na vida mental do paciente, de modo a torná-las compreensíveis, e mesmo, óbvias. A solução se dá ao se levar as idéias obsessivas a uma relação temporal com as experiências do paciente, quer dizer, ao se indagar quando foi que uma idéia obsessiva particular fez sua primeira aparição e em que circunstancias externas ela está apta para voltar a ocorrer; uma vez descobertas as interconexões entre uma idéia obsessiva e as experiências do paciente não haverá de se ter acesso a “algo mais” na estrutura patológica – “seu significado, o mecanismo de sua origem e sua derivação das forças motivadoras preponderantes da mente do paciente.” (Freud, 1909, pág. 168)
De acordo com Freud (1909) a real significação atos obsessivos-compulsivos reside no fato de serem representantes de um conflito entre dois impulsos opostos de força aproximadamente igual. Eles nos mostram uma nova modalidade de método de construção de sintomas.
Na histeria, via de regra, as causas precipitadoras da doença são submetidas à amnésia mas conseguem transformar em sintomas sua energia afetiva. Nas neuroses obsessivas geralmente a amnésia é parcial e os motivos imediatos da doença são mantidos na memória. A repressão utiliza-se de outro mecanismo. O trauma, em lugar de ser esquecido, é destituído de sua catexia afetiva, de modo que na consciência, nada mais resta senão o conteúdo ideativo, o qual é inteiramente desinteressante e considerado sem importância.Na histeria o que ocorre normalmente é chegar-se a uma conciliação, que capacita ambas as tendências opostas a se expressarem simultaneamente – o que é como matar dois coelhos com uma cajadada; ao passo que aqui cada uma das duas tendências opostas é satisfeita, isoladamente, primeiro uma e depois a outra, embora naturalmente se faça uma tentativa de estabelecer determinado tipo de conexão lógica (muitas vezes desafiando toda lógica) entre antagonistas (Freud, 1909, pág. 169).
Em Notas Sobre um Caso de Neurose Obsessiva (Freud, 1909) havia evidências de um conflito entre as predileções do filho e os desejos do pai; e uma oposição do pai em relação a vida erótica do filho. Muitos anos depois da morte do seu pai, quando experimentou a cópula pela primeira vez, irrompeu em sua mente uma idéia: ‘Que maravilha! Por uma coisa assim alguém é até capaz de matar o pai!’. ”Isso foi ao mesmo tempo, um eco e uma elucidação das idéias obsessivas de sua infância.” (Freud, 1909, pág.176).
A idéia do rato no paciente de Notas Sobre um Caso de Neurose Obsessiva (Freud, 1909), pelos fenômenos de metáfora e metonímia descritos pó Lacan, vai adquirindo significados complexos que vão deslizando no discurso do paciente, incitando seu erotismo anal, tomam significado de dinheiro, se equivale ao órgão sexual masculino, e podem ainda significar um bebê.
Freud conclui que a história da punição com os ratos inflamara todos os seus impulsos, precocemente reprimidos, de crueldade, tanto egoístas como sexual. Ele podia ver nos ratos uma imagem viva de si mesmo. “Foi quase como se o próprio destino, quando o capitão lhe contou a sua história, o estivesse submetendo a um teste de associação. O destino lhe apresentava, em desafio, uma ‘palavra-estímulo complexa’ e elegera agira com sua idéia obsessiva” (Freud, 1909, pág.188).
Zimerman (1999) aponta como mecanismos defensivos mais utilizados pelo ego, a anulação, desfazer aquilo que já foi feito sentido ou pensado; isolamento - isolar o afeto da idéia; formações reativas - como forma de negar os sentimentos que lhe geram ansiedades; racionalização e intelectualização - especialmente na situação analítica são muito empregadas a serviço das resistências. Existe também um sistema de pensar ruminativo, cavilatório, com uma nítida preferência pelo emprego do “ou, disjuntivo no lugar do “e”, integrativo de sorte que a presença compulsiva e recorrente de certos pensamentos obsessivos visam justamente anular a outros pensamentos que estão significados como sendo desejos proibidos.
Nas neuroses obsessivas o ego é mais cenário de ação na formação dos sintomas do que na histeria. O ego se apega com toda a tenacidade as suas relações com a realidade e com a consciência. O obsessivo se esforça em “dissipar com um sopro” não meramente as conseqüências de um evento, mas o próprio evento.
Chartier (2006) aponta que a primeira coisa que impressiona é a esterelização da afetividade, pois, no obsessivo, o pensamento substitui os atos, até o ponto de haver o desaparecimento quase total da espontaneidade. Esse pensamento irá lhe servir de perpetuo anteparo entre ele e os outros. O primeiro movimento do obsessivo contrariamente a histérica é de se retirar, de tomar distancia. Ele pensa e observa.Na neurose obsessiva é encontrada pela primeira vez nos sintomas bifásicos, nos quais uma ação é cancelada por uma segunda, do modo que é como se nenhuma ação tivesse ocorrido, ao passo que na realidade, ambas ocorreram. (Freud, 1925, pág. 120)
Há uma frieza nos gestos e ausência de emotividade. Sua conscienciosidade lógica no nível da fala no obsessivo, o discurso é de uma prolixidade a toda prova, seu espírito como diz Chartier é de uma lógica inesgotável.
Em Inibições, Sintomas e Angústia, Freud (1925) Freud diz que no obsessivo-compulsivo, mesmo onde a repressão não usurpou o conteúdo do impulso agressivo, ela por certo livrou-se de seu caráter afetivo concomitante. Como resultado, a agressividade parece ao ego não como uma impulsão, mas, como os próprios pacientes dizem, apenas um pensamento que não desperta qualquer sentimento. O que acontece é que o afeto deixado de fora quando a idéia obsessiva é percebida aparece em um ponto diferente. O superego age como se a repressão não tivesse ocorrido e como se conhecesse a verdadeira enunciação e pleno caráter afetivo do impulso agressivo, e trata o ego em conformidade com isso. O ego fica cônscio de um sentimento de culpa e a arcar com uma responsabilidade pela qual não pode responder.Mais profundamente, o isolamento é uma verdadeira inibição dos afetos sobre a qual podemos nos perguntar se, se tratar de um sistema defensivo ou de um verdadeiro empobrecimento da vida psíquica. Em todo caso consiste em um desligamento em relação a si mesmo que o obsessivo exerce, em proveito de uma ordem aparente do mundo. Nesse sentido, apenas, pode-se considerar o obsessivo como alguém que é cortado da vida. Com efeito, o afeto latente esta a postos; quando reaparecer, é com mais freqüência no contexto da passagem ao ato e da violência (Chartier, 2006 pág. 157).
Nos obsessivos a escolha objetal se presta a fazer a complementação dos tipos: dominador x dominado; ativo x passivo; sádico x masoquista, etc. preferencialmente encaram a sexualidade do ponto de vista da analidade(cuidados de limpeza, assepsia, sentimento de ser proprietário ou propriedade do parceiro, controle do orgasmo e exagerado escrúpulos). Tudo se passa como se o individuo fosse “escalado” para ser um observador do que está se passando. De alguma forma ele precisa observar pra controlar.
Na análise do “Homem dos Lobos” Freud (1918) identifica que as tendências passivas haviam aparecido ao mesmo tempo em que surgiram as sádico-ativas, ou muito pouco tempo após estas; denotando a recorrente ambivalência do paciente. “Nenhuma posição da libido que fora antes estabelecida, era jamais, completamente substituída por uma posição posterior.” (Freud, 1918, pág. 38). Isso levava a uma vacilação incessante, o que era incompatível com a aquisição de um caráter estável. Diante do reconhecimento da castração, a incapacidade de síntese por parte do ego, leva a uma contínua ambivalência entre correntes ativas e passivas.
Chartier (2006) fala que o obsessivo depois de ter-se retirado a uma boa distancia, arma sua tenda, verifica todas as saídas, todas as fugas possíveis. Depois do primeiro tempo de retirada, o segundo é de investimento e controle incessante. A meticulosidade, a limpeza, a parcimônia, a obstinação são como tela de fundo, os elementos de caráter mais freqüentemente encontrados. Em um sistema desses, o que é mais temido é o imprevisto. A resposta imediata à interrupção do controle obsessivo é uma reação brutal, até mesmo destrutiva para seus próprios objetos de amor.
Na obsessão, a angústia latente nunca é recalcada por completo como na histeria e ressurge esmagadora. A depressão quando se instala, em geral é grave. O obsessivo se suicida sem estandartes, de forma metódica e discreta, e em geral obtém sucesso, e mesmo ao contrario a recidiva é regra.
A complexidade dos rituais obsessivos pode levar o sujeito a verdadeiros estados de despersonalizaç
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